27 junho 2013

Uma carta de Santo Padre Pio para Annita Rodote
Pietrelcina, 25 de julho de 1915
Amada filha de Jesus,
Que Jesus e nossa Mãe sempre sorriam em sua alma, obtendo disso, a partir de seu mais Santo Filho, todos os carismas celestiais!
Estou escrevendo para você por dois motivos: para responder mais 
algumas perguntas de sua última carta e, para lhe desejar um feliz dia 
no mais doce Jesus, cheio de todas as mais especiais graças celestiais. 
Oh! Se Jesus atender minhas orações por você ou, melhor ainda, se ao 
menos as minhas orações forem dignas de serem atendidas por Jesus! No 
entanto, aumentá-las-ei cem vezes para vossa consolação e salvação, 
suplicando a Jesus atendê-las, não para mim, mas através do coração de 
sua bondade paternal e infinita misericórdia.
A fim de evitar irreverências e imperfeições na casa de Deus, na 
igreja – que o divino Mestre chama de casa de oração -, exorto-vos no 
Senhor a praticar o seguinte.
Entre na igreja em silêncio e com grande respeito, considerando-se 
indigno de aparecer diante da Majestade do Senhor. Entre outras 
considerações piedosas, lembre-se que nossa alma é o templo de Deus e, 
como tal, devemos mantê-la pura e sem mácula diante de Deus e seus 
anjos. Fiquemos envergonhados por termos dado acesso ao diabo e suas 
armadilhas muitas vezes (com a sua sedução para o mundo, a sua pompa, 
seu chamado para a carne) por não sermos capazes de manter nossos 
corações puros e os nossos corpos castos; por termos permitido aos 
nossos inimigos insinuarem-se em nossos corações, profanando o templo de
 Deus que nos tornamos através do santo batismo.
Em seguida, pegue água benta e faça o sinal da cruz com cuidado e lentamente.
Assim que você estiver diante de Deus no Santíssimo Sacramento, faça 
uma genuflexão devotamente. Depois de ter encontrado o seu lugar, 
ajoelhe-se e renda o tributo de sua presença e devoção a Jesus no 
Santíssimo Sacramento. Confie todas as suas necessidades a Ele junto com
 as dos outros. Fale com Ele com abandono filial, dê livre curso ao seu 
coração e dê-Lhe total liberdade para trabalhar em você como ele achar 
melhor.
Ao assistir à Santa Missa e as funções sagradas, fique muito 
composta, quando em pé, ajoelhada e sentada, e realize todos os atos 
religiosos, com a maior devoção. Seja modesta no seu olhar, não vire a 
cabeça aqui e ali para ver quem entra e sai. Não ria, por respeito para 
com este santo lugar e também por respeito para aqueles que estão perto 
de você. Tente não falar com ninguém, exceto quando a caridade ou a 
estrita necessidade pedirem isso.
Se você rezar com os outros, diga as palavras da oração nitidamente, observe as pausas e nunca se apresse.
Em suma, comporte-se de tal maneira que todos os presentes sejam 
edificados, bem como, através de você, sejam instados a glorificar e 
amar o Pai celestial.
Ao sair da igreja, você deve estar recolhida e calma. Em primeiro 
lugar peça a permissão de Jesus no Santíssimo Sacramento; peça perdão 
pelas falhas cometidas em sua presença divina e não O deixe sem pedir e 
ter recebido a Sua bênção paterna.
Assim que estiver fora da igreja, seja como todo ser seguidor do Nazareno deveria ser. Acima
 de tudo, seja extremamente modesta em tudo, pois esta é a virtude que, 
mais do que qualquer outra, revela os sentimentos do coração. Nada
 representa um objeto mais fielmente ou claramente do que um espelho. Da
 mesma forma, nada mais amplamente representa as más ou as boas 
qualidades de uma alma do que a maior ou menor regulação do exterior, 
como quando alguém parece mais ou menos modesta. Você deve ser modesta 
em discurso, modesta no riso, modesta no seu porte, modesta ao caminhar.
