sábado, 23 de julho de 2011

Irlanda: não aplicaram normas de Ratzinger contra abusos

Esclarecimento do arcebispo de Dublin
DUBLIN, sexta-feira, 22 de julho de 2011 (ZENIT.org) – O arcebispo de Dublin esclareceu que a diocese irlandesa que não denunciou às autoridades os casos de abusos de sacerdotes agiu contra as normas dadas pelo Vaticano, em particular pelo então cardeal Joseph Ratzinger.
Dom Diarmuid Martin interveio na tarde desta quarta-feira no intenso debate que está acontecendo na Irlanda, provocado pela divulgação, em dias passados, de um informe sobre abusos de menores cometidos por alguns sacerdotes na diocese de Cloyne.
Em uma entrevista à rádio nacional RTE, o prelado confirmou a profunda dor que provoca o ocorrido e respondeu a algumas perguntas suscitadas pela intervenção do primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny.

Poucas horas antes, em um debate parlamentar sobre o Informe Cloyne, o líder do partido Fine Gael acusou o Vaticano de ter incentivado os bispos a não denunciar os abusos às autoridades civis.
Dom Martin negou categoricamente as acusações, garantindo que, na diocese de Cloyne, ignoraram as normas emanadas em 2001 pelo cardeal Ratzinger, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
O arcebispo afirmou também que ele mesmo entregou 70 mil documentos à comissão de investigação Murphy, denunciando todos os casos de declarações ou denúncias de abuso à polícia irlandesa.
Expressou também sua indignação e vergonha pelo que as vítimas haviam sofrido, bem como outras pessoas da Igreja, constatando que este escândalo afeta também todos aqueles sacerdotes que testemunham cada dia sua fidelidade a Cristo.
Revelou um recente episódio no qual alguns sacerdotes idosos, “homens de grande integridade e bondade”, foram objeto de graves insultos durante o funeral de um colega sacerdote.
“Esta é a Igreja da qual me sinto orgulhoso e que tenho a responsabilidade de defender”, disse Dom Martin.
E concluiu: “Não quero ver choques entre a Igreja, o Estado e os voluntários. Teremos de trabalhar juntos para garantir que as crianças sejam protegidas”.

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