RESUMO DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO 
O Pentateuco - é o nome dado aos cinco primeiros livros da Bíblia (Gen, Ex, Lev, Num, Dt) e constituem a Lei de Moisés ou Torá.
O Pentateuco - é o nome dado aos cinco primeiros livros da Bíblia (Gen, Ex, Lev, Num, Dt) e constituem a Lei de Moisés ou Torá.
O livro do Gênesis - narra as  origens do homem e do mundo criados por Deus, e apresenta-nos a  maravilhosa história dos Patriarcas: Abraão, Isac e Jacó. A mensagem deste livro  é importantíssima. Entre outras coisas traz a revelação de Deus sobre os  seguinte pontos: 
1 - Deus é o Criador do mundo e do  homem. 
2 - Deus é distinto do universo;  quer dizer, não existe o Panteísmo que defende que Deus e o mundo são a mesma  coisa; e o mundo seria apenas uma ¨emanação de Deus¨. 
3 - O mundo é bom.  
4 - O mundo criado manifesta a  glória e a paz de Deus. 
5 - O homem foi criado da terra,  mas foi animado de um espírito de vida (alma) imortal, criado e dado por Deus.  
6 - O homem foi criado para viver  na amizade de Deus. 
7 - O homem foi criado livre.  
8 - A harmonia primitiva foi  destruída pelo pecado da desobediência a Deus. O homem tem a vã esperança de ser  Deus (pecado original).  
9 - O homem foi excluído do  Paraíso. 
10 - Deus faz a Promessa de  Redenção da humanidade através da Mulher. 
11 - O homem foi dominado pelo  pecado e o mal se generaliza: Caím, Torre de Babel, Sodoma e Gomorra, etc..  
12 - Deus faz uma primeira aliança  com o homem através de Noé. 
13 - Deus continua a aliança com  Abraão, Isac e Jacó. 
  O livro do Êxodo - narra a ida do povo de Israel para o Egito e a escravidão alí  sofrida. Deus chama Moisés e através dele tira o povo do Egito milagrosamente;  em seguida estabelece uma Aliança com Moisés e dá ao Povo os seus Mandamentos,  leis, preceitos, ritos e cultos. 
  O livro do Levítico - narra as Leis dos rituais, as leis sociais, as  prescrições, as bênçãos e maldições, os sacrifícios oferecidos a Deus  (holocaustos, oblações, sacrifícios pacíficos, sacrifícios de expiação). Era o  livro dos levitas ou sacerdotes do povo. São as leis relativas ao culto e à  santidade do povo. 
  O livro dos Números - fala do recenseamento do povo feito por Moisés no deserto  e apresenta as listas de nomes e números. Contém ainda outras leis misturadas  com a narrativa da caminhada até as margens do rio Jordão.  
  O livro do Deuteronômio, que quer dizer ¨segunda lei¨, consta de cinco sermões  de Moisés que recapitulam a Lei e narra o fim da vida de Moisés.  
  Os livros Históricos - Há 16 Livros históricos na Bíblia (Josué, Juízes, Rute, I  e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite,  Ester, I e II Macabeus) que narram a história do povo hebreu desde a entrada na  Terra Prometida até os tempos dos Macabeus, já próximo de Jesus cerca de 150  anos. 
  O livro de Josué - Narra a árdua missão de Josué, indicado por Deus a Moisés  para ser o seu sucessor e introduzir o povo na Terra prometida, fazendo o povo  viver as leis que Deus deu a Moisés, distribuindo a terra entre as tribos de  Israel e lutando contra os cananeus. Mostra a fidelidade de Deus às suas  promessas feitas ao povo. É uma continuação lógica do Pentateuco.  
  O livro dos Juízes - narra as suas histórias desde a morte de Josué até Samuel.  Josué ao morrer não deixou sucessor. As doze tribos de Israel já estavam  estabelecidas na terra prometida, mas não tinham um governo central, mas eram  unidas pela religião monoteísta (um só Deus), diferente dos outros povos de  Canaã que tinham muitos deuses (Baal, Aserá, Astarte). Israel convivia com esses  povos pagãos e muitas vezes caiu na idolatria. Neste contexto Deus suscitou os  Juízes em Israel. Eram heróis, muitas vezes dotados de força física ou carismas  especiais para libertarem uma ou mais tribos de Israel dominadas pelos  extrangeiros. Não tinham sucessores nem dinastia, não promulgavam leis e nem  impunham impostos. São o testemunho vivo de que Javé jamais abandonou o seu  povo. Entre os grandes juízes encontramos Eli e Samuel, que foram os únicos que  tiveram autoridade sobre todo o Israel, embora não tinham sido chefes de  exércitos como os outros. Ao todo foram doze juízes. Os maiores foram Otoniel  (da tribo de Judá), Aod (Benjamim), Barac (Neftali), Gedeão (Manassés), Jefté  (Gad), Sansão (Dã). Os menores são Samgar (Simeão), Tolá (Issacar), Jair  (Galaad), Abesã (Aser), Elon (Zabulon) e Abdon (Efraim). Os 21 capítulo de  Juízes cobre um período de quase 200 anos que vai de 1250 a 1050, da morte  de Josué até o primeiro rei de Israel, Saul.  
