A comunidade de Roma foi fundada e evangelizada pelos apóstolos
Pedro e Paulo e é considerada a única comunidade cristã do mundo fundada
por mais de um apóstolo e a única do Ocidente instituída por um deles.
Por esta razão desde a antiguidade a comunidade de Roma (chamada
atualmente de Santa Sé) teve o primado sobre todas as outras comunidades
locais (dioceses); nessa visão o ministério de Pedro continua sendo
exercido até hoje pelo Bispo de Roma, assim como o ministério dos outros
apóstolos é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que é a cabeça
do colégio apostólico, do colégio episcopal. A sucessão de Pedro começou
com São Lino e, atualmente é exercida pelo papa Francisco. Segundo
essa visão, o próprio apóstolo Pedro atestou que exerceu o seu
ministério em Roma ao concluir a sua primeira epístola:
“A [Igreja] que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, meu filho.”. Trata-se da Igreja de Roma.
Assim também o interpretaram todos os autores desde a Antiguidade, como
sendo a Roma Imperial (decadente). O termo não pode referir-se à
Babilônia sobre o Eufrates, que jazia em ruínas ou à Nova Babilônia
(Selêucia) sobre o rio Tigre, ou à Babilônia Egípcia cerca de Mênfis,
tampouco a Jerusalém; deve, portanto referir-se a Roma, a única cidade
que é chamada Babilônia pela antiga literatura Cristã.
Os historiadores atualmente acreditam que a tradição católica está
correta, igualmente muitas tradições antigas corroboram com a versão de
que Pedro esteve em Roma e que ali teria sido martirizado:
Assim nos refere o bispo Dionísio de Corinto, em extrato de uma de suas cartas aos romanos :
“Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos
formaram na doutrina evangélica. A seguir, indo para a Itália, eles vos
transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio
simultaneamente.”
Gaio, presbítero romano, em 199:
“Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de Filipe.
Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Vai à
Via Óstia e lá encontrareis o troféu de Paulo; vai ao Vaticano e lá
vereis o troféu de Pedro.”
Gaio dirigiu-se nos seguintes termos a um grupo de hereges: “Posso
mostrar-vos os troféus (túmulos) dos Apóstolos. Caso queirais ir ao
Vaticano ou à Via Ostiense, lá encontrareis os troféus daqueles que
fundaram esta Igreja.”
Orígenes (185 – 253) responsável pela Escola catequética em Alexandria afirmou:
“Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve fosse crucificado de cabeça para baixo”
“Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo.”
Ireneu (130 – 202), Bispo de Lião (atual Turquia) referiu:
“Para a maior e mais antiga a mais famosa Igreja, fundada pelos dois
mais gloriosos Apóstolos, Pedro e Paulo.” e ainda “Os bem-aventurados
Apóstolos portanto, fundando e instituindo a Igreja, entregaram a Lino o
cargo de administrá-la como bispo; a este sucedeu Anacleto; depois
dele, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, Clemente recebeu o
episcopado.”
“Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua
deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a
Igreja.”
Formado como jurista Tertuliano (155-222 d.C.) falou da morte de Pedro em Roma:
“A Igreja também dos romanos publica – isto é, demonstra por
instrumentos públicos e provas – que Clemente foi ordenado por Pedro.”
“Feliz Igreja, na qual os Apóstolos verteram seu sangue por sua
doutrina integral!” – e falando da Igreja Romana, “onde a paixão de
Pedro se fez como a paixão do Senhor.”
“Nero foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro então,
segundo a promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o
suspenderam na Cruz.”
Eusébio (263-340 d.C.)
Bispo de Cesáreia, escreveu
muitas obras de teologia, exegese, apologética, mas a sua obra mais
importante foi a História Eclesiástica, onde ele narra a história da
Igreja das origens até 303. Refere-se ao ministério exercido por Pedro:
“Pedro, de nacionalidade galiléia, o primeiro pontífice dos cristãos,
tendo inicialmente fundado a Igreja de Antioquia, se dirige a Roma,
onde, pregando o Evangelho, continua vinte e cinco anos Bispo da mesma
cidade.”
Epifânio (315-403 d.C.)
Bispo de Constância (também foi Bispo de Salamina e Metropolita do Chipre) fala da sucessão dos Bispos de Roma:
“A sucessão de Bispos em Roma é nesta ordem: Pedro e Paulo, Lino, Cleto, Clemente etc…”
Doroteu:
“Lino foi Bispo de Roma após o seu primeiro guia, Pedro.”
Optato de Milevo:
“Você não pode negar que sabe que na cidade de Roma a cadeira
episcopal foi primeiro investida por Pedro, na qual Pedro, cabeça dos
Apóstolos, a ocupou.”
Cipriano (martirizado em 258)
Bispo de Cartago (norte da África), escreveu a obra “A Unidade da Igreja” (De Ecclesiae Unitate), onde diz:
“A cátedra de Roma é a cátedra de Pedro, a Igreja principal, de onde se origina a unidade sacerdotal.”
Santo Agostinho (354 – 430):
“A Pedro sucedeu Lino.”[29]
Os textos escritos pelo apóstolo
O Novo Testamento inclui duas epístolas cuja autoria é atribuída a
Pedro: A “Primeira epístola de São Pedro e a Segunda epístola de São
Pedro.
Indícios arqueológicos
Crucifixão de São Pedro (Santa Maria del Popolo, Roma, Caravaggio, 1600).Ver artigo principal: Túmulo de São Pedro
A partir da década de 1950 intensificaram-se as escavações no subsolo
da Basílica de São Pedro, lugar tradicionalmente reconhecido como
provável túmulo do apóstolo e próximo de seu martírio no muro central do
Circo de Nero. Após extenuantes e cuidadosos trabalhos, inclusive com
remoção de toneladas de terra que datava do corte da Colina Vaticana
para a terraplanagem da construção da primeira basílica na época de
Constantino, a equipe chefiada pela arqueóloga italiana Margherita
Guarducci encontrou o que seria uma necrópole atribuída a São Pedro,
inclusive uma parede repleta de grafitos com a expressão Petrós Ení,
que, em grego, significa “Pedro está aqui”.
Também foram encontrados, em um nicho, fragmentos de ossos de um
homem robusto e idoso, entre 60-70 anos, envoltos em restos de tecido
púrpura com fios de ouro que se acredita, com muita probabilidade, serem
de São Pedro. A data real do martírio, de acordo com um cruzamento de
datas feito pela arqueóloga, seria 13 de outubro de 64 d.C. e não 29 de
junho, data em que se comemorava o traslado dos restos mortais de São
Pedro e São Paulo para a estada dos mesmos nas Catacumbas de São
Sebastião durante a perseguição do imperador romano Valeriano em 257
Nenhum comentário:
Postar um comentário