quinta-feira, 4 de julho de 2019

Conheça a história desta família que se converteu ao catolicismo





02 Jul. 19


ATLANTA, (ACI).- A mudança para o catolicismo teve seus momentos difíceis, que incluíram a perda de vários dos amigos protestantes da família que não concordavam com alguns ensinamentos sociais da Igreja Católica. Allison DeVine é uma mãe de família que junto com o seu marido, Jason, começou sua conversão ao catolicismo depois de não encontrar a verdade completa na Igreja Protestante. Conheça a sua história.
Na escola onde sua filha estava estudando, Allison conheceu uma mãe também chamada Allison, que professava a fé católica. Ambas começaram a conversar porque suas filhas haviam se tornado companheiras de brincadