A "Igreja Sinodal" tenta erradicar a estrutura hierárquica da Igreja como instituída por Cristo, substituindo-a por um modelo democrático.
Por João Horvat II
Uma pequena obra está agora circulando no mundo católico que está envolta em mistério. Publicado neste outono pelos católicos para os católicos, é intitulado: O Cavalo de Tróia na Igreja Católica – Sínodo da Sinodalidade: A Tentativa de Inverter a Noiva da Hierarquia e da Ordem Moral de Cristo.
O que torna o livro tão misterioso e controverso é que ninguém sabe de onde veio. O autor está listado como apenas Pe. Enoch. Nada se sabe sobre este sacerdote, exceto que ele teme a retribuição e, portanto, escreve sob um nome assumido.
Sua escolha do nome do profeta do Antigo Testamento também é enigmática. Enoque não morreu e voltará para combater o Anticristo. O uso de seu nome contribui para o tom apocalíptico deste importante livro, emprestando-lhe um senso de urgência profética.
Testemunho de um cardeal
Um elemento controverso final é o prefácio do cardeal Gerhard Müller, que valida a tese do livro. Este endosso indica que a obra não é apenas uma crítica à sinodalidade. É um trabalho sério digno de consideração. O autor conseguiu contar com o testemunho do cardeal alemão, que participou de ambos os Sínodos sobre a Sinodalidade (2023 e 2024).
No prefácio, o prelado notável relata sua experiência de sinodalidade, que ele não vê como um “espírito” orientador, mas como um processo manipulado “para alcançar os resultados desejados por aqueles encarregados do funcionamento do Sínodo”. Ele alerta para os perigos da Igreja sinodal e encoraja o Pe. esforços de Enoch.
Todos esses elementos se juntam para tornar este misterioso pequeno livro uma leitura obrigatória para aqueles que querem entender os últimos desenvolvimentos da crise dentro da Igreja. Escrito logo após o último conclave, os pontos centrais do livro são mais oportunos do que nunca – como Leo XIV mostra estar seguindo os passos do falecido Papa Francisco.
Apenas para deixar essa conclusão clara, um adendo ao texto narra a entrada escandalosa de ativistas LGBTQ + em St. Basílica de Pedro como parte das celebrações do Ano Jubilar em setembro. Pe. Enoch usa isso como prova de que algo está errado na era pós-Francis.
A clareza emerge do mistério
Ao ler o texto, no entanto, o sudário de mistério é levantado e os raios começam. O que emerge é a clareza. É uma clareza refrescante, pois todo o processo sinodal opera dentro de um clima de ambiguidade, ofuscação e erro absoluto.
O autor tem a coragem de dizer as coisas do jeito que são. Ele documenta todas as suas posições com amplas citações, muitas vezes a partir de fontes sinodais. Sua solicitude pela verdade empresta ao livro uma sensação de segurança que ajuda a fortalecer suas afirmações categóricas. Sua clareza com a caridade indica que ele não tem uma agenda oculta.
Laser focado
Pe. Enoch continua focado no laser nos dois objetivos centrais do processo sinodal. Ele se agarra a esses pontos e não deixa ir.
O primeiro objetivo é “erradicar a estrutura hierárquica da Igreja como instituída por Cristo, substituindo-a por um modelo democrático”.
Tal afirmação é fácil de fundamentar, já que os documentos sinodais se referem consistentemente a um modelo de “pirâmide invertida” como a nova estrutura da Igreja sinodal. A hierarquia é encontrada no fundo, “ouvindo, acompanhando e servindo” a base agora exaltada.
Pe. Enoch afirma a posição da Igreja sobre a natureza da Igreja muito claramente:
Nosso Senhor pessoalmente deu autoridade a Seus Apóstolos e seus sucessores no cargo para ensinar, governar e santificar os fiéis, todo o Povo de Deus. A estrutura que Jesus estabeleceu para a Sua Igreja é hierárquica; e nesta ordem divinamente estabelecida, o bispo, como pastor de sua diocese, não “segue” seu rebanho; além disso, sua autoridade não é “dependente” de “escutar” e “aprender” daqueles sob seus cuidados.
