FaroDiRoma.it, um site de notícias ardentemente pró-Francisco que se
descreve como "o resultado de uma época particular, a de Francisco",
publicou no dia 5 de maio o artigo "Uma Igreja entre a confusão e os
medos. Os dez 'pecados' do Papa Francisco e o seu legado". O artigo
enumera dez razões para a desorientação em que Francisco deixou a
Igreja, produzindo mais medo do que renovação.
1. Incoerência entre as palavras e os actos:
-
Apesar da sua ênfase na "misericórdia", o Papa Francisco tem sido
muitas vezes tudo menos misericordioso para com os seus críticos.
-
Um exemplo disso foi a sua decisão de excluir um cardeal [Becciu] do
conclave quando estava gravemente doente, privando-o do seu direito de
defesa e da presunção de inocência.
- A imagem do Francisco humilde
que escolheu viver em Santa Marta choca com a realidade de um andar
inteiro reservado para ele e a sua aceitação de presentes que exigiam
cada vez mais espaço, contradizendo a sua condenação da acumulação de
bens mundanos.
- No pontificado de Francisco, tudo girava em torno da sua pessoa.
- Alimentou a perceção de um líder que tendia a marginalizar personalidades brilhantes, preferindo rodear-se de figuras medíocres para continuar a ser o único protagonista.
- O seu hábito de contactar diretamente os jornalistas amigos para desacreditar os adversários, passando muitas vezes ao lado dos seus colaboradores mais próximos e dos seus dicastérios, minou a confiança na transparência e na colegialidade.
- A gestão personalista da informação por parte de Francisco, associada a uma constante rotação dos "jornalistas de confiança", revela uma estratégia destinada a manter o controlo da narrativa.
3. Confusão deliberada:
- A tendência para "pensar claramente e falar obscuramente", como Francisco gostava de repetir, criou muitas vezes mais caos do que clareza.
- Esta ambiguidade na comunicação serviu para o manter no centro do debate, numa dinâmica de constante defesa e ataque.
- O tratamento da pseudo-bênção dos homossexuais, com um texto que exigiu constantes explicações, desmentidos e esclarecimentos, é um exemplo flagrante.
4. Sombras de injustiça:
- Incidentes como o caso do Cardeal Becciu, condenado antes do final de um processo cujas regras foram alteradas várias vezes durante o processo, levantaram dúvidas sobre a justiça do tribunal do Vaticano.
- O confisco de arquivos e documentos confidenciais criou um clima de medo e de silêncio no seio da Cúria.
5. Desvalorização do património:
- A gestão dos bens e símbolos da Igreja tem suscitado preocupações.
- Francisco entregou preciosas relíquias de São Pedro ao Patriarca de Constantinopla, quase como se fossem seus bens pessoais.
- Esvaziou os aposentos papais de objetos de valor histórico e artístico, como se quisesse impedir os seus sucessores de deles usufruírem.
6. Questões morais:
- Algumas das escolhas de Francisco em relação aos seus colaboradores e a sua ambiguidade em questões sensíveis como os actos homossexuais causaram mal-estar.
- A tolerância em relação a comportamentos privados de pessoas próximas que são contrários à moral e a nomeação de pessoas conhecidas por comportamentos homossexuais para cargos de responsabilidade levantaram questões sobre a coerência entre o ensino e a prática.
- A troca de piadas inadequadas em contextos formais causou embaraço.
7. Um exercício autoritário do poder:
- Francisco tem usado a sua autoridade suprema em assuntos considerados pessoais.
- Emitiu decretos e decisões e depois revogou-os.
- Ignorou os colaboradores, que eram frequentemente mantidos na ignorância em relação a decisões importantes.
- Isto dá uma imagem de liderança autocrática.
- O medo de uma reação furiosa de Francisco levou muitos chefes de departamento a adotar uma atitude de aquiescência e adulação.
8. Aparente espiritualidade:
- Apesar da sua insistência na oração e na meditação, a vida espiritual pessoal de Francisco tem sido marcada por distração e falta de empenho.
- A continuação do trabalho e o acolhimento de pessoas, mesmo durante os retiros espirituais, sugerem uma espiritualidade mais teórica do que prática.
9. Ambiguidade doutrinal:
- A abertura ao diálogo com o "mundo contemporâneo" [seja ele quem for] sobre questões eticamente sensíveis levou outros a recear uma deriva relativista e uma secularização da doutrina.
10. Direito canónico instrumentalizado:
- Francisco usou a reforma da Cúria como pretexto para a desacreditar e desmantelar.
- Promoveu a narrativa de um papa que encontra resistência.
- Ao fazê-lo, criou incerteza sobre a dinâmica do poder e a futura governação da Igreja.
- As diferentes interpretações de documentos papais como Amoris Laetitia contribuíram ainda mais para a confusão doutrinal e para a polarização do debate.
FaroDiRoma.it conclui que o legado de Francisco é um campo minado de interpretações que o seu sucessor terá de navegar com sabedoria para reconstruir uma Igreja marcada pela desorientação e pelo medo.
O sucessor de Francisco terá de reconstruir a confiança, exalar autoridade moral, usar uma linguagem clara e genuinamente evangélica, curar almas despedaçadas e aprender a repetir-se todos os dias: "Ele deve aumentar, mas eu devo diminuir".
Fonte - gloria.tv

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