quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O desafio da cruz e seu significado

[domtotal]

A cruz exige despojamento do poder sem objetivos altruístas e a conquista do bem pelo caminho do bem.


Quem ama de verdade, como o fez Cristo, é capaz de superar situações extremas de sofrimento.



Por Dom Paulo Mendes Peixoto*

A cruz, formada por uma haste vertical e outra horizontal, é o maior símbolo da vida cristã. No tempo do Império Romano era usada como lugar de execução de quem era condenado à morte. Ela aterrorizava as pessoas, porque o condenado ficava agonizando até morrer, e o cadáver ali apodrecia, sem direito de um sepultamento digno.
Era humilhação, tortura e considerada uma maldição.

É difícil compreender o fato de um instrumento de tortura, como esse, tornar-se meio para o seguimento de Jesus Cristo. Um símbolo de maldição que se transforma em caminho de salvação. Isso revela a intensidade com que Deus amou o mundo, descendo no mais profundo da realidade humana. Com isto o sofrimento passa a ser expressão visível de amor até às últimas consequências.

Quem ama de verdade, como o fez Cristo, é capaz de superar situações extremas de sofrimento. Somos iguais nos prazeres e nos sofrimentos, na perfeição e nas imperfeiçoes, uns mais e outros menos. Tudo isso fazendo parte do mistério da vida humana, que deve ser encarado com discernimento, equilíbrio, coragem e vontade de vencer. O importante é não perder o rumo da história.

Duas coisas devem pesar na consciência de todos nós: uma é a prática do amor, da doação, da partilha e de atos com responsabilidade; outra, como ofensa ao Criador, é a prática do ódio, da vingança e do desrespeito. A via da cruz pode ser um grande caminho de libertação, porque supõe a interiorização do amor.

Não é fácil amar a quem nos ofende, como não deve ter sido fácil Cristo, na cruz, dizer aos carrascos: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Portanto, a cruz é um desafio, pois ela exige despojamento do poder sem objetivos altruístas e conquista do bem pelo caminho do bem.

Para muitos cidadãos honestos, uma simples eleição pode ser momento de cruz, principalmente por não conseguir visualizar um candidato que seja confiável. Seu voto pode ser causador de sofrimentos e de muitas cruzes durante mais quatro anos.


CNBB, 09-09-2014.
*Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba (MG).
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jbpsverdade: Muitos distorcem as Palavras de Jesus quando Ele diz, - "Eu vim para que tenham vida e vida em abundância", - como sendo abundância para ser gozada neste mundo quando na realidade esta abundância é a vida eterna, e para isso foi preciso Ele (Jesus), tornar-se como um de nós (carnal), para que pela Sua morte na carne nos restituir a condição inicial quando Deus criou o homem (Adão). 
No evangelho de Jesus escrito por São João está dito por Cristo o seguinte: Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna.(Jo 3, 14s), a morte de cruz era considerada uma morte maldita. Vejamos como se deu o episódio da serpente levantada no deserto: Partiram do monte Hor na direção do mar Vermelho, para contornar a terra de Edom. Mas o povo perdeu a coragem no caminho, e começou a murmurar contra Deus e contra Moisés: Por que, diziam eles, nos tirastes do Egito, para morrermos no deserto onde não há pão nem água? Estamos enfastiados deste miserável alimento. Então o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes, que morderam e mataram muitos. O povo veio a Moisés e disse-lhe: Pecamos, murmurando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas serpentes.? Moisés intercedeu pelo povo, e o Senhor disse a Moisés: ?Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo. Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida. (Nm 21, 4-9), veja caríssimos, o povo começou a murmurar contra Deus (isto é um grande pecado que atrai maldição).
Todo o que era condenado morrer na cruz era considerado maldito como podemos vê na carta de São Paulo aos Gálatas... Cristo remiu-nos da maldição da lei, fazendo-se por nós maldição, pois está escrito: Maldito todo aquele que é suspenso no madeiro. (Gl 3, 13), no deserto o povo quando era mordido pela serpente e olhava para ela no madeiro, ficava vivo, não morria; Assim também Jesus Cristo veio nos libertar do pecado e da morte eterna, quando ao olharmos para Ele na cruz e, tomando posse da salvação dada pela Sua morte na cruz, obtemos a vida e vida em abundância.  

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