fratres in unum
Com este post, concluímos a
publicação da série de três artigos de autoria do Reverendíssimo Padre
Michael Rodriguez, sacerdote da diocese de El Paso, EUA.
Leia também: httO Beijo de Judas Iscariotes: Palavras claras e corajosas sobre a crise da Igreja. - Parte I e O beijo de Judas Iscariotes - Parte II.
* * *
O Beijo de Judas Iscariotes: O Inimigo está Dentro
Parte III
Em Nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo. Amém. Dignáre me laudáre te, Virgo sacráta. Da mihi
virtútem contra hostes tuos. Sit Nomen Dómini benedíctum! Amém.
Por Padre Michael Rodriguez
(1) Na Última Ceia, Jesus Cristo molhou o
pão e o deu a Judas Iscariotes. Em João 13:30, lemos o seguinte: “Tendo
Judas recebido o bocado de pão, apressou-se em sair. E era noite…”
(2) No Santo Evangelho Segundo São
Mateus, Capítulo 10, o Filho de Deus diz a seus doze discípulos: “Não
julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a
espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a
mãe, entre a nora e a sogra e os inimigos do homem serão as pessoas de
sua própria casa.”
(3) Em uma entrevista de 26 de dezembro
de 1957 com o Pe. Fuentes, a Ir. Lúcia de Fátima disse: “O que aflige o
Imaculado Coração de Maria e o Coração de Jesus é a queda de almas
religiosas e sacerdotais. O demônio sabe que os religiosos e sacerdotes
que abandonam a sua bela vocação arrastam numerosas almas para o
inferno… O demônio deseja tomar posse de almas consagradas. Ele tenta
corrompê-las a fim de embalar as almas de leigos e com isso levá-las à
impenitência final.”
(4) Em uma carta escrita em 16 de
setembro de 1970, Ir. Lúcia de Fátima escreveu “o demônio foi capaz de
infiltrar o mal sob o disfarce de bem,” e “o demônio foi bem-sucedido em
iludir e enganar as almas que têm muita responsabilidade por causa das
posições que ocupam! Eles são cegos guiando cegos.”
(5) Por volta de 1527, o Rei Henrique
VIII da Inglaterra pretendia deixar a sua esposa de dezoito anos, a
Rainha Catarina, e substituí-la por Ana Bolena. Ele buscou o apoio de
João Fisher, um dos homens mais eminentes da época. Fisher fora um bispo
exemplar da Diocese de Rochester por vinte e três anos, em uma época
quando as vidas de muitos bispos eram menos que edificantes. Ele fora o
favorito do pai e do avô do Rei Henrique, chanceler da Universidade de
Cambridge, membro do Conselho Privado do rei, um líder na Casa dos
Lordes e entre o clero, e foi reconhecido universalmente por sua piedade
e erudição.
São João Fisher se opôs à traição
conjugal do Rei Henrique e declarou que este e Catarina eram verdadeiros
marido e mulher, suas filhas eram legítimas, e o que Deus unira nenhum
homem deveria separar.
O Rei Henrique convocou toda a hierarquia
da Inglaterra e exigiu que ele recebesse o título de “Protetor e Chefe
Supremo da Igreja e Clero da Inglaterra”. São João Fisher liderou a
oposição a este propósito, quase sozinho. Quando, em seu leito de morte,
Fisher escutou que quase todos os prelados haviam assinado um juramento
afirmando a supremacia de Henrique e repudiando a autoridade do Papa,
ele disse: “o forte foi traído”, culpando assim mais os pérfidos
eclesiásticos do que o Rei. Cerca de 95% dos bispos e clérigos ingleses
traíram a Santa Madre Igreja!
Em 22 de junho de 1535, São João Fisher,
aos setenta e sete anos de idade e quase incapaz de caminhar, foi levado
da Torre de Londres para as proximidades da Tower Hill. No andaime,
pouco antes de ser decapitado, São João Fisher disse: “Eu vim aqui para
morrer pela Igreja Católica de Cristo. E eu agradeço a Deus . . .”
