| Escrito por Zilda Arns | 
Agradeço  o honroso convite que recebi. Quero manifestar minha grande alegria por  estar aqui com todos vocês em Porto Príncipe, Haiti, para participar da  assembleia de religiosos. Como irmão de 2 franciscanos e de 3 irmãs religiosas da Congregação  das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, estou muito feliz entre todos  vocês. Agradeço a Deus por esse momento.  Na realidade, todos nós  estamos aqui, nesse encontro, porque sentimos dentro de nós uma forte  vontade de divulgar ao mundo a boa notícia de Jesus. A boa notícia, transformada em ações concretas, é luz e esperança na conquista pela paz  nas famílias e nas nações. A construção da paz começa no coração das  pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem raízes na gestão e na  primeira infância, e se transforma na fraternidade e responsabilidade  social. A paz é uma conquista coletiva. Acontece quando  incentivamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e  éticos, as atitudes e práticas pela busca de um bem comum, que  aprendemos de nosso mestre Jesus. "Eu vim para que todos tenham vida e  tenham em abundancia" (Jo 10.10). Espera-se que os agentes  sociais continuem, além das referências éticas e morais da nossa igreja,  ser como Ela, mestres em orientar as famílias e comunidades,  especialmente nas áreas de saúde, educação e direitos humanos. Deste  modo, podemos formar a massa crítica nas comunidades cristãs e de outras  religiões, em favor da proteção de uma criança desde a concepção, e  mais excepcionalmente até os seis anos, e do adolescente. Devemos nos  esforçar para que nossos legisladores elaborem leis e os governos  executem políticas públicas que incentivem a qualidade na educação  integral das crianças e a saúde, como prioridade absoluta. O povo  seguiu Jesus porque ele tinha palavras de esperança. Assim, somos  chamados a anunciar nossas experiências positivas e caminhos que levem  as comunidades, famílias e o país a serem mais justos e fraternos. Como  discípulos e missionários, convidados a evangelizar, sabemos que a  força propulsora da transformação social está na prática do maior de  todos os mandamentos da Lei de Deus: o amor, expressado na solidariedade  fraterna, que é capaz de mover montanhas. “Amar a Deus sobre todas as  coisas e ao próximo como a nós mesmo”, significa trabalhar pela inclusão  social, fruto da Justiça; significa não ter preconceitos, aplicar  nossos melhores talentos a favor da vida plena, prioritariamente  daqueles que mais necessitam. Somar esforços para alcançar objetivos,  servir com humildade e misericórdia, sem perder a própria identidade.  Todo esse caminho precisa da comunicação constante para iluminar,  animar, fortalecer e democratizar nossa Missão de Fé e Vida. Acreditamos  que esta transformação social exige um investimento máximo de esforços  para o desenvolvimento integral das crianças. Este desenvolvimento  começa quando uma criança se encontra ainda no ventre sagrado de sua  mãe. As crianças, quando são bem cuidadas, são sementes da paz e da  esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais  solidário e sem preconceito que a criança. Não é à toa que Jesus disse:  "... se vocês não fizerem como essas crianças, não entrarão no Reio dos  Céus" (Mt 18, 3). E "deixem que as crianças venham a mim, pois é deles o  Reino dos Céus" (Lc 18, 16). Hoje, vou dividir com vocês uma  verdadeira história de amor e inspiração divina, um sonho que fiz se  tornar realidade. Como aconteceu aos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35),  "Jesus caminhava todo o tempo com eles. Ele foi reconhecido a partir do  pão, símbolo da vida". Em outra passagem, quando o barco no Mar da  Galileia estava a ponto de afundar por causa das ondas violentas, ali  estava Jesus com eles, para tranquilizar a tormenta (Mc 4, 35-41). Com  alegria vou contar a vocês o que "vi e o que tenho sido testemunha" ao  longo de 26 anos, desde a fundação da Pastoral da Criança em setembro de  1983. Aquele que era uma semente, que começou na cidade de  Florestópolis, estado de Paraná, no Brasil, se converteu em Organismos  de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, presente