  O livro de Rute - é posterior ao exílio na Babilônia (587 - 537 AC). Conta a  bela história de Rute, a moabita que desposou Booz, israelita, e dos quais  nasceu Obed, o pai de Jessé, que foi o pai do rei Davi. A finalidade do livro é  transmitir uma história edificante sobre as origens da família de Davi, que  teve, então, entre os seus antepassados uma moabita, isto é, um membro que não  era do povo judeu, e até seu inimigo. Isto já ensina a universalidade da  salvação preparada por Deus para todos os homens (cf. Rt 2,12). O mesmo se dá  com o livro de Jonas. Mateus, na genealogia de Jesus, faz questão de citar Rute,  para significar que Ele não é filho apenas de israelitas, e Salvador não só dos  judeus, mas de todos os homens. 
  Os livros de Samuel - foram escritos após o ano 622AC, e narra as histórias de  Samuel, o último dos Juízes, do rei Saul e do rei Davi. Continuam as narrações  contidas nos livros dos Juízes e cobrem um período da história de Israel de 1050  a 970 aC. Samuel, o último dos juízes foi incumbido por Deus para sagrar o  primeiro rei de Israel, Saul. 
  Os livros dos Reis - narram a história dos reis de Israel, Saul, Davi, Salomão,  etc. , e vai até o exílio do ano 587aC quando aconteceu o exílio para a  Babilônia. Narra a construção do Templo por Salomão, a separação das 12  tribos de Israel em dois reinos rivais (Samaria e Judá), e conta, entre outras  coisas, a queda de ambos os reinos, a destruição de Jerusalém, , a história de  Elias, Eliseu, a Reforma de Josias e a destruição de Jerusalém pelos babilônios.  O livro cobre cerca de 400 anos de história de Israel (970-570 aC). Começa com  os últimos dias de Davi e vai até a libertação de Jeconias, rei de Judá, detido  na Babilônia (561). O livro conta a história dos dois reinos de Israel separados  e rivais. Apresenta os doze reis de Judá, todos da descendência de Davi; e  os dezenove reis da Samaria, pertencentes a nove dinastias diferentes, perdendo,  então, a descendência de Davi. 
Os dois livros das Crônicas I e  II(ou Paralipômenos = as coisas omitidas) - formam com os livros de Esdras e  Neemias um bloco homogêneo chamado de ¨obra do Cronista¨. Narram as  histórias de Israel, repetindo ou completando o que já foi narrado em Samuel e  Reis. Na 
verdade, reapresenta a história  narrada em Samuel e Reis, mas com uma perspectiva ainda mais religiosa. Trazem  uma tabela genealógica desde Adão até Davi; a história do rei Davi, de Salomão e  dos reis de Judá, e procura dar um significado teológico aos acontecimentos  narrados. 
O livro de Esdras (sacerdote) e  Neemias (governador) - são do mesmo autor das Crônicas e contam as histórias  desses personagens importantes que restabeleceram a restauração religiosa e  moral de Israel após o exílio da Babilônia. Cobre uma época que vai de 538 a 430  aC. Narram a construção e a dedicação do Templo, a reconstrução das muralhas e  da cidade de Jerusalém. É o tempo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Foi o  renascimento do judaísmo após o exílio, a partir de Judá que volta do exílio; e  daí nascerá o Messias. Por isso Esdras é chamado o ¨ pai do Judaísmo¨.  
Os livros de Tobias, Judite e  Ester - são livros escritos no gênero literário chamado de midraxe, que é a  narração de um fato histórico com ênfase religiosa, isto é, na ação de Deus que  age em defesa dos fiéis, realçando os aspectos edificantes e moralizantes dos  fatos narrados, com o intuito de formar os leitores. São histórias edificantes  que não se pode saber bem quando ocorreram, e que não se referem a todo o  Israel, mas apenas a uma pessoa, família (Tobias) ou cidade (Judite). São belos  livros, de leitura muito edificante, que mostram a ação de Deus, na vida de uma  pessoa, de uma família ou de uma cidade que nele confia. É importante notar a  figura de duas mulheres, usadas por Deus para a sua obra de salvar o seu povo.  Ester é figura de Nossa Senhora. 
Os livros dos Macabeus - contam a  história do povo Judeu no tempo da opressão dos sírios, especialmente pelo rei  Antíoco IV Epífanes (175 -163), que queria obrigar o povo a praticar as leis  pagãs e rejeitar a lei de Deus. Levantou-se Matatias, sacerdote, como chefe de  guerrilha e guerra contra os sírios, com os seus filhos João, Simão, Judas,  Eleazar e Jônatas. A revolta dos Macabeus surgiu  por esta causa e vai aproximadamente de 175 a 163 aC., já no limiar da chegada  de Jesus. 
Do tempo de Esdras (400) até os  Macabeus (175), temos um período de cerca de 225 anos dos quais a Bíblia nada  fala. Parece terem sido tempos de paz, embora Israel ainda vivesse sob o jugo de  Alexandre Magno, e depois os sírios. 
Os livros sapienciais - Há 7  livros na Bíblia que são chamados de  Sapienciais, isto é, que falam da  sabedoria de Deus. Vamos examiná-los. 
O livro de Jó - foi escrito  no século V antes de Cristo, e medita sobre a questão do sofrimento humano. Por  que sofrem os bons? A sua mensagem principal é que o homem deve humilhar-se no  sofrimento e confiar em Deus que sabe tirar o bem até mesmo do mal. Mostra a  vitória, pela fé, de um homem que mesmo coberto de lepra da cabeça aos pés, sabe  ainda confiar em Deus, sem perder a fé e sem blasfemar. A grande mensagem do  livro é que não podemos conhecer todas as causas do sofrimento, mas  devemos fazer um ato de confiança absoluta em Deus. E não ficaremos frustrados.  
