19 de outubro
Em 1499, na Espanha, quase divisa com Portugal, na vila de Extremadura
de Alcântara, nasceu o filho do governador Pedro Garabido e de sua
esposa, Maria Villela de Sanabria. O menino herdou o nome do pai, mas na
infância ganhou dos amiguinhos o apelido de “santo”, por sua modéstia e
simplicidade. Depois, na Universidade de Salamanca, além de destacar-se
por sua inteligência e pela aplicação nos estudos, evidenciou-se pelo
estilo de vida, monástica, comparada à dos alegres colegas de turma.
Pedro freqüentava, diariamente, a igreja e não ficava um dia sequer sem
ajudar os pobres.
Enquanto sonhava com a consagração
religiosa, o pai desejava que o filho fosse o seu sucessor. Em vão. Aos
dezesseis anos de idade, Pedro solicitou admissão na Ordem Primeira dos
Frades Menores de São Francisco de Assis. E aos vinte já era o superior
no Convento de Badajoz, tornando-se conhecido pelo dom do conselho. A
sua fama de pregador e confessor ganhou, rápido, destaque em toda a
Igreja.
Nesse período, as suas penitências eram
tão severas que chamou a atenção dos demais monges e até dos superiores.
Nada tinha a não ser um hábito muito velho, um breviário, um simples
crucifixo de madeira e um bastão. Andava descalço e sem chapéu. Jejuava a
cada três dias e quando se alimentava ingeria apenas pão, água e
legumes, tudo quantidade mínima. Dormia apenas duas horas por noite,
sentado. Não bastasse tudo isso, no inverno deixava a janela aberta
durante toda a noite.
Eleito provincial da Ordem, visitou
todos os conventos: mesmo nessa situação percorria as distâncias com os
pés descalços e a cabeça descoberta. Em todos eles, as Regras primitivas
da Ordem de são Francisco – de pobreza e caridade absolutas – foram
restabelecidas. Sua reforma ultrapassou as fronteiras da Espanha e
atingiu até mesmo o convento de Arariba, em Portugal, para onde viajou.
Lá, atraiu tantos novos noviços que foi necessário construir um outro
Convento para abrigar a todos. De tal modo que o papa Paulo IV autorizou
a reforma para outros da província franciscana, alcançando mais de
trinta conventos de diversos países.
Na sua época, Pedro de Alcântara
conviveu com vários santos e foi o orientador de alguns deles, como:
Luiz de Granada, João de Ávila, Francisco Bórgia e Teresa d’Ávila,
carmelita e grande reformadora da sua Ordem, de quem foi também
confessor e diretor espiritual.
Com fama de santidade, realizou vários
prodígios em vida. Aos sessenta e três anos de idade e gravemente
enfermo, predisse o dia de sua morte: 18 de outubro de 1562, e de fato
foi assim.
Como legado, deixou-nos algumas obras
escritas, onde narrou, com riqueza de detalhes, a sua experiência
ascética, baseada, sobretudo, na devoção para com a Paixão de Cristo.
Canonizado pelo papa Clemente IX em 1669, são Pedro de Alcântara é
comemorado em 19 de outubro, um dia após a data de sua morte.
São Pedro de Alcântara, rogai por nós!
Nenhum comentário:
Postar um comentário