Cardeal Dolan conversando com bispos fora da Sala do Sínodo, em Outubro de 2014. Foto: Petrik Bohumil/ACI Prensa |
14 Out. 15
Roma, (ACI).-
O Arcebispo de Nova Iorque (Estados Unidos), Cardeal Timothy Dolan, explicou o contexto no qual ele e outros cardeais
enviaram uma carta ao Papa Francisco, em vistas da realização do Sínodo
da Família, a qual foi apresentada por diversos meios de comunicação
como uma tentativa de pressionar o Santo Padre.
A carta privada enviada ao Papa pelo Cardeal Pell, Cardeal Dolan e
outros cardeais, foi difundida pelo vaticanista italiano Sandro
Magister, que indicou que foram 13 cardeais assinantes. Logo depois,
quatro cardeais – Piacenza, Erdö, Vingt Trois e Scola – informaram que
eles não tinham assinado a carta.
Em entrevista à jornalista Mary Shovlain, de ‘The Catholic Channel’, e
questionado sobre a missiva, o Cardeal americano disse: “Fico alegre que
me perguntem. Não estou envergonhado de forma alguma. Primeiramente,
não sei nada sobre o fato que existam distintas versões da carta ou a
respeito daqueles que a assinaram ou não”.
“Tudo o que sei é que, quando cheguei, havia alguns bispos,
um dos quais era o Cardeal (australiano) George Pell (que levou a
missiva ao Papa), a quem respeito muito, e conversamos acerca de algumas
preocupações pendentes e em seguida me disse: ‘poderíamos unir-nos,
porque amamos ao Santo Padre, confiamos nele e gostaria que fossemos
muito autênticos... Por que não lhe escrevemos e dizemos que estamos
preocupados de que este (o Instrumentum Laboris) seja o único
documento, que tem muitas coisas boas, mas nos preocupa que seja o único
documento do qual vamos falar durante o Sínodo?”.
Em segundo lugar, prosseguiu o Cardeal Dolan, “estamos um pouco
preocupados sobre o processo. Parece que existe um pouco de confusão.
Estamos preocupados se podemos intervir em relação aos membros que vão
estar no comitê para o documento final, disse o Cardeal Pell em sua
forma tão pastoral de ser. É correto o que estou dizendo? E alguns de
nós, inclusive eu, estivemos de acordo e lhe disse que eu achava uma boa
ideia, que você (Cardeal Pell) leve uma carta ao Papa, e pode contar
comigo. E claro que a assinei”.
O Arcebispo de Nova Iorque, que foi um dos anfitriões do Papa em sua
última viagem aos Estados Unidos, explicou que a carta “não estava em
inglês, mas em italiano e isso aconteceu há algum tempo. Foi antes do
início do Sínodo”.
Quando começou o Sínodo, continuou o Cardeal Dolan, o Papa Francisco
“com muito tato e sem referir-se à carta comentou que tinha escutado
algumas das nossas preocupações e, em seguida, fez uma lista delas,
exatamente as mesmas que acabo de mencionar”.
“O Santo Padre nos disse que queria responder (às preocupações) e eu
pensei: ‘Isso mesmo Papa Francisco! Você nos pediu para sermos honestos.
Fomos e você nos respondeu ao coração. Estou agradecido por ter
atendido o nosso pedido. Continuemos trabalhando. Eu havia até me
esquecido (da carta) e não pensei que se transformasse em um tema
controverso”, concluiu.
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