O livros dos Salmos - contém 150  salmos de Davi, Salomão e outros. Eram orações ¨cantadas com o acompanhamento de  instrumentos de corda¨.  Era por excelência o livro de oração dos  judeus e também da nossa Igreja. Canta os louvores de Deus, as lamentações do  povo, os cânticos religiosos, os poemas e as súplicas. Exprimem as mais diversas  situações de ânimo; adoração, louvor, perseguição, saudades do santuário, desejo  de Deus, confissão dos pecados, esperança em Deus que salva, oráculos  messiânicos, cânticos de Sion, etc.. 
O livro dos Provérbios - trazem a  riquíssima sabedoria que o povo judeu armazenou durante a vida muito sofrida,  especialmente no exílio. É o mais representativo da literatura sapiencial  bíblica, que datam do século X a.C., às quais foram acrescentadas normas que são  do séc IV /III aC. Aos poucos a sabedoria foi tomando aspecto religioso, com as  suas raízes no ¨temor do Senhor¨, e procura agradar a Deus. É vista como um dom  de Deus. Os sábios atribuíam a ao próprio Deus a sabedoria. O termo provérbio  vem do hebraico ¨Meschalim¨, que quer dizer ¨Máximas¨. O livro consta de nove  coleções de máximas, as mais antigas atribuídas a Salomão.  
O livro do Eclesiastes - é  parecido com o livro de Jó; uma vez que ambos tratam da questão do sofrimento. O  termo eclesiastes quer dizer ¨orador¨ ou ¨pregador¨, aquele que fala na  assembléia. Enquanto Jó parte a realidade do mal, Eclesiastes parte da vaidade e  da deficiência de todos os bens. Quem lê o livro pode à primeira vista ficar  confuso, quando recomenda o gozo dos bens materiais; no entanto são apenas  reflexões que o autor faz consigo mesmo, contraditórias, antes de chegar às  conclusões. Por fim termina dizendo: ¨teme a Deus e guarda os seus mandamentos¨.  O autor do livro não é Salomão, mas um judeu da Palestina que viveu no  séc. III a.C. 
O livro do Cântico dos Cânticos -  quer dizer ¨o mais belo dos cânticos¨ . O tema do livro é o amor de um homem  chamado Salomão e rei por uma jovem chamada de ¨a sulamita¨, guarda de vinhas e  pastora. A  interpretação é a seguinte: sob a imagem do esposo é figurado  o próprio Deus e, sob a imagem da esposa, a filha de Sion, o povo de Israel, que  Deus escolheu entre todas a nações. Na perspectiva cristã é a figuração de  Cristo (Esposo) e a Igreja (Esposa).Os místicos viram também na figura da esposa  a Virgem Maria e, também, qualquer alma fiel a Deus. As fortes cenas de amor são  uma maneira oriental de se expressas e não devem nos impressionar ou levar-nos a  conclusões erradas; são fortes para mostrar o quanto Deus ama a humanidade.  
O livro da Sabedoria - foi escrito  por um judeu de Alexandria no norte do Egito, com o objetivo de fortalecer a fé  dos judeus que viviam nesta região, de modo a não aderirem à religião dos povos  desta região. Muitos judeus viviam nesta rica cidade fundada por Alexandre Magno  (†324a.C). O autor exalta a Sabedoria judaica, cuja origem é Deus; e quer  mostrar que ela nada é inferior à grega, que domina Alexandria.  
O livro do Eclesiástico (ou  Sirácidas) - A tradução grega é ¨Sabedoria de Jesus filho de Sirac¨. Os cristãos  de língua latina o chamavam de ¨Ecclesiasticus¨, já que era usado para ensinar  os bons costumes aos  catecúmenos que se preparavam para o Batismo. Era o  livro da ¨Ecclesia¨ (Igreja). É um pouco parecido com o livro dos  Provérbios, mas revela uma fase mais avançada do pensamento dos judeus. O livro  deve ter sido escrito aproximadamente no ano 190 aC em Jerusalém, em hebraico, e  depois foi traduzido para o grego em 132 aC. 
  Os livros proféticos - são 18. A partir de Samuel (sec.XI a.C) até Malaquias  (sec.V a.C) a série dos profetas foi ininterrupta e eles exerceram papel muito  importante no reino de Israel: eram conselheiros dos reis, censuravam as  injustiças, condenavam toda idolatria, etc. 
Os profetas Isaías, Jeremias,  Oséias, e Amós, atuaram antes do exílio (587-538 a.C) e mostravam aos reis  e ao povo as suas faltas, pelas quais Deus os abandonaria nas mãos dos  estrangeiros. 
Os profetas Ezequiel e o ¨segundo¨  Isaías (Is 40-55) agiram durante o exílio procurando erguer o ânimo do povo.  
Os profetas Ageu, Zacarias e  Malaquias atuaram depois do exílio incentivando o povo a reconstruir o Templo e  os muros de Jerusalém, além de empreender a reforma religiosa, moral e social da  comunidade judaica e predizendo a glória do futuro Messias.  
  Os profetas Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Abdias, Jonas, Naum, Habacuc,  Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, em número de 12, são chamados de profetas  menores, não porque não foram importantes, mas porque nos deixaram escritos  pequenos, que já no século II antes de Cristo eram colecionados em um só volume  (rolo). Não é possível se saber com exatidão a época em que cada um deles atuou,  mas sabemos que agiram do século VIII ao século III a.C. e fornecem dados  importante da história de Israel e dos povos vizinhos. 
O livro de Isaias - o profeta  viveu de 740 a 690aC. Mas não foi o único autor de todo o livro. Este está  dividido em três partes: Isaias I (capítulos 1-39) é do tempo do profeta; Isaias  II (40-55) é da época do exílio da Babilônia (587-638aC) e Isaias III (56-66)  foi escrito após o exílio na época da  restauração do povo na sua terra. O  profeta Isaías era filho de nobre família de Jerusalém, poeta , foi conselheiro  dos reis Jaotã, Acaz e Ezequias numa época de infidelidade moral e religiosa por  parte do povo de Israel. O livro de Isaías, por isso, é dito da ¨escola de  Isaías¨; isto é, seus discípulos devem ter continuado a obra do mestre através  dos séculos. 
O livro de Jeremias - O profeta  viveu de 650 a 567aC, nasceu perto de Jerusalém. O reino de Judá estava cada vez  mais ameaçado pelos adversários, e o profeta anunciou a ruína da Cidade Santa e  do Templo, por isso foi condenado à morte pelos sacerdotes e falsos profetas,  mas escapou da morte. O livro contém os quarenta anos de pregação do profeta.  
O livro das Lamentações - é  uma coleção de cinco cânticos que choram a queda da Cidade Santa de Jerusalém  ocorrida e 587aC. Os quatro primeiros são acrósticos. Reconhece a culpa do  povo por causa dos seus pecados e o convoca à penitência e à oração.  
O livro de Baruc - Baruc foi  conselheiro e secretário (amanuense ) de Jeremias. Acompanhou-o ao Egito após a  queda de Jerusalém em 587aC; o autor trato do povo no exílio da Babilônia e  exorta-o para que não caia na idolatria dos babilônios, viva a lei de Moisés e  não desanime. 
O livro de Ezequiel - O profeta  Ezequiel (= Deus dá força), era sacerdote, casado, e perdeu a esposa um pouco  antes da queda de Jerusalém em 587aC. Exerceu o seu ministério até 571aC e,  segundo uma tradição judaica morreu apedrejado pelos judeus. Acompanhou o povo  de Judá na fase mais crítica da sua história, quando Jerusalém caiu sob  Nabucodonosor. O livro de Ezequiel tem quatro partes: 1- (cap. 4-24), onde  censura os judeus antes da queda de Jerusalém por causa dos seus pecados; 2-  (cap. 25-32), que contém oráculos contra os povos estrangeiros que oprimiram os  hebreus; 3 - (cap. 33-39), consola o povo durante e após o cerco de  Jerusalém, prometendo-lhe tempos melhores; 4 - (40-48), descreve a nova cidade e  o novo Templo após a volta do exílio. 
O livro de Daniel - O profeta  Daniel (=Deus é meu juíz), é o principal personagem do Livro. Os capítulos de 1  a 6 formam um núcleo histórico e contam a históri do profeta. Daniel foi um  hebreu deportado para a Babilônia em 606 aC, fiel à lei de Deus, que o  enriqueceu com dons diversos, tendo-se tornado importante na corte de Babilônia.  Os capítulos 7 a 12 tem uma forma apocalíptica, que tem o seguinte sentido: na  época em que os judeus estavam oprimidos por Antíoco Epifanes (167-164 aC) um  hebreu piedoso escreveu a história dos último séculos de Israel, com a  finalidade de animar os irmãos e apresentou a sua época como próxima da  libertação messiânica. Faz referência ao Filho do Homem (7,13) e ao seu reino  definitivo sobre as nações. Mais do que um livro profético, é um Midraxe e um  Apocalipse, escrito no século II aC, não pelo profeta, mas por alguém que contou  a sua história. 
Os profetas menores  
Amós - era natural de Técua  (Judá). Pastor de gado e cultivador de sicômoros. Exerceu o chamado profético no  reino da Samaria, sob o rei Jeroboão (783-743 aC). Pregou contra o luxo, a  depravação dos costumes, o culto idolátrico, previu a queda do reino da Samaria  em 721aC nas mãos dos Assírios. Foi um ministério curto mas forte.  
Oséias - pregou também no  reino do norte, da Samaria, sob Jeroboão II (783-743 aC). O livro mostra as  relações de Javé com o povo judeu simbolizadas pelo casamento do profeta, que se  casa com uma mulher leviana (Gomer), que o engana; mas que cai na escravidão; é,  então resgatada pelo profeta que a recebe de novo como esposa. O tema principal  do livro é o amor de Javé pelo seu povo. 
Miquéias - profetizou sob Joatã,  Acaz e Ezequias, reis de Judá (740-690 aC). Deve ter conhecido a queda do reino  do norte em 721 e a invasão de Judá em 701 por Senaquerib. O profeta  Jeremias cita um dos seus oráculos contra Judá (Jr 26, 18). Encontramos neste  livro uma notável profecia messiânica (5,1-4). 
Sofonias - Exerceu seu ministério  sob o piedoso rei Josias (640-609 aC), que fez uma forte reforma religiosa em  622 (2Rs22,3-23,21). A mensagem principal de Sofonias é o anúncio do Dia do  Senhor, também abordado por Amós e Isaías. O Senbor salvará o resto do seu povo,  que lhe servirá na justiça, na humildade e na piedade. 
Naum - era natural de Elcós. Trata  somente da queda de Nínive, capital do império Assírio, que ameaçava os povos  vizinhos e Judá. O livro é pouco anterior à queda de Nínive em 612 aC.  
Habacuc - O livro trata do tema  ¨porque o ímpio prevalece sobre o justo e o oprime?¨. É da época das ameaças dos  Assíris sobre Israel. O Senhor responde indicando a queda final dos ímpios e a  vitória dos justos. Mostra que Deus, por caminhos obscuros, prepara a vitória do  direito e dos justos. ¨O justo viverá pela fé¨ (Hab 2,4; Rm 1, 17; Gal 3, 11; Hb  10,38). 
Ageu - este profeta dá início ao  último período dos profetas, após o exílio. O tom e a da Restauração. Ageu  acompanha o povo na volta da Babilônia. Essa gente era hostilizada pelos  estrangeiros que moravam na Judéia e nos países vizinhos, passava dificuldades.  Então o profeta exorta este povo a reconstruir o Templo, e isto como condição  para a vinda de Javé e do seu reino. Exerceu seu ministério no ano 520aC.  
Zacarias - Exerceu o ministério  também por volta do ano 520aC.,  após o retorno do exílio. O livro se  refere a oito visões do profeta que tratam da restauração e da salvação de  Israel. Seguem-se os oráculos messiânicos. A segunda parte do livro é de  difícil entendimento, com fatos históricos difíceis de conhecer e com um  apocalipse que descreve as glórias de Jerusalém nos últimos tempos.  
Malaquias - seu nome  significa ¨meu mensageiro¨. Dois grandes temas são abordados pelo profeta: as  faltas dos sacerdotes e dos fiéis na celebração do culto; e o escândalo dos  matrimônios mistos e dos divórcios. O Senhor anuncia o dia do Senhor que  purificará os sacerdotes e levitas, punirá os maus e concederá o bem aos justos.  Fala da promessa da vinda de Elias que precederá o dia do juízo final. O  livro de aproximadamente 515 aC, anterior à proibição dos casamentos mistos  devida à reforma de Esdras e Neemias em 445 aC. 
Abdias - é o menor dos livros  proféticos, e de difícil entendimento. Dirigido a Edom, povo vizinho de Judá,  sob o rei Jorã (848-841 aC). O livro exalta a justiça e o poder de Javé, que age  como defensor do direito. 
Joel - o livro foi escrito após o  exílio, próximo do ano 400aC. É um compêndio da escatologia (últimos tempos)  judaica. Descreve o Dia do Senhor, caracterizado pela efusão do Espírito Santo,  o juízo sobre as nações e a restauração messiânica do povo eleito. O ataque dos  gafanhotos, da primeira parte, indica os acontecimentos que antecederão  imediatamente o Dia do Senhor. A segunda parte tem a forma de um apocalípse que  descreve a intervenção final de Deus na história, com abalo cósmico.  
Jonas - é diferente de todos os  outros livros proféticos. Narra a história de um profeta, Jonas, que  recusou a ordem do Senhor para que fosse pregar aos ninivitas. Milagrosamente  conduzido pela providência divina chega a Nínive e consegue converter a grande  cidade. Deus lhe ensina que a sua misericórdia atinge a todos os povos. É uma  narração didática, parabólica, não história, para mostrar aos judeus do século V  aC, muito nacionalistas, que a salvação é universal. 
RESUMO DOS LIVROS DO NOVO  TESTAMENTO 
Os Evangelhos  
A palavra ¨Evangelho¨ vem do grego  ¨evangélion¨, que quer dizer ¨Boa Notícia¨. Para os apóstolos era ¨aquilo que  Jesus fez e disse¨(At 1,1). É a força renovadora do mundo e do homem.  
A Igreja reconhece como canônicos  (inspirados por Deus) os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os  três primeiros são chamados de ¨sinóticos¨ porque podem ser lidos em paralelo,  já o de São João é bastane diferente. Existem também evangelhos apócrifos que a  Igreja não reconheceu como Palavra de Deus. São os de Tomé, de Tiago, de  Nicodemos, de Pedro, os Evangelhos da Infância, etc. Eles contém verdades  históricas junto narrações fantasiosas e heresias. 
Os evangelhos são simbolizados  pelos animais descritos em Ez 1,10 e Ap 4,6-8: o leão (Marcos), o touro (Lucas),  o homem (Mateus), a águia (João). Foi a Tradição da Igreja nos séculos II a IV  que tomou esta simbologia tendo em vista o início de cada evangelho. Mateus  começa apresentando a genealogia de Jesus (homem); Marcos tem início com João no  deserto, que é tido como morada do leão; Lucas começa com Zacarias a sacrificar  no Templo um touro, e João começa com o Verbo eterno que das alturas desce como  uma águia para se encarnar. 
Jesus pregou do ano 27 a 30 sem  nada deixar escrito, mas garantiu aos Apóstolos na última Ceia, que o Espírito  Santo os faria ¨relembrar todas as coisas¨ (Jo14, 25) e lhes ¨ensinaria toda a  verdade¨ (Jo 16,13). Desta promessa, e com esta certeza, a Igreja que nasceu com  Pedro e os Apóstolos, sabe que nunca errou o caminho da salvação. De 20 a 30  anos após a morte de Jesus os Apóstolos sentiram a necessidade de escrever o que  pregaram durante esses anos, para que as demais comunidades fora da Terra Santa  pudessem conhecer a mensagem de Jesus. 
O Evangelho de Mateus - é  o primeiro que foi escrito, em Israel e em aramaico, por volta do  ano 50. Serviu de modelo para Marcos e Lucas. O texto de Mateus foi traduzido  para o grego, tendo em vista que o mundo romano da época falava o grego. O texto  aramaico de Mateus se perdeu. Já no ano 130 o Bispo Pápias, da Frígia, fala  deste texto. 
Também Santo Irineu (†200), que  foi discípulo de S. Policarpo, que por sua vez foi discípulo de S. João  evangelista, fala do Evangelho de Mateus, no século II. 