Mudando a ordem moral
O segundo golo é mais grave. Pressupõe o sucesso do primeiro. Uma Igreja Sinodal tornará muito mais fácil derrubar “toda a ordem moral, permitindo que a consciência individual (subjetiva) reine suprema sobre a lei moral objetiva”. Essa derrubada resultaria especialmente em normalizar o vício homossexual e minar a família.
O autor observa ainda que as mudanças estruturais da Igreja sinodal levariam à protestantização da Igreja Católica. “Bispos em diferentes dioceses, ou em diferentes conferências episcopais, ou em diferentes regiões ou continentes, sem dúvida, formularão diferentes ensinamentos sobre família, casamento, castidade, inclinação homossexual e atividade.”
Dentro do quadro destes dois pontos, Pe. Enoch mostra como esse plano se fragmentaria e relativizaria o ensino da Igreja. Seria especialmente promover a agenda pró-LGBTQ+ dentro das estruturas da Igreja, que ele denuncia extensivamente.
Implementação Trágica
Assim, Pe. O livro de Enoque não é apenas um comentário acadêmico sobre avanços progressistas dentro das estruturas da Igreja. Ele mostra como os ativistas pretendem derrubar as próprias estruturas, que terão efeitos concretos sobre como os católicos praticam sua fé.
Ele ainda enquadra o debate com um senso de urgência. Os organizadores do Sínodo veem a sinodalidade como um processo expresso por uma “jornada” contínua e inclusiva, juntamente com “todos, todos, todos” – incluindo não-católicos e ateus. Os relatórios finais sobre o Sínodo da Sinodalidade são devidos no final deste ano, e terão consequências.
De fato, a trágica implementação de todas as recomendações sinodais será consolidada na reunião culminante em outubro de 2028. Em outras palavras, em breve chegarão diretrizes que mudarão a vida paroquial de inúmeros católicos. Não há tempo a perder.
Uma Caixa de Pandora e um Cavalo de Tróia
Tal perspectiva de mudança radical deve alarmar os católicos. De fato, o Sínodo sobre a Sinodalidade abriu o que os autores José Antonio Ureta e Julio Loredo chamam de caixa de Pandora. Pe. Enoch cita seu livro, The Synodal Process Is a Pandora’s Box: 100 Perguntas & Respostas, já que indica o que está em jogo nesse processo.
Em seu livro, Pe. Enoch soa o alarme sobre os males desencadeados da caixa mítica. Esses erros estão agora entrando sub-repticiamente entre os fiéis. Pe. A imagem de Enoch não poderia ser mais adequada: um Cavalo de Tróia.
Pe. Enoch adverte que o Cavalo de Tróia já está dentro dos muros da Igreja. Clerical e progressistas leigos triunfalmente a trouxeram para dentro dos muros no final do último Sínodo, pedindo que os fiéis a celebrassem.
Uma Grande Batalha Pela Frente
Assim, Pe. Enoque troveja de seu misterioso poleiro que os católicos não devem ser enganados pelo Cavalo de Tróia. Dentro estão forças misteriosas e sinistras que querem destruir a Igreja e a ordem moral. Com a ajuda da graça de Deus, eles devem e serão parados.
O autor prevê uma grande batalha pela frente. No entanto, ele não é um condenado, mas um que confidencia. Ele exorta seus leitores a “ir em frente com esperança confiante, sabendo que se permanecermos perto do Coração Triste e Imaculado de Maria, e através de seu Coração, permanecermos imersos no Sagrado Coração de seu Divino Filho, não devemos ter medo, nem ansiedade”.
Na verdade, não há melhor maneira de enfrentar a tempestade do que agir e confiar no Imaculado Coração que triunfará.
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Fonte - crisismagazine

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