(6) A Igreja Católica aprovou a Aparição
Mariana de Nossa Senhora do Bom Sucesso em Quito, Equador, em 1634.
Nesta Aparição, a Santa Mãe de Deus disse à Venerável Madre Mariana de
Jesús Torres que no final do século XIX e ao longo de grande parte do
século XX na Igreja se produziria uma grande heresia. Nossa Senhora
disse que o Sacramento do Matrimônio seria atacado e profanado, que leis
iníquas seriam promulgadas com o objetivo de abolir este Sacramento e
facilitar a todos a viverem em pecado. Nossa Senhora alertou também: “O
espírito cristão decairá rapidamente, extinguindo a luz preciosa da Fé
até que ela chegue ao ponto em que haverá uma quase total e geral
corrupção de valores morais”. Ela falou de padres que se tornariam
negligentes em seus deveres sagrados, da falta de vocações sacerdotais e
religiosas, da inocência que não mais seria encontrada nas crianças nem
a modéstia nas mulheres.
(7) Nossa Senhora de La Salette revelou o
seguinte: “Os chefes, os líderes do povo de Deus negligenciaram à
oração e à penitência, e o demônio ofuscou a sua inteligência. Eles se
tornaram estrelas cadentes que o antigo demônio arrastará com a sua
calda para fazê-las perecer. Um grande número de sacerdotes e membros de
ordens religiosas deixarão a verdadeira religião; dentre essas pessoas
haverão até mesmo bispos.”
(8) O Papa Paulo VI disse, em 29 de junho de 1972: “A fumaça de Satanás entrou na Igreja de Deus através de alguma rachadura .”
(9) No 56º aniversário do “Milagre do
Sol,” em 13 de outubro de 1973, no Japão, Nossa Senhora de Akita disse à
Ir. Agnes Sasagawa: “O trabalho do demônio se infiltrará na Igreja de
tal maneira que se verá cardeais se opondo a cardeais, bispos contra
bispos. Os padres que me venerarem serão escarnecidos e sofrerão a
oposição de seus confrades… igrejas e altares serão saqueados; a Igreja
estará repleta daqueles que aceitam concessões e o demônio pressionará
muitos padres e almas consagradas a deixarem o serviço do Senhor.”
(10) No sexagésimo aniversário do
“Milagre do Sol,” em 13 de outubro de 1977, o Papa Paulo VI exclamou: “A
cauda do demônio está funcionando na desintegração do mundo católico. A
escuridão de Satanás entrou e se espalhou por toda a Igreja Católica
até mesmo ao cume. A apostasia, a perda da fé, está se espalhando por
todo o mundo e nos mais elevados níveis dentro da Igreja.”
(11) Em 1995, o Cardeal Mario Luigi
Ciappi, teólogo papal para cinco papas consecutivos (do Papa Pio XII ao
Papa João Paulo II), comunicou ao Professor Baumgartner em Salzburgo,
Áustria: “No Terceiro Segredo foi predito, entre outras coisas, que a
grande apostasia na Igreja começará no topo.”
(12) A Sra. Bela Dodd, que se converteu à
Fé pouco tempo antes de sua morte, era advogada do Partido Comunista
dos Estados Unidos. Ela dava uma série de palestras na Universidade
Fordham e em outros lugares durante os anos que antecederam o Vaticano
II. A edição de novembro de 2000 do periódico Christian Order reconta este testemunho de um monge que participou de uma dessas palestras no início dos anos 1950:
“Ouvi dessa mulher durante quatro horas e
ela me deixou de cabelo em pé ao final. Tudo o que ela disse se tornou
realidade ao pé da letra. Você poderia pensar que ela era a maior
profetiza do mundo, mas não era. Ela estava simplesmente expondo
passo-a-passo o plano de batalha da subversão comunista da Igreja
Católica. Ela explicou que de todas as religiões do mundo, a Igreja
Católica era a única temida pelos comunistas, porque ela era a única
oponente de fato. A idéia toda era destruir, não a instituição da
Igreja, mas sim a Fé das pessoas, e até mesmo usar a instituição da
Igreja, se possível, para destruir a Fé através da promoção de uma
pseudo-religião: algo que lembrava o catolicismo, mas que não era a
coisa real. Uma vez que a Fé fosse destruída, ela explicava que haveria
um complexo de culpa introduzido na Igreja… a chamar a “Igreja do
passado” como sendo opressiva, autoritária, cheia de preconceitos,
arrogante em reivindicar ser a única dona da verdade e responsável por
divisões de comunidades religiosas ao longo dos séculos. Isso seria
necessário a fim de constranger os líderes da Igreja a uma “abertura
para o mundo” e para uma atitude mais flexível em direção a todas as
religiões e filosofias. Os comunistas iriam então explorar essa abertura
a fim de minar a Igreja”.
