Reuters
Na Cidade do Vaticano
Um proeminente grupo católico gay dos Estados Unidos recebeu
tratamento VIP no Vaticano pela primeira vez nesta quarta-feira em uma
audiência com o papa Francisco, um gesto que seus membros viram como um
sinal de mudança na Igreja católica.
"Isto é sinal de um
movimento devido ao efeito Francisco", disse a irmã Jeannine Gramick,
co-fundadora do New Ways Ministry, que prega para católicos homossexuais
e divulga os direitos dos gays na igreja de 1,2 bilhão de fiéis.
Jeannine Gramick e o diretor-executivo Francis DeBernardo conduziram
uma peregrinação de 50 católicos homossexuais à audiência na Praça de
São Pedro.
Mais tarde, eles disseram à Reuters em uma entrevista
que quando o grupo foi a Roma em peregrinações anteriores durante os
papados dos antecessores de Francisco, João Paulo 2º e Bento 16, "eles
simplesmente nos ignoraram".
Desta vez, um bispo norte-americano
e uma autoridade de primeiro escalão do Vaticano apoiaram seu pedido, e
eles se sentaram em uma seção dianteira com dignitários e grupos
católicos especiais. Quando o papa passou, entoaram "Todos São
Bem-vindos", um hino que simboliza seu desejo de uma igreja mais
inclusiva.
Uma lista de participantes divulgada pelo Vaticano
citava "um grupo de leigos acompanhados por uma irmã", mas não
mencionava que se tratava de uma organização de direitos dos gays.
"O que isto diz é que há um movimento em nossa igreja, um movimento
para acolher pessoas de fora mais próximas de dentro", declarou Jeannine
Gramick.
Vários meses após sua eleição, Francisco fez seu
comentário hoje famoso sobre não poder julgar os gays de boa vontade que
buscam Deus.
Mas até agora ele não deu sinal de que a igreja
irá mudar o ensinamento segundo o qual a homossexualidade não é um
pecado, mas os atos homossexuais sim.
Em outubro passado, bispos
de todo o mundo reunidos em um sínodo em Roma para discutir questões
relacionadas à família emitiram um relatório provisório pedindo maior
aceitação aos gays na instituição.
Essa passagem foi suavizada
na versão final do documento depois de queixas de bispos conservadores.
Uma segunda e definitiva reunião sobre o tema está marcada para outubro.
DeBernardo disse que casais católicos de gays e lésbicas e outras
famílias não-tradicionais deveriam ser convidados para a ocasião para
falar aos bispos sobre sua fé e sua sexualidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário