sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Novos xamãs ensinam em SP a ginástica dos bruxos mexicanos

[folha]

RICARDO FELTRIN
  
Está bem enganado quem ainda associa o xamanismo a rituais indígenas no deserto, em volta do fogo, envolvendo encantamentos e conjuros a forças sobrenaturais.
O xamanismo no século 21 é uma filosofia aplicada que inclui exercícios para combater estresse, fadiga e tensão, entre outros dramas urbanos.
Esse conhecimento chega às grandes cidades por meio de workshops como o que ocorrerá em São Paulo nos dias 24 e 25 (leia à pág. 6).
O curso será ministrado por dois discípulos diretos de Carlos Castaneda (1925-1998), o controverso antropólogo e autor de "A Erva do Diabo", um mito do século 20.
Os professores-xamãs são os norte-americanos Miles Reid, médico formado em Buenos Aires e especialista em plantas, e Aerin Alexander, terapeuta corporal formada na Califórnia. Eles criaram a "Being Energy" (ser energia), clínica que dissemina técnicas aprendidas por ambos diretamente com o mestre Castaneda, com quem conviveram um pouco há 20 anos.

"Esses movimentos restauram, redistribuem energia e causam bem-estar", disse Reid, em entrevista à Folha. Para quem olha de fora, tais exercícios ou "passes energéticos", como agora são chamados (Castaneda os chamava de "passes mágicos"), lembram artes marciais. São feitos em séries de oito, nove, 12 ou mais movimentos.
Um exemplo de exercício: a pessoa posiciona as duas mãos a dez centímetros do lado esquerdo do abdome, na altura do baço, e simula estar segurando um cilindro de 30 centímetros de comprimento; roda o "cilindro" para baixo até onde o pulso aguentar por seis vezes; vai para o lado direito do abdome e faz o mesmo gesto seis vezes, agora sobre o fígado.
TOURO BRAVO
Há outro exercício em que o praticante leva os dois braços ao lado do corpo em posição de 90 graus (as mãos ficam abertas a 20 centímetros diante do estômago) e raspa os pés alternadamente no chão, como se limpasse a sola do sapato ou fosse um touro bravo. Uma sequência completa leva 20 minutos.
Segundo a brasileira Patrícia Aguirre, psicóloga, qualquer pessoa pode praticar.
O empresário mineiro Jarbas Martins, 50, diz seguir esse ramo do xamanismo há oito anos. "Como efeito principal, os passes me trouxeram bem-estar físico. Quando pratico alcanço harmonia corporal, emocional e mental."
Eduardo Silva Neto, 45, médico, faz os exercícios há dois anos. "Proporcionam um bem-estar inegável. E são uma pausa na vida atribulada, resultando em autoconhecimento e saúde mental."
A psicóloga Heloísa Antonia Franco diz fazer os passes com frequência há dois anos e meio. "O 'caminho do guerreiro' [outro nome dado ao xamanismo] amplia nosso arsenal de ferramentas para enfrentar o campo de batalha."
Segundo ela, a prática mudou seu corpo e sua mente. "O corpo se torna mais atento, uma antena de captação de forças que nos atravessam. Os exercícios nos preparam para usar todos os nossos recursos corporais e mentais."
Os verdadeiros seguidores do xamanismo moderno, porém, não fazem só esses passes. Há exercícios mais complexos envolvendo respiração, recuperação de lembranças da própria vida ("recapitulação") e uma técnica intitulada "parar o diálogo interno" -quando a pessoa força a mente a silenciar enquanto faz longas caminhadas.
Os xamãs modernos dizem ser possível a qualquer pessoa disciplinada parar o fluxo confuso de pensamentos.
A revelação de que os feiticeiros faziam ginástica para redistribuir a energia do corpo e elevar seu poder chegou ao público em 1995, quando Castaneda ressurgiu após um retiro de quase 20 anos. Foi então que ele passou a ensinar os movimentos em seminários no México. Reid, 48, e Alexander, 44, estavam lá.
Em 1998, pouco antes de morrer, o escritor estendeu esse conhecimento ao mundo no livro "Passes Mágicos" (esgotado no Brasil). Uma versão do livro saiu quase ao mesmo tempo em vídeo -e ambos causaram mais polêmica em torno do escritor.
A obra trazia um novo paradigma em relação aos livros já publicados: agora já não era preciso ser um eleito para virar xamã; qualquer pessoa disposta a praticar diariamente e a ter uma vida disciplinada também poderia se tornar um adepto dessa arte.
Apesar disso, Castaneda havia sido iniciado no xamanismo "clássico", envolvendo rituais longos, uso de plantas alucinógenas, disciplina rígida e vida solitária.


SONHANDO ACORDADO
O escritor já havia sido acusado de mistificador quando escreveu que também por meio de disciplina era possível a qualquer um vivenciar os sonhos com consciência parecida com a que temos quando acordados.
"Isso é absurdo", atacaram psicólogos e outros especialistas na psique humana. O mesmo disseram alguns sobre a afirmação de que é possível interromper o fluxo de pensamentos.
Grosso modo, a técnica de "parar o diálogo interno" também é praticada por outras linhas filosóficas aplicadas, como a "Quarto Caminho", escola criada pelo armênio George Ivanovitch Gurdjieff (1866-1949).
Assim como o hinduísmo, o budismo e a medicina chinesa, os xamãs acreditam que o corpo é controlado por centros energéticos invisíveis aos olhos. Esses centros seriam manipuláveis, por agulhas ou movimentos coordenados.
Até 2010, Reid e Alexander (que são casados e pais de Axl, 5) integraram a Cleargreen, uma instituição criada pelo próprio escritor nos anos 1990. Após deixar o grupo, eles renomearam os "passes mágicos" e passaram a divulgar o conhecimento em seus próprios workshops.
"Não sentimos que houve uma ruptura ou um rompimento [com a Cleargreen]. O que há é a ampliação dos veículos e das formas de divulgar o conhecimento do mestre", afirmou Reid. 

xxx
Sol Místico da Sagrada Tradição Xamanismo Ancestral.
Conforme a Wikipédia, a enciclopédia livre, o xamanismo é um termo genericamente usado em referência a práticas etnomédicas, mágicas, religiosas (animista, primitiva) e filosóficas (metafísica), envolvendo cura, transe, supostas metamorfoses e contato direto entre corpos e espíritos de outros xamãs, de seres míticos, de animais, dos mortos, etc.
A palavra xamã vem do russo, tungue saman corresponde à práticas dos povos não budistas das regiões asiáticas e árticas especialmente a Sibéria (região centro norte da Ásia). Apesar, como assinala Mircea Eliade da especificidade dessas práticas na região (em especial as técnicas do êxtase dos tungues, Iacutes, mongóis, turco-tártaros etc.), não existe, contudo origem histórica ou geográfica para o xamanismo como conhecido hoje, tampouco algum princípio unificador. Outros nomes para sua tradução seriam feiticeiros, médico-feiticeiros, magos, curandeiros e pajés.
Antropólogos discutem ainda na definição xamanismo a experiência biopsicossocial do transe e êxtase religioso, bem como as implicações sociais da definição do xamanismo como fato social. É considerado uma tradição equivalente à magia enquanto prática individualizada relacionada aos problemas e técnicas e ciência da sobrevivência cotidiana (agricultura, caça, medicina, etc.) ou ao fenômeno religioso, abstrato, coletivo, normatizador.
O sacerdote do xamanismo é o xamã, que geralmente entra em transe durante rituais xamânicos, manifestando poderes incomuns, invocando espíritos, plantas etc., através de objetos rituais, do próprio corpo ou do corpo de assistentes e pacientes. A comunicação com estes aspectos sutis da vida pode se processar através de estados alterados de consciência. Estados esses alcançados através de batidas de tambor, danças e até ervas enteógenas.
As variações "culturais" são muitas mas, em geral, o xamã pode ser homem ou mulher, a depender da cultura, e muitas vezes há na história pessoal desse indivíduo um desafio, como uma doença física ou mental, que se configura como um chamado, uma vocação. Depois disto há uma longa preparação, um aprendizado sobre plantas medicinais e outros métodos de cura, e sobre técnicas para atingir o estado alterado de consciência e formas de se proteger contra o descontrole.
O xamã é tido como um profundo conhecedor da natureza humana, tanto na parte física quanto psíquica.
De acordo com Eliade (o.c.), entre os manchus e os tungues da Manchúria a tradição dos dons xamânicos costuma ser feita de avô para neto, pois o filho ocupa-se em prover as necessidades do pai, isso no caso dos amba saman (xamãs do clã). Os xamãs independentes seguem a sua própria vocação. O reconhecimento como xamã só pode ser feito pela comunidade inteira depois de uma prova iniciática. Ainda segundo esse autor das referências a distúrbios psicológicos (especialmente no processo de formação) o ideal iacuto de um xamã é: um homem sério, que sabe convencer os que estão à sua volta, não presunçoso nem colérico. Entre os kazak-quirguizes o baqça, guardião das tradições religiosas é também cantor, poeta, músico, adivinho, sacerdote e médico.
Talvez pela experiência do sofrimento antes da iniciação ou experiência de possessão o xamã é confundido com indivíduos portadores de distúrbio mental tipo epilepsia, histeria e psicose, Lévi-Strauss citando os estudos de Nadel e de Mauss na introdução à obra de Marcel Mauss afirma que …existe uma relação entre os distúrbios patológicos e as condutas xamanísticas, mas que consiste menos numa assimilação das segundas aos primeiros do que na necessidade de definir os distúrbios patológicos em função das condutas xamanísticas… afirma ainda, baseado em estudos comparativos, que a freqüência das neuroses e psicoses parecem aumentar nas regiões sem xamanismo e que xamanismo pode desempenhar um duplo papel frente as disposições psicopáticas: explorando-as por um lado, mas, por outro canalizando-as e estabilizando-as.
Não se "é" xamã, se "está" xamã. É um estado de perfeita harmonia e integração com a natureza e o cosmos, matéria e espírito.
Estudos, testes, rituais e provas, podem não ser fatores determinantes em alguns momentos de nossas vidas. Estar em perfeito estado de equilíbrio e harmonia com tudo e com todos sendo grato ao Criador-Criadora, não pode ser garantido por vias culturais, racionais e lógicas. Não existe um método para ser xamã. Aprenda a viver a vida em harmonia, agindo sempre com amor, esta é a maior iniciação para o espírito, isto poderá torná-lo um xamã, este é o verdadeiro xamanismo. Quando perdemos a confiança em nós mesmo, quando ficamos com medo, não amamos. Neste momento não estamos xamã.
O xamã é um curador e deve incentivar o auto-conhecimento e a auto-cura, despertando em outros irmãos "sentidos" que facilitem com que percebam a Ilusão "Maya/Matrix". Um verdadeiro xamã desenvolve e aperfeiçoa suas habilidades e técnicas para servir como instrumento aos seres divinos prestando auxilio aos animais, humanos, plantas e minerais. Ao mesmo tempo que cura é curado, está conectado com a grande teia da vida. Aprende e compartilha o conhecimento, como um lobo que sempre divide sua caça com a matilha. O xamã, não se autoproclama, as pessoas o reconhecem como um xamã.
O cinco inimigos do xamã são: EGO (personagem tridimensional);MEDO; CLAREZA; PODER e a VELHICE.

Resposta bíblica: 
Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou â invocação dos mortos, porque o Senhor, teu Deus, abomina aqueles que se dão a essas práticas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, teu Deus, expulsa diante de ti essas nações.
Serás inteiramente do Senhor, teu Deus. (Dt 18, 10-13), serás inteiramente do Senhor,  implica em sermos totalmente de Deus, não buscar em outros lugares a solução para os nossos problemas, é confiar em Deus que tudo pode fazer por nós, é ser como uma criança que deposita toda confiança no Pai.
A Palavra de Deus diz ainda o seguinte:
Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus. (I Cor 6,-9-10)




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