Assassinadas em 1941, pertenciam ao Instituto das Filhas da Divina Caridade
Jula Ivanišević, Krizina Bojanc, Antonija Fabjan, Berchmana Leidenix, Bernadeta Banja |
Elas são: Jula
Ivanišević, croata, que era a superiora da comunidade situada em Pale;
Krizina Bojanc e Antonija Fabjan, provenientes da Eslovênia; a austríaca
Berchmana Leidenix, a mais velha do grupo, com 76 anos; e Bernadeta
Banja, húngara, a mais jovem, com 29 anos.
“Nossas mártires do Drina mostraram com suas vidas como amar a Deus e
os outros e permanecer fiéis a Ele por meio do sacrifício das nossas
vidas, especialmente na vivência dos nossos votos tal como prometemos”,
escreveu em dezembro passado a superiora geral, Lucyna Mroczek, FDC, ao
tornar-se pública a notícia da beatificação das religiosas.
Até dar a vida
Elas residiam em uma população chamada Pale, situada ao sudoeste de
Sarajevo e que hoje conta com 30 mil habitantes. Lá, tinham uma
comunidade chamada Casa de Maria, na qual se dedicavam ao cuidado dos
doentes e a alimentar as crianças órfãs da Casa da Criança, um orfanato
que pertencia ao Estado. Também davam socorro e remédios a todos os
pobres e mendigos que vinham da montanha de Romanija.
Em 1941, depois da rendição da Iugoslávia aos nazistas, o exército dos chetniks,
sob a ideia da criação de um grande estado sérvio, queria expulsar
todos os grupos minoritários do seu território, inclusive os religiosos.
Muitos aconselharam as religiosas a fugirem a um lugar seguro. Mas
elas rejeitaram a proposta: “Não fizemos nada ruim a estas pessoas –
diziam. Só fizemos o bem, sem levar em consideração seu credo ou
nacionalidade. Devemos permanecer aqui com todos e apoiá-los neste
momento difícil”, insistiram.
Em uma manhã nevada, em 11 de dezembro de 1941, os chetniks cercaram
a Casa de Maria. Antonija levou um tiro. Além dela, estavam presentes
nesse momento Berchmana, Bernadeta e Krizina, junto ao sacerdote
católico Franc Ksaver Meško.
A irmã Jula, por sua vez, encontrava-se fora, fazendo algumas
compras. Ao voltar, percebeu o que estava ocorrendo e, apesar do perigo
que corria, decidiu entrar para acompanhar suas irmãs. Os oficiais do
exército se surpreenderam ao vê-la, pois pensaram que escaparia.
Ameaçando-as com revólveres, eles as obrigaram a deixar a casa sem
buscar nenhum abrigo, apesar do intenso frio que fazia lá fora.
Caminharam durante quatro dias e quatro noites a Gorade, passando pelas
montanhas de Romanija – todas, exceto a irmã Berchmana, que, por sua
idade, foi separada do grupo.
Chegaram em 15 de dezembro de 1941. Os soldados as obrigaram a
renunciar aos seus votos, mas elas se negaram a fazer isso. Eles lhes
deram um tempo para reconsiderar sua decisão.
Depois voltaram bêbados, quiseram estuprá-las, rasgaram suas roupas e
começaram a bater nelas. As irmãs conseguiram se soltar dos braços dos
agressores, clamando “Jesus, salva-nos!” e pularam pelas janelas. Os chetniks correram
até a frente dos quartéis e viram que elas ainda estavam vivas, mas
muito machucadas. Começaram a esfaqueá-las, uma a uma, até que
morressem. Seus corpos foram lançados no rio Drina.
Por outro lado, a irmã Berchmana permaneceu em Sjetlina cerca de dez
dias e depois lhe concederam a liberdade. Ela foi de carro a Gorado,
junto a outros aldeanos, supostamente para ver suas irmãs, pois não
sabia que estavam mortas; mas, ao verem que ela carregava um terço no
pescoço, assassinaram-na, em 23 de dezembro de 1941.
“Neste ano, a alegria do nascimento de Cristo se mistura com a
ansiedade pelas notícias sobre nossas irmãs desaparecidas”, escrevia a
superiora geral das irmãs da Divina Caridade, Lujza Reif, antes de
conhecer a notícia do assassinato das religiosas.
Em 13 de fevereiro de 1942, chegou um informe militar do posto de comando de Vojna Krajina, que confirmou o assassinato.
“As irmãs foram invadidas por uma profunda dor por suas 'melhores
irmãs' – diz o site oficial da sua beatificação. Mas, ao mesmo tempo,
elas deram exemplo de perseverança e fidelidade. Por sua morte, a Igreja
Católica se enriquece com cinco virgens mártires, e a Congregação das
Filhas da Divina Caridade se enriquece com cinco intercessoras no céu.”
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