(13) Em uma entrevista de 1990, o Pe.
Malachi Martin comentou: “Hoje em dia, em muitas igrejas, se você
encontrar a confissão, que pode ser difícil, você pensa que se trata de
uma conversa entre você e o padre. Às vezes ele caminhará com você no
jardim e conversará com você. É um bate-papo amigável entre pessoas.
Originalmente, você ia a um padre para ser absolvido de seus pecados.
Hoje em dia, a crença é que o padre não dá absolvição alguma. Você sente
muito por seus pecados e ele lhe dá uma benção. A confissão acabou! A
confissão acabou porque o pecado acabou.”
(14) Em uma entrevista de 1991, o Pe.
Malachi Martin afirmou: “Dentro da Igreja, há um corpo substancial de
bispos e cardeais que são completamente contrários a duas coisas. Eles
são contrários à Missa Romana da maneira que a conhecemos antes do
Vaticano II e eles são contrários a qualquer coisa relacionada à Nossa
Senhora. Eles não querem quaisquer notícias sobre Fátima. Eles não
querem quaisquer notícias sobre Akita. Eles não querem nem mesmo
quaisquer notícias sobre Lourdes. Há um esforço internacional coordenado
para atacar e denegrir Fátima e colocá-la em uma dimensão menor. Este é
um sinal da atividade de Satanás. A coisa mais patética e assustadora
para mim é me deparar com paróquias inteiras que nunca ouvem que a Missa
é o sacrifício do Calvário. Sob a liderança do pároco e sob as ordens
do bispo, os catecismos paroquiais, livros religiosos e sermões refletem
todos um abandono da Fé. As crianças não conhecem o seu catecismo. Elas
não conhecem as doutrinas básicas da Igreja. Elas não são mais
católicas, mas elas não sabem disso. Essa é a devastação da Igreja de
Cristo. Se você me perguntar qual é realmente a causa fundamental da
derrocada da Igreja, minha resposta é que esta é a interrupção e
destruição da Missa.”
(15) Em uma entrevista de 1990 e 1991, o
Pe. Malachi Martin afirmou ainda: “Hoje em dia, muitos bispos e padres
são apóstatas. Eles não são mais católicos. Católico significa alguém
que sabe que a Missa é o sacrifício do Calvário, tem devoção à Nossa
Senhora, é devoto do Santo Padre, reza e cumpre as leis da Igreja. Hoje
em dia, não temos esse tipo de clero católico em muitos lugares. Há
centenas de bispos que estão fora da Igreja em sua doutrina e
ensinamento. Então, há o comportamento dos bispos. Há bispos
homossexuais nos Estados Unidos, que têm acompanhantes sabidamente
homossexuais em suas casas.”
Não é sem razão que São João Crisóstomo, Doutor da Igreja, declara: “Os corredores do inferno estão pavimentados com crânios de bispos.”