Comprova-se aí a historicidade do  Evangelho de Mateus. Ele escreveu para os judeus de sua terra, convertidos ao  cristianismo. Era o únicos dos apóstolos habituado à arte de escrever, a  calcular e a narrar os fatos. Compreende-se que os próprios Apóstolos do tenham  escolhido para esta tarefa. O objetivo da narração foi mostrar aos judeus que  Jesus era o Messias anunciado pelos profetas, por isso, cita muitas vezes o  Antigo Testamento e as profecias sobre o Messias. Como disse Renan, o evangelho  de Mateus tornou-se ¨o livro mais importante da história universal¨.  
O Evangelho de Marcos - S. Marcos  não foi apóstolo, mas discípulo deles, especialmente de Pedro, que o chama de  filho (1Pe 5,13). Foi também companheiro de S. Paulo na primeira viagem  missionária (At 13,5; Cl 4, 10; 2Tm 4,11). O testemunho mais antigo sobre a  autoria do segundo evangelho, é dado pelo famoso bispo de Hierápolis, na Ásia  Menor, Pápias (†135). 
O Evangelho de Lucas - Lucas não  era judeu como Mateus e Marcos (isto é interessante!), mas pagão de Antioquia da  Síria (Cl 4, 10-14). Era culto e médico. Ligou-se profundamente a S. Paulo e o  acompanhou em trechos da segunda e terceira viagem missionária do apóstolo (At  16, 10-37; 20,5-21). No ano de 60 foi para Roma com Paulo (At 27,1-28) e ficou  com ele durante o seu primeiro cativeiro (Cl 4, 14; Fm 24) e acompanhou Paulo no  segundo cativeiro (2Tm 4,11). A Tradição da Igreja dá  seguinte testemunho  deste Evangelho. 
O texto foi escrito em grego, numa  linguagem culta e há uma afinidade com a linguagem e a doutrina de S. Paulo. foi  escrito por volta do ano 70. Como escreveu para os pagãos convertidos ao  cristianismo, não se preocupou com o que só interessava aos judeus.  
Mateus mostra um Jesus como Mestre  notável por seus sermões - o novo Moisés, Marcos o apresenta como o herói  admirável ( o Leão da tribo de Judá - Ap 5,5), Lucas se detém mais nos traços  delicados e misericordiosos da alma de Jesus. É o evangelho da salvação e da  misericórdia. É também o evangelho do Espírito Santo  e da oração. E não  deixa de ser também o evangelho da pobreza e da alegria dos pequenos e humildes  que colocam a confiança toda em Deus. 
O Evangelho de João - S. João era  filho de Zebedeu e Salomé (cf. Mc 15,40) e irmão de Tiago maior (cf. Mc 1,  16-20). Testemunhou tudo o que narrou, com profundo conhecimento. É o ¨discípulo  que Jesus amava¨ (Jo 21,40). Este evangelho foi escrito entre os anos 95 e 100  dC., provavelmente em Éfeso onde João residia. 
João não quis repetir o que os  três primeiros evangelhos já tinham narrado, mas usou essas fontes. Escreveu um  evangelho profundamente meditado e teológico, mais do que histórico como os  outros. Contudo, não cedeu a ficções ou fantasias sobre o Mestre, mostrando  inclusive dados que os outros evangelhos não tem. Apresentando essa  doutrina ele quis fortalecer os cristãos contra as primeiras heresias que já  surgiam, especialmente o gnosticismo que negava a verdadeira encarnação do  Verbo. Cerinto e Ebion negavam a divindade de Jesus, ensinando a heresia segundo  a qual o Espírito Santo descera sobre Jesus no batismo, mas o deixara na Paixão.  É um evangelho profundamente importante para a teologia dogmática e sacramental  especialmente. 
Os Atos dos Apóstolos  
Não há dúvida de que foi escrito  por S. Lucas, médico e companheiro de S. Paulo. Conta a história da Igreja,  desde Pentecostes, guiada pelo Espírito Santo,  até chegar em Roma com S.  Pedro e S. Paulo. 
Teofilacto (†1078) dizia que: Os  evangelhos apresentam os feitos do Filho, ao passo que os Atos descrevem os  feitos do Espírito Santo¨. 
O livro se divide em duas partes:  uma que é marcada pela pessoa de Pedro (At 1 a 12), e a outra marcada por Paulo  (At 13 a 28) . Pedro leva o evangelho de Jerusalém à Judéia e à Samaria,  chegando até a conversão marcante do primeiro pagão, batizado, Cornélio (At  10,1-11), o que abriu a porta da Igreja para os não judeus. Paulo promove a  evangelização dos gentios mediante três viagens missionárias de grande  importância. O capítulo 15 é a ligação entre as duas partes do livro, mostrando  Pedro e Paulo juntos em Jerusalém, no ano 49, no importante Concílio de  Jerusalém, que aboliu a circuncisão e reconheceu que o Reino de Deus é para toda  a humanidade. 
O testemunho mais antigo de que  Lucas é o autor dos Atos é o chamado cânon de Muratori, do século II, que  afirma: 
¨As proezas de todos os apóstolos  foram escritas num livro. Lucas, com dedicatória ao excelentíssimo Teófilo, aí  reconheceu todos os fatos particulares que se desenrolaram sob seus olhos e os  pôs em evidência deixando de lado o martírio de Pedro e a viagem de Paulo da  Cidade (Roma) rumo à Espanha.¨ 
Notamos que o início de Atos dá  uma sequência lógica ao final do evangelho de Lucas, e ambos são dedicados a  Teófilo, além de que o estilo e o vocabulário são parecidos. Segundo São  Jerônimo (348-520) os Atos foram escritos em Roma, quando Lucas estava alí ao  lado de Paulo prisioneiro, em grego, por volta do ano 63. 