em  42 mil comunidades pobres em 7 mil paróquias de todos as Dioceses do  Brasil. Por força da solidariedade fraterna, uma rede de 260 mil  voluntários - dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades  pobres, 92% são mulheres - participam permanentemente da construção de  um mundo melhor, mais justo e mais fraterno a serviço da vida e da  esperança. Cada voluntário dedica em média 24 horas ao mês a esta missão  transformadora de educar as mães e as famílias pobres, dividir o pão da  fraternidade e gerar conhecimentos para a transformação social. O  objetivo da Pastoral da Criança é reduzir as causas da desnutrição e da  mortalidade infantil, promover o desenvolvimento integral das crianças,  desde sua concepção até os seis anos de idade. A primeira infância é  uma etapa decisiva para a saúde, educação, consolidação dos valores  culturais, cultivo da fé e da cidadania, com profundas repercussões ao  longo da vida. Um pouco de história: sou a 12ª de 13 irmãos,  cinco deles são religiosos. Três irmãs religiosas e dois sacerdotes  franciscanos. Um deles é D. Paulo Evaristo, o Cardel Arns, Arcebispo  emérito de São Paulo, conhecido por sua luta em favor dos direitos  humanos, principalmente durante os vinte anos da ditadura militar do  Brasil. Em maio de 1982, ao voltar de uma reunião da Organização das  Nações Unidas (ONU), em Genebra, D. Paulo me chamou pelo telefone a  noite. Naquela reunião, James Grant, então diretor executivo da Unicef  (Fundo das Nações Unidas para a Infância), falou com insistência sobre o  soro oral. Considerado como o maior avanço da medicina no século  passado, esse soro era capaz de salvar da morte milhões de crianças que  poderiam morrer por desidratação devido a diarreia, uma das principais  causas da mortalidade infantil no Brasil e no mundo. James Grant  conseguiu convencer a D. Paulo para que motivasse a Igreja Católica a  ensinar as mães a preparar e administrar o soro oral. Isto podia salvar  milhares de vidas. Viúva fazia cinco anos, eu estava, naquela  noite história, reunida com os cinco filhos, entre os nove e dezenove  anos, quando recebi a chamada telefônica do meu irmão D. Paulo. Ele me  contou o que havia passado e me pediu para refletir sobre ele. Como  tornar realidade a proposta da Igreja de ajudar a reduzir a morte das  crianças? Eu me senti feliz diante daquele novo desafio. Era o que mais  desejava: educar as mães e famílias para que soubessem cuidar melhor de  seus filhos!  Creio que Deus, de certo modo, havia me preparado  para esta missão. Baseada na minha experiência como médica pediatra e  especialista em saúde pública e nos muitos anos de direção dos serviços  públicos de saúde materna-infantil, entendi que, além de melhorar a  qualidade dos serviços públicos e facilitar às mães e crianças o acesso a  eles, o que mais falta fazia às mães pobres era o conhecimento e a  solidariedade fraterna, para que pudessem colocar em prática algumas  medidas básicas simples e capazes de salvar seus filhos da desnutrição e  da morte, como por exemplo a educação alimentar e nutricional para as  grávidas e seus filhos, a amamentação materna, as vacinas, o soro  caseiro, o controle nutricional, além dos conhecimentos sobre sinais e  sintomas de algumas doenças respiratórias e como as prevenir. Pensei  então na metodologia que utilizou Jesus para saciar a fome de 5 mil  homens, sem contar as mulheres e as crianças. Era noite e tinham fome.  Os discípulos disseram a Jesus que o melhor era que deixassem suas  casas, mas Jesus ordenou: "Dai-lhes vós de comer". O apóstolo Felipe  disse a Jesus que não tinham dinheiro para comprar comida para tanta  gente. André, irmão de Simão, sinalou a uma criança que tinha dois  peixes e cinco pães. E Jesus mandou que se sentassem em grupos de  cinquenta a cem pessoas (em pequenas comunidades). Então pensei: Por que  morrem milhões de crianças por motivos que podem facilmente ser  prevenidos? Quais são as causas que os tornem criminosos e violentos na  adolescência?  Recordei o começo da minha carreira, quando me  desafiei a querer diminuir a mortalidade infantil e a desnutrição.  