(16) Em 13 de dezembro de 2005, o Pe. Bob
Hoatson impetrou uma ação judicial contra o Cardeal Edward Egan de Nova
York e nove outras autoridades e instituições católicas, reclamando um
padrão de “retaliação e assédio” que teve início depois que Hoatson
alegou um acobertamento de abuso de clérigos em Nova York e começou a
ajudar as vítimas. O Pe. Hoatson alegou que o Cardeal Egan é
“homossexual ativo” e que ele tem “conhecimento pessoal disso”. Sua ação
judicial indicou como gays ativos outros dois clérigos católicos de
alto escalão na região — o bispo de Albany, Howard Hubbard e o arcebispo
de Newark, João Myers. O Pe. Hoatson afirma que bispos ativamente gays
estão com muito medo de serem eles mesmos expostos para entregar padres
pedófilos. A homossexualidade escondida dos bispos, conforme a ação
judicial afirma, “afetou a capacidade dos réus de supervisionar e
controlar predadores, e serviu como motivo para a retaliação.”
Só recentemente, o Hartford Courant
relatou que durante os doze anos do Cardeal Egan como Bishop de
Bridgeport, ele repetidamente deixou de investigar padres onde havia
sinais óbvios de abuso. A Diocese de Bridgeport teve que liquidar os
casos e indenizar as vítimas em cerca de $12-15 milhões em danos. Ao se
referir a um caso de negligência inacreditável, de acordo com o Hartford Courant,
em 1990, Egan recebeu um memorando sobre “um padrão de acusações em
desenvolvimento” de que o Rev. Charles Carr de Norwalk havia acariciado
meninos. Egan manteve Carr trabalhando por mais cinco anos, e somente o
suspendeu depois que uma ação judicial foi impetrada, e, então, em 1999
ele o designou como capelão no hospital de Danbury. Como assim? O Connecticut Post também
reportou que no início do seu reinado, dezenas de pessoas chegaram a
acusar o Rev. Raymond Pcolka de Greenwich de abuso sexual e violência
contra crianças. Egan reclamou que nunca foi “comprovado” que os
acusadores estavam dizendo a verdade. Bem, Egan nunca nem mesmo se
incomodou em entrevistá-los e manteve Pcolka no apostolado.
Escrevendo para o Business Insider,
em 8 de fevereiro de 2012, Michael Brendan Dougherty, que viveu na
Arquidiocese de Nova York sob o reinado do Cardeal Egan, salienta que
Egan efetivamente puniu alguns padres, mas não molestadores de crianças.
Ele puniu rapidamente e expulsou aqueles padres católicos que
celebravam a Missa Tradicional em Latim, se ele achava que eles não lhe
prestavam bastante deferência. De acordo com Dougherty, Egan mimava
abusadores de crianças e perseguia padres decentes durante o seu
ignominioso reinado como Príncipe da Igreja.
(17) O trecho a seguir foi extraído de um artigo publicado pelo Eric Giunta, em 21 de abril de 2010, na RenewAmerica.com.
Em 2004, um grupo de católicos leigos preocupados da Arquidiocese de
Miami constituíram-se a si mesmos uma organização leiga de “cães de
guarda”, sob o nome de Christifidelis. Eles se motivaram a agir
assim por aquilo que alegaram ser uma supercultura gay governando a
arquidiocese. As alegações incluíam que: a vasta maioria dos sacerdotes
da Arquidiocese são gays sexualmente ativos, muitos padres estavam
utilizando os fundos paroquiais de maneira indébita para viver estilos
de vida exorbitantes, e o Arcebispo Favalora e o vigário geral Monsenhor
William Hennessey estão implicados nesta supercultura. Em 20 de abril
de 2010, a Santa Sé forçou Favalora a apresentar a sua renúncia.
Há centenas de páginas de documentação
consistindo grandemente de testemunho anônimo acusando diversos padres
diocesanos de promiscuidade arbitrária e crimes financeiros durante o
curso do reinado de Favalora. Um antigo padre da Arquidiocese de Miami
observou: “Você não poderia dirigir a Arquidiocese sem o clero gay, nem a
Arquidiocese de Miami ou qualquer outra.”
Gaude, María Virgo, cunctas hǽreses sola interemísti in univérso mundo.
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