Os Atos dos Apóstolos são portanto  o primeiro livro de História da Igreja nascente, escrito por uma testemunha  ocular dos fatos, que os narrou de maneira precisa e sóbria. Aí podemos conhecer  o rosto da Igreja no primeiro século, sua organização, etc. É o evangelho do  Espírito Santo. 
As cartas de São Paulo  
Paulo (ou Saulo) nasceu em Tarso  na Cilícia (Ásia menor) no início da era cristã, de família israelita, muito  fiel à doutrina e à tradição judaica; seu pai comprara a cidadania romana, o que  era possível naquele tempo, então Saulo nasceu como cidadão romano, legalmente.  Aos 15 anos de idade foi enviado para Jerusalém onde recebeu a formação do  rabino Gamaliel (At 22,3; 26,4;5,34), e foi formado na arte rabínica de  interpretar as Escrituras, e deve ter aprendido a profissão de curtidor de  couro, seleiro. Por volta do ano 36 era severo perseguidor dos cristãos, mas se  converteu espetacularmente quando o próprio Senhor lhe apareceu na estrada de  Jerusalém para Damasco, onde foi batizado por Ananias. Em seguida permaneceu num  lugar perto de Damasco chamado Arábia. No ano 39 se encontrou com Pedro e Tiago  em Jerusalém (Gal 1, 18) e depois voltou para Tarso (At 9,26-30) acabrunhado  pelo fracasso do seu trabalho em Jerusalém. Alí ficou por cerca de 5 anos, até o  ano 43. Nesta época, Barnabé, seu primo, que era discípulo em Antioquia,  importante comunidade cristã fundada por S.Pedro, o levou para lá. Em 44 Paulo e  Barnabé são encarregados pela comunidade de Antioquia para levar a ajuda  financeira aos irmãos pobres de Jerusalém. No ano 45, por inspiração do Espírito  Santo, Paulo e Marcos (o evangelista) foram enviados a pregar aos gentios (At  13,1-3). A primeira viagem durou cerca de 3 anos (45-48) percorrendo a ilha de  Chipre a parte da Ásia Menor. No ano de 49 Paulo e Barnabé vão a Jerusalém para  o primeiro Concílio da Igreja, para resolver a questão da circuncisão, surgida  em Antioquia. A segunda viagem foi de 50 a 53, durante a qual Paulo escreveu, em  Corinto, as duas cartas aos Tessalonicenses (At 15,36-18,22). São as primeiras  cartas de Paulo. A terceira viagem foi de 53 a 58. Neste período ele escreveu  ¨as grandes epístolas¨, Gálatas e I Coríntios, em Éfeso; II Coríntios, em  Filipos; e aos Romanos, em Corinto. No final desta viagem Paulo foi preso por  ação dos judeus e entregue ao tribuno romano Cláudio Lísias, que o entregou ao  procurador romano Felix, em Cesaréia. Aí Paulo ficou preso dois anos (58-60),  onde apelou para ser julgado em Roma; tinha direito a isso por ser cidadão  romano. Partiu de Cesaréia no ano 60 e chegaram em Roma em 61, após sério  naufrágio perto da ilha de Malta. Em Roma ficou preso domiciliar até 63. Neste  período ele escreveu as chamadas ¨cartas do cativeiro¨ (Filemon, Colossenses,  Filipenses e Efésios). Depois deste período Paulo deve ter sido libertado e ido  até a Espanha, ¨os confins do mundo¨ (Rom 15,24), como era seu desejo. Em  seguida deve ter voltado da Espanha para o oriente, quando escreveu as Cartas  pastorais a Tito e a Timóteo, por volta de 64-66. Foi novamente preso no ano 66,  no  oriente, e enviado a Roma, sendo morto em 67 face à perseguição  de Nero contra os cristãos desde o ano 64. S. Paulo foi um dos homens mais  importantes do cristianismo. Deixou-nos 13 Cartas. Vejamos um resumo delas.  
As Cartas aos Tessalonicenses  
As duas cartas tem como tema  central a segunda vinda de Jesus (Parusia), que as primeiras comunidades cristãs  esperavam para breve e a sorte dos que já tinham morrido. Paulo admoesta a  comunidade para a importância da vigilância. As cartas do Apóstolo depois delas  falam mais do Cristo presente na Igreja do que da sua segunda vinda.  
Tessalônica era porto marítimo  muito importante da Grécia, onde havia forte sincretismo religioso e decadência  moral; havia uma colônia judaica na cidade, e é na sinagoga que Paulo começa a  pregar o Evangelho. Havia dúvidas sobre a iminente volta do Senhor.  
Na segunda carta Paulo retoma o  mesmo assunto, exortando os fiéis a trabalharem, uma vez que ninguém sabe a data  da vinda do Senhor. As cartas devem ter sido escritas por volta do ano 52 quando  estava em Corinto, durante a sua segunda viagem missionária pela Ásia.  
A Carta aos Gálatas  
São Paulo visitou os gálatas na  segunda e na terceira viagem apostólica. É hoje a região de Ankara na Turquia. A  carta foi escrita por volta do ano 54, quando Paulo estava em Éfeso, onde ficou  por três anos. O motivo da carta são as ameaças dos cristãos oriundos do  judaísmo que querem obrigar ainda a observância da Lei de Moisés. Paulo mostra  que é a fé em Jesus que salva e não a Lei. E exorta os gálatas a viverem as  obras do Espírito e não as da carne.