Vieram a minha mente milhares de mães que trocaram o leite materno pela  mamadeira diluída em água suja. Outras mães que não vacinam seus filhos,  quando não havia ainda cesta básica no Centro de Saúde. Outras mães que  limpavam o nariz de todos os seus filhos com o mesmo pano, ou pegavam  seus filhos e os humilhavam quando faziam xixi na cama. E ainda mais  triste, quando o pai chegava em casa bêbado. Ao ouvir o grito de fome e  carinho de seus filhos, os venciam mesmo quando eram muito pequenos.  Sabe-se, segundo resultados de pesquisas da OMS (Organização Mundial da  Saúde), cuja publicação acompanhei em 1994, que as crianças maltratadas  antes de um ano de idade têm uma tendência significativa para violência,  e com frequência fazem crimes antes dos 25 anos.  A Igreja, que somos todos nós, que devíamos fazer?  Tive  a seguridade de seguir a metodologia de Jesus: organizar as pessoas em  pequenas comunidades; identificar líderes, famílias com grávidas e  crianças menores de seis anos.  Os líderes que se dispusessem a  trabalhar voluntariamente nessa missão de salvar vidas, seriam  capacitados, no espírito da fé e vida, e preparados técnica e  cientificamente, em ações básicas de saúde, nutrição, educação e  cidadania. Seriam acompanhados em seu trabalho para que não se  desanimassem. Teriam a missão de compartilhar com as famílias a  solidariedade fraterna, o amor, os conhecimentos sobre os cuidados com  as grávidas e as crianças, para que estes sejam saudáveis e felizes.  Assim como Jesus ordenou que considerassem se todos estavam saciados,  tínhamos que implantar um sistema de informações, com alguns indicadores  de fácil compressão, inclusive para líderes analfabetos ou de baixa  escolaridade. E vi diante de mim muitos gestos de sabedoria e amor  apreendidos com o povo.  Senti que ali estava a metodologia  comunitária, pois podia se desenvolver em grande escala pelas dioceses,  paróquias e comunidades. Não somente para salvar vidas de crianças, mas  também para construir um mundo mais justo e fraterno. Seria a missão do  "Bom Pastor", que estão atentos a todas as ovelhas, mas dando prioridade  àquelas que mais necessitam. Os pobres e os excluídos.  Naquela  maravilhosa noite, desenhei no papel uma comunidade pobre, onde  identifique famílias com grávidas e filhos menores de seis anos e  lideres comunitários, tanto católicos como de outras confissões e  culturas, para levar adiante ações de maneira ecumênica, pois Jesus veio  par que "todos tenham vida e vida em abundância" (João 10,10). Isto é o  que precisa ser feito aqui no Haiti: fazer um mapa das comunidades  pobres, identificar as crianças menores de 6 anos e suas famílias e  lideres comunitários que desejam trabalhar voluntariamente.  Desde  a primeira experiência, a Pastoral da Criança cultivou a metodologia de  Jesus, que é aplicada em grande escala. No Brasil, em mais de 40 mil  comunidades, de 7 mil paróquias de todas as 272 diocese e preladias.  Está se estendendo a 20 países. São eles: América Latina e no Caribe:  Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Peru, Venezuela,  Guatemala, Panamá, República Dominicana, Haiti, Honduras, Costa Rica e  México; na África: Angola, Guiné-Bissau, Guiné Conakry e Moçambique e na  Ásia: Filipinas e Timor Leste.  Para organizar melhor e dividir  as informações e a solidariedade fraterna entre as mães e famílias  vizinhas, as ações se baseiam em três estratégias de educação e  comunicação: individual, de grupo e de massas.  A Pastoral da  Criança utiliza simultaneamente as três formas de comunicação para  reforçar a mensagem, motivar e promover mudanças de conduta,  fortalecendo as famílias com informações sobre como cuidar dos filhos,  promovendo a solidariedade fraterna.  A educação e comunicação  individual se fazem através da "Visita Domiciliar Mensal nas Famílias"  com grávidas e filhos. Os líderes acompanham as famílias vizinhas nas  comunidades mais pobres, nas áreas urbanas e rurais, nas aldeias  indígenas e nos quilombos, e nas áreas ribeirinhas do Amazonas.  Atravessam rios e mares, sobem e descem montes de encostas íngremes,  caminham léguas, para ouvir os clamores das mães e famílias, para educar  e fortalecer a paz, a fé e os conhecimentos. Trocam ideias sobre saúde e  educação das crianças e das grávidas; ensinam e aprendem. Com muita  confiança e ternura, fortalecem o tecido social das comunidade, o que  leva a inclusão social.  