 Tudo isso deve ser praticado, não por vaidade, a fim de mostrar a si 
mesma, nem com hipocrisia a fim de aparecer boa aos olhos dos outros, 
mas sim, pela força interna da modéstia, que regulamenta o funcionamento
 exterior do corpo.
Portanto, seja humilde de coração, circunspecta nas palavras, 
prudente em suas resoluções. Seja sempre econômica em sua fala, assídua 
na boa leitura, atenta em seu trabalho, modesta em sua conversa. Não 
seja desagradável com ninguém, mas seja benevolente para com todos e 
respeitosa para com os mais velhos. Que qualquer olhar sinistro fique 
longe de você, que nenhuma palavra ousada escape de seus lábios, que 
você nunca realize qualquer ação indecente ou de alguma forma gratuita; 
nunca especialmente uma ação gratuita ou um tom de voz petulante.
Em suma deixe que todo seu exterior seja uma imagem vívida da compostura de sua alma.
Sempre mantenha a modéstia do divino Mestre diante de seus olhos, 
como um exemplo; este Mestre que, segundo as palavras do Apóstolo aos 
Coríntios, colocou a modéstia de Jesus Cristo em pé de igualdade com a 
mansidão, que era a sua virtude particular e quase a sua característica:
 “Agora eu, Paulo, vos rogo, pela mansidão e humildade de Cristo” [Douay-Rheims, 2 Coríntios. 10:1], e
 de acordo com tal modelo perfeito reforme todas as suas operações 
externas, que devem ser reflexos fiéis revelando os afetos do seu 
interior.
Nunca se esqueça deste modelo divino, Annita. Tente ver uma certa 
majestade adorável em sua presença, uma certa agradável autoridade no 
seu modo de falar, uma certa agradável dignidade no andar, no 
contemplar, no falar, ao conversar; uma certa doce serenidade do rosto. 
Imagine aquela extremamente composta e doce expressão com a qual ele 
chamou a multidão, fazendo com que eles deixassem cidades e castelos, 
levando-os para as montanhas, as florestas, para a solidão e as praias 
desertas do mar, esquecendo totalmente da comida, da bebida e de seus 
deveres domésticos.
Assim, vamos tentar imitar, tanto quanto nos for possível, tais ações
 modestas e dignas. E vamos fazer o nosso melhor para ser, tanto quanto 
possível, semelhantes a Ele na terra, a fim de que possamos ser mais 
perfeitos e mais semelhantes a Ele por toda a eternidade na Jerusalém 
celeste.
Termino aqui, como eu sou incapaz de continuar, recomendando que você
 nunca se esqueça de mim diante de Jesus, especialmente durante esses 
dias de extrema aflição para mim. Espero que a mesma caridade da 
excelente Francesca para quem você vai ter a gentileza de dar, em meu 
nome, meus protestos de extremo interesse em vê-la crescer sempre mais 
no amor divino. Espero que ela me faça a caridade de fazer uma novena de
 Comunhões pelas minhas intenções.
Não se preocupe se você é incapaz de responder à minha carta no momento. Eu sei de tudo então não se preocupe.
Eu me despeço de você no ósculo santo do Senhor. Eu sou sempre seu servo.
Frei Pio, capuchinho
Traduzido por Andrea Patrícia
Do volume III de Padre Pio’s Letters, “Correspondence with his Spiritual Daughters (1915-1923)” (Cartas de Padre Pio, “Correspondência com suas filhas espirituais” (1915-1923)
Primeira edição (versão em Inglês), Editor; Edizioni Padre Pio da 
Pietrelcina, Alessio Parente, OFM Cap., Editor Edizioni Padre Pio 
Pietrelcina da, Nossa Senhora do Convento dos Capuchinhos Grace, San 
Giovanni Rotondo, Itália, 1994, Traduzido por Geraldine Nolan, pp 88-92.
Fonte: O segredo do Rosário
 
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