Padre Matthias Gaudron, da FSSPX, em entrevista ao Gloria TV.
(Kreuz.net, Viena) Quando jovem, o padre Matthias Gaudron (45), da FSSPX, cresceu com a Missa Nova. Naquela época ele a considerava “bastante razoável”.
Mas, olhando em retrospectiva, ele teve que admitir que com isso a sua fé foi se tornando “cada vez mais rasa e superficial”, disse o padre Gaudron em uma entrevista ao sítio de vídeos ‘gloria.tv’.
O religioso foi encarregado pela Fraternidade de São Pio X de dialogar com os bispos [da Alemanha] .
A esse respeito ele pensa o seguinte: “Eu não tenho muito o que fazer porque os bispos não querem dialogar conosco.”
Até agora o padre foi convidado apenas por pequenos círculos – como, por exemplo, comunidades estudantis ou universidades.
O Problema: A Fraternidade é católica
O padre Gaudron também está envolvido com as negociações entre a Fraternidade e o Vaticano.
Ele pode examinar os textos redigidos pela Fraternidade para essa finalidade e fazer sugestões.
O padre vê nas discussões de reconciliação uma possibilidade de expor as posições da Fraternidade.
O Vaticano observaria assim que a Fraternidade não representa nenhum magistério especial:
“É preciso que Roma também aceite que nós não fazemos nada mais do que o Igreja Católica sempre fez.”
Os meios de comunicação fazem boa publicidade para os tradicionalistas
O religioso também avalia como algo positivo a “atenção da mídia” pela Fraternidade – como se expressa o padre Gaudron –, especialmente, na Alemanha.
A Fraternidade teria assim a possibilidade de receber “novos campos de apostolado para desenvolver”.
Ela poderiam assim levar as suas preocupações a um círculo mais amplo.
O padre Gaudron não tem a ilusão de que os chefes da imprensa odeiam a Fraternidade devido a Missa Antiga ou a sua crítica ao Concílio Pastoral: “Somos atacados porque defendemos a família tradicional e somos contra o homossexualismo”.
Esses são temas católicos típicos, que não são específicos da Fraternidade São Pio X – ele acrescenta: “É preciso estar ciente de que somos atacados em primeiro lugar. Somos impopulares [dentre os magnatas dos meios de comunicação], infelizmente, podem nos encontrar.”
Mas, no final, as censuras teriam por objetivo toda a Igreja: “Isso também deve estar claro para os representantes da Igreja.”
As escolas onde ocorrem abusos permanecem abertas, as escolas da Fraternidade precisam ir embora.
Quanto à ameaça de fechamento das escolas elementares e secundárias mantidas pela Fraternidade em Saarbrücken, o padre Gaudron fala de uma “decisão puramente arbitrária”.
O arranjo parte do Ministro da Cultura de Saarland, Klaus Kessler (59). Ele é funcionário do Partido “Verde”, que é de extrema esquerda e odeia a Igreja.
O padre Gaudron informa que o Ministro da Cultura enviou uma carta à escola, na qual ele esclarecia que as queixas precisavam ser abolidas.
Porém, a carta não dizia que queixas deveriam ser eliminadas.
Até mesmo as autoridades educacionais caíram das nuvens. Elas não foram informadas da decisão arbitrária do Ministro que odeia a Igreja.
“Em outras escolas existem casos de abuso, existem drogas – esse não é o nosso caso” afirma o padre Gaudron.
Nesse ponto não estaria ocorrendo a mesma forma de avaliação.
Por isso, o Padre espera que seja retirada a ameaça de fechamento – “uma vez que a Alemanha não se tornou uma nação totalmente injusta”.
O ódio à Igreja faz com que os tradicionalistas cresçam
No que tange à Igreja nos países pobres, o Padre Gaudron diz que nesses países reina uma grande abertura à evangelização.
Em Gabão – um país litorâneo no oeste da África central – a Fraternidade possui uma grande missão. Dois mil fiéis participam da missa dominical a cada vez.
Como problemas, ele menciona a resistência dos fiéis à monogamia.
Dentre as crianças no Gabão circula o provérbio: “Quando alguém é casado, não pode mais receber a Comunhão.”
Assim, acredita-se que muitos africanos casados não levam a sério a fidelidade no matrimônio ou vivem em relacionamentos desordenados.
O ódio da Fraternidade São Pedro
Quanto à Fraternidade São Pedro, o Padre Gaudron esclarece que eles – ao contrário dos esclarecimentos de Roma — acusam a Fraternidade São Pio X como sendo “cismáticos”:
“Mesmo eles sendo da opinião de que não podem trilhar o nosso caminho, eles não precisariam nos atacar de maneira tão duradoura e fazer como se fossemos os piores inimigos da Igreja” – comenta o Padre Gaudron: “Há modernistas o bastante contra os quais se pode lutar.”
Para tal, a Fraternidade São Pio X mantém bons contatos com padres diocesanos individuais: “Nesse ponto existe um intercâmbio e uma certa cooperação.”
Esses contatos, no entanto, não podem ocorrer publicamente, porque se assim for os padres “vão passar por grandes apuros”.
O padre Gaudron observa que existe um interesse pela Missa Antiga e pela Tradição católica especialmente entre os padres jovens.

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