Motivados pela Campanha Mundial  patrocinadas pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1999, com o  tema "Uma vida sem violência é um direito nosso", a Pastoral da Criança  incorporou uma ação permanente de prevenção da violência com o lema "A  Paz começa em casa". Utilizou como uma das estratégias de comunicação a  distribuição de seis milhões de folhetos com "10 Mandamentos para  alcançar a paz na família", debatíamos nas comunidades e nas escolas, do  norte ao sul do país.  As visitas, entre tantas outras ações,  servem para promover a amamentação materna, uma escola de diálogo e  compartilhar, principalmente quando se dá como alimento exclusivo até os  seis meses e se continua dando como alimento preferencial além do um  ano, inclusive além dos dois anos, complementarmente com outros  alimentos saudáveis.  A sucção adapta os músculos e ossos para  uma boa dicção, uma melhor respiração e uma arcada dentária mais  saudável. O carinho da mãe acariciando a cabeça do bebe melhora a  conexão dos neurônios. A psicomotricidade da criança que mama no peito é  mais avançada. Tanto é assim que se senta, anda e fala mais rápido,  aprende melhor na escola. É fator essencial para o desenvolvimento  afetivo e proteção da saúde dos bebês, para toda a vida. A solidariedade  desponta, promovida pelas horas de contato direto com a mãe. Durante a  visita domiciliar, a educação das mulheres e de seus familiares eleva a  autoestima, estimula os cuidados pessoais e os cuidados com as crianças.  Com esta educação das famílias se promove a inclusão social.  A  educação e a comunicação de um grupo têm lugar cada em cada mês em  milhares de comunidades. Esse é o Dia da Celebração da Vida. Momento  dedicado ao fortalecimento da fé e da amizade entre famílias. Além do  controle nutricional, estão os brinquedos e as brincadeiras com as  crianças e a orientação sobre a cidadania. Neste dia as mães  compartilham práticas de aproveitamento adequado de alimentos da região  de baixo custo e alto valor nutritivo. As frutas, folhas verdes,  sementes e talos, que muitas vezes não são valorizados pelas famílias.  Outra  oportunidade de formação de grupo é a Reunião Mensal de Reflexão e  Evolução dos líderes da comunidade. O objetivo principal desta reunião é  discutir e estabelecer soluções para os problemas encontrados.  Essas  ações integram o sistema de informação da Pastoral da Criança para  poder acompanhar os esforços realizados e seus resultados através de  indicadores. A desnutrição foi controlada. De mais de 50% de desnutridos  no começo, hoje está em 3,1%. A mortalidade infantil foi drasticamente  reduzida e hoje está em 13 mortos por mil nascidos vivos nas comunidades  com Pastoral da Criança. O índice nacional é 2,33, mas se sabe  que as mortes em comunidades pobres, onde estão a Pastoral da Criança, é  maior que é na média geral. Em 1982, a mortalidade infantil no Brasil  foi 82,8 mil nascidos vivos. Estes resultados têm servido de base para  conquistar entidades, como o Ministério da Saúde, Unicef, Banco HSBC, e  outras empresas. Elas nos apoiam nas capacitações e em todas as  atividades básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania. O custo  criança/mês é de menos de US$ 1.  Em relação à educação e à  comunicação de massas apresentará três experiências concretas de como a  comunicação é um instrumento de defesa dos direitos da infância.  Materiais Impressos  O  material impresso foi concebido especificamente para ajudar a formação  do líder da Pastoral da Criança. Os instrutores e os multiplicadores  servem como ferramenta de trabalho na tarefa de guiar as famílias e  comunidades sobre questões de saúde, nutrição, educação e cidadania.  Além do Guia da Pastoral da Criança, se colocou em marcha publicações  como o Manual do Facilitador, Brinquedos e Jogos, Comida e as Hortas  Familiares, alfabetização de jovens e adultos e mobilização social.  O  jornal da Pastoral da Criança, com tiragem mensal de cerca de 280 mil,  ou seja 3 milhões e 300 mil exemplares por ano, chega a todos os líderes  da Pastoral da Criança. É uma ferramenta para a formação continua.  O  Boletim Dicas abarca questões relacionadas com a saúde e a educação  para cidadania. Este especialmente concebido para os coordenadores e  capacitadores da Pastoral da Criança. Cada publicação chega a 7.000  coordenadores.  Para ajudar na vigilância das mulheres grávidas, a  Pastoral da Criança criou os laços de amor, cartões com conselhos sobre  a gravidez e um partos saudável.  Outros materiais impressos de  grande impacto social é o folheto com os 10 mandamentos para a Paz na  Família, 12 milhões de folhetos foram distribuídos nos últimos anos.  Além  desses materiais impressos, se envia para as comunidades da Pastoral da  Criança material para o trabalho de pesagem das crianças, objetos como  balanças e também colheres de medir para a reidratarão oral e sacos de  brinquedos para as crianças brincarem no dia da celebração da vida.  Material de som e vídeo  Outra  área em que a Pastoral da Criança produz materiais é de som e a  produção de filmes educativos. O Show ao vivo da Rádio da Vida,  produzido e gravado no estúdio da Pastoral da Criança, chega a milhões  de ouvintes em todo Brasil. Com os temas de saúde, de educação na  primeira infância e a transformação social, o programa de rádio Viva a  Vida se transmite semanalmente 3.740 vezes. Estamos "no ar", de 2.310  horas semanais em todo Brasil. Além disso, o Programa Viva a Vida também  se executa em vários tipos de sistemas de som de CD e aparados nas  reuniões de grupo.  A Pastoral da Criança também produz filmes  educativos para melhorar e dar conhecimento de seu trabalho nas bases.  Atualmente há 12 títulos produzidos que sem ocupam na prevenção da  violência contra as crianças, comida saudável, na gravidez, e na  participação dos Conselhos Municipais de Saúde, na preservação da AIDS e  outros.  Campanhas  A Pastoral da  Infância realiza e colabora em várias campanhas para melhorar a  qualidade de vida das mulheres grávidas, famílias e crianças. Estes são  alguns exemplos:  # Campanhas de sais de reidratação oral  #  Campanha de Certidão de Nascimento: a falta de informação, a distância  dos cartórios e a burocracia fazem com que as pessoas fiquem sem  certidões de nascimentos.  # Campanha de Certidão de Nascimento: a  falta de informação, a distância dos escritórios e a burocracia fazem  com que as pessoas fiquem sem uma certidão de nascimento. A mobilização  nacional para o registro civil de nascimento, que une o Estado  brasileiro e a sociedade, [busca] garantir a cada cidadão de pleno  direito o nome e os direitos.  # Campanha para promover o  aleitamento materno: o leite materno é um alimento perfeito que Deus  colocou à disposição nos primeiros anos de vida. Permanentemente, a  Pastoral da Criança promove o aleitamento materno exclusivo até os seis  meses e, em seguida, continuar, com outros alimentos. Isso protege  contra doenças, desenvolve melhor e fortalece a criança.  #  Campanha de prevenção da tuberculose, pneumonia e hanseníase: as três  doenças continuam a afetar muitas crianças e adultos em nosso país. A  Pastoral da Criança prepara materiais específicos de comunicação para  educar o público sobre sintomas, tratamento e meios de prevenção destas  doenças.  # Campanha de Saneamento: o acesso à água potável e o  tratamento de águas residuais contribuem para a redução da mortalidade  infantil. A Pastoral da Criança, em colaboração com outros organismos,  mobiliza a comunidade para a demanda por tais serviços a governos locais  e usa os meios ao seu dispor para divulgar informações relacionadas ao  saneamento.  # Campanha de HIV/aids e Sífilis: o teste do  HIV/Aids e sífilis durante o pré-natal permite a redução de 25% para 1%  do risco de transmissão para o bebê. A Pastoral da Criança apoia a  campanha nacional para o diagnóstico precoce destas doenças.  #  Campanha para a Prevenção da morte súbita de bebês "Dormir de barriga  para cima é mais seguro": Com a finalidade de alertar sobre os riscos e  evitar até 70% das mortes súbitas na infância, a Pastoral da Criança  lançou esta grande campanha dirigida às famílias para que coloquem seus  bebês para dormir de barriga para cima.  # Campanha de Prevenção  do Abuso Infantil: Com esta campanha, a Pastoral da Criança esclarece as  famílias e a sociedade sobre a importância da prevenção da violência,  espancamentos e abuso sexual. Esta campanha inclui a distribuição de  folheto com os dez mandamentos para a paz na família, como um incentivo  para manter as crianças em uma atmosfera de paz e harmonia.  #  Campanha - 20 de novembro, dia de oração e de ação para as crianças: A  Pastoral da Criança participa dos esforços globais para a assistência  integral e proteção a crianças e adolescentes, em colaboração com a Rede  Mundial de Religiões para a Infância (GNRC).  Em dezembro de  2009, completei 50 anos como médica e, antes de 2002, confesso que nunca  tinha ouvido falar em qualquer programa da Unicef ou da Organização  Mundial de Saúde (OMS), ou de outra agência da Organização das Nações  Unidas (ONU), que estimulasse a espiritualidade como um componente do  desenvolvimento pessoal.  Como um dos membros da delegação do  Brasil na Assembleia das Nações Unidas em 2002, que reuniu 186 países,  em favor da infância, tive a satisfação de ouvir a definição final sobre  o desenvolvimento da criança, que inclui o seu "desenvolvimento físico,  social, mental, espiritual e cognitivo". Este foi um avanço, e  vem ao encontro do processo de formação e comunicação que fazemos na  Pastoral da Criança. Neste processo, vê-se a pessoa de maneira completa e  integrada em sua relação pessoal com o próximo, com o ambiente e com  Deus.  Estou convencida de que a solução da maioria dos problemas  sociais está relacionada com a redução urgente das desigualdades  sociais, com a eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o  acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e  técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio  ambiente. Como destaca o recente documento do papa Bento 16, "Caritas in  veritate" (Caridade na verdade), "a natureza é um dom de Deus, e  precisa ser usada com responsabilidade." O mundo está despertando para  os sinais do aquecimento global, que se manifesta nos desastres  naturais, mais intensos e frequentes. A grande crise econômica  demonstrou a inter-relação entre os países.  Para não sucumbir,  exige-se uma solidariedade entre as nações. É a solidariedade e a  fraternidade aquilo de que o mundo precisa mais para sobreviver e  encontrar o caminho da paz.  Final  Desde  a sua fundação, a Pastoral da Criança investe na formação dos  voluntários e no acompanhamento de crianças e mulheres grávidas, na  família e na comunidade. Atualmente, existem 1.985.347 crianças,  108.342 mulheres grávidas de 1.553.717 famílias. Sua metodologia  comunitária e seus resultados, assim como sua participação na promoção  de políticas públicas com a presença em Conselhos de Saúde, Direitos da  Criança e do Adolescente e em outros conselhos levaram a mudanças  profundas no país, melhorando os indicadores sociais e econômicos.  Os  resultados do trabalho voluntário, com a mística do amor a Deus e ao  próximo, em linha com nossa mãe terra, que a todos deve alimentar,  nossos irmãos, os frutos e as flores, nossos rios, lagos, mares,  florestas e animais.  Tudo isso nos mostra como a sociedade  organizada pode ser protagonista de sua transformação. Neste espírito,  ao fortalecer os laços que ligam a comunidade, podemos encontrar as  soluções para os graves problemas sociais que afetam as famílias pobres.   Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho  no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e  perigos, e mais perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como  um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los.  Muito Obrigada! Que Deus acompanhe a todos! Dra. Zilda Arns Neumann http://www.universocatolico.com.br/index.php?/o-ultimo-discurso-de-zilda-arns.html  | 
Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes. Ora, o fruto da luz é bondade, justiça e verdade. Procurai o que é agradável ao Senhor, e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente. (Ef 5, 8-11)
domingo, 12 de dezembro de 2010
O último discurso de Zilda Arns
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário