sábado, 12 de março de 2011

EUA: Arquidiocese suspende 21 padres por pedofilia

 03,11, 2011

Comunicado anuncia, nesta quarta feira, a suspensão de 21 sacerdotes na Filadélfia.

Além deles, outros três já haviam sido afastados em fevereiro.




A arquidiocese da cidade americana da Filadélfia anunciou nesta terça-feira em um comunicado a suspensão de 21 sacerdotes suspeitos de atos de pedofilia. A suspensão surge na sequência de uma denúncia do tribunal que está a assegurar a investigação dos casos sobre o fato de os padres continuarem a exercer funções. O cardeal Justin Rigali, arcebispo da Filadélfia (Pensilvânia, nordeste), se baseou em uma decisão tomada em fevereiro, a qual decorreu de dois anos de investigação, onde o relatório de um grande júri identificava 37 padres católicos que continuavam a exercer a sua atividade apesar da existência de indícios credíveis de práticas pedófilas. Após a divulgação dos resultados das diligências, o cardeal Justin Rigali, prometia levar a sério a exigência de alterações profundas na forma como a hierarquia lidara, até então, com casos de abusos.
Além dos 21 padres suspensos nesta terça-feira, outros três já haviam sido afastados em fevereiro após a decisão do júri, cinco já não exercem funções por diferentes motivos e oito foram absolvidos. O cardeal Rigali expressou sua “pena pelos abusos sexuais a menores cometidos por membros da Igreja e, sobretudo, pelo clero”.
“Estas suspensões não são condenações ou julgamentos definitivos, mas apenas medidas provisórias durante a duração da investigação”, disse o cardeal em um comunicado.


Na resposta à deliberação do grande júri, o cardeal Justin Rigali encarregou a antiga procuradora de Filadélfia Gina Maisto Smith, especialista em casos de pedofilia, da reavaliação de todas as queixas apresentadas contra padres em exercício. Uma inversão de comportamento que mereceria elogios por parte do procurador Seth Williams: “As ações do cardeal Rigali são tão louváveis como inéditas e refletem a sua preocupação com o bem-estar físico e espiritual daqueles que estão sob o seu cuidado. Apreciamos que a arquidiocese tenha reconhecido o valor do relatório e considerado correto dar alguns dos passos exigidos pelo grande júri”.
Num pedido público de desculpas, o cardeal Justin Rigali admitiu que os casos de pedofilia “abalaram a confiança” de “muitas pessoas” na Igreja. “Rezo para que os esforços da arquidiocese no sentido de tratar destes casos de preocupação e reavaliar a nossa forma de lidar com alegações ajudem a reconstruir essa confiança”, sublinhou.
“Estas foram semanas difíceis, desde a publicação do relatório do grande júri, difíceis, acima de tudo, para as vítimas de abuso sexual, mas também para todos os católicos e para todas as pessoas na nossa comunidade”, afirmou o arcebispo Rigali numa nota ontem publicada.
A Igreja Católica vem sendo abalada nos últimos anos por uma série de escândalos vinculados à pedofilia em todo o mundo, em especial na Áustria, Bélgica, Irlanda, Alemanha e Estados Unidos.

Esta foi a maior suspensão colectiva de sacerdotes suspeitos desde que rebentaram os escândalos de abusos sexuais na Igreja Católica dos EUA.
Nos EUA, desde 2002 que várias dioceses afastaram do contacto com os fiéis ou expulsaram clérigos por suspeitas de abuso sexual. Mas, diz o mesmo jornal, a Arquidiocese de Filadélfia só agora seguiu este caminho e sem divulgar os nomes dos padres suspeitos. Isto apesar de a investigação do grande júri ser a segunda do género realizada naquela cidade. O último inquérito diz que 37 padres suspeitos continuaram nos seus postos apesar de haver alegações credíveis contra eles.

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