Esta carta é também um documento  autobiográfico de São Paulo, além de ser um documento de alta  espiritualidade.
A Carta aos Coríntios  
Corínto ficava na Grécia, região  chamada de Acaia, e no ano 27aC. Cesar Augusto, imperador romano, fez de Corinto  a capital da província romana da Acaia. Foi nesta cidade portuária, rica e  decadente na moral, que Paulo fundou uma forte  comunidade cristã na sua  segunda viagem. Aí encontrou o casal Átila e Priscíla que muito o ajudou. Paulo  ficou um ano e seis meses em Corinto, até o ano 53. Na sua terceira viagem ele  ficou três anos em Éfeso, também na Grécia, e daí escreveu para os coríntios. A  primeira carta contém sérias repreensões dos pecados da comunidade: as divisões  e a imoralidade. Em seguida dá respostas a questões propostas sobre o  matrimônio, a virgindade, as carnes imoladas aos ídolos, as assembléias de  oração, a ceia eucarística, os carismas, a ressurreição dos mortos, etc. É uma  das cartas mais amplas de S. Paulo em termos de doutrina e disciplina na  Igreja.
A segunda carta é bem diferente da  primeira, não é tanto doutrinária, mas trata das relações de Paulo com a  comunidade, e desfaz mal entendidos, inclusive, e faz a sua defesa diante de  acusações sérias que recebeu dos cristãos judaizantes. Nesta carta Paulo mostra  a sua alma, seus sofrimentos e angústias pelo reino de Cristo. Resume-se na  frase: ¨É na fraqueza do homem que Deus manifesta toda a sua força¨ (2Cor  12,9).
A Carta aos Romanos  
A carta aos romanos é bem  diferente das outras cartas de São Paulo, pelo fato de ser uma comunidade cristã  que não foi fundada por ele, o que foi feito por S. Pedro. Esta carta foi  escrita no final da terceira viagem missionária de Paulo, em Corinto, por volta  do ano 57/58a fim de preparar a sua chegada em Roma. É uma carta onde temos o  ponto mais elevado da elaboração teológica do apóstolo. Não trata de assuntos  pessoais, mas da vida cristã, a justificação por Cristo que nos faz ser e viver  como filhos de Deus e mostra a Lei de Moisés como algo provisório na história do  povo de Deus. O ponto alto da carta é o capítulo 8, onde mostra que a vida  cristão é uma vida conforme o Espírito Santo, que habita em nós, nos leva à  santificação, vencendo as obras da carne, levando-a à transfiguração no dia da  ressurreição universal. Tudo foi preparado por Deus Pai que nos fez filhos no  Seu Filho, a fim de dar a Cristo muitos irmãos, co-herdeiros da glória do  Primogênito (8,14-18).
As Epístolas do Cativeiro  
  Essas cartas são as escritas a Filemon, aos Colossenses, aos Efésios e aos  Filipenses. Cada uma delas apresenta Paulo prisioneiro (Fm 1.9.10.13; Cl 4,  3.10.18; Ef 3,1; 4,1; 6,20; Fl 1, 7.13s). Trata-se do primeiro cativeiro em Roma  (At 27,1-28). Paulo também esteve preso em Filipos (At 16,23-40); Jerusalém (At  21,31-23,31), em Cesaréia (At 23,35-26,32); em Roma segunda vez (2Tm 1,8.12.16s;  2, 9).
Carta a Filemon  
Quando Paulo estava preso em  Roma pela primeira vez, entre os anos 61- 63, foi procurado pelo escravo  Onésimo, que fugira de seu patrão Filemon em Colossos e procurou abrigo em Roma.  Pela legislação judaica o escravo fugitivo não devia ser devolvido ao dono (Dt  23,16), diferente da lei romana que protegia o patrão. Então Paulo devolve  Onésimo a a Filemon, cristão, e pede-lhe que pela caridade de Cristo, receba o  escravo não mais como coisa, mas como um irmão. É a primeira declaração dos  direitos humanos no cristianismo. 
Carta aos Filipenses  
Filipos era uma grande cidade  fundada por Filipe II, pai do Imperador macedônio Alexandre Magno, e que o  imperador romano Augusto transformou em importante posto avançado de Roma  (At 16,12). Durante suas viagens Paulo esteve três vezes em Filipos, e fez  fortes laços de amizade com os cristãos. Esta carta é chamada de ¨a carta da  alegria cristã¨, por repetir 24 esta palavra, aos filipenses que sofriam  perseguições, como ele na prisão. ¨Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito,  alegrai-vos! ¨ (Fl 4,1). Nada pode tirar a alegria daquele que confia em Jesus.  
Carta aos Colossenses  
Colossos era notável centro  comercial, que ficava na Frígia, na Ásia Menor, a 200 km de Éfeso, próxima de  Laodicéia e Hierápolis. Paulo esteve por duas vezes na região da Frígia. O  motivo da carta são os pregadores de ¨doutrinas estranhas¨, provocando um  sincretismo religioso, com elementos judaicos, cristão e pré-gnósticos. Paulo  fala do primado absoluto de Jesus Cristo, numa linguagem que os gnósticos  entendiam. O ponto alto da carta é o hino cristológico (1,15-20) que mostra  Cristo como o primeiro e o último, o Senhor absoluto no plano da criação e da  redenção. 
http://www.universocatolico.com.br/index.php?/resumo-dos-livros-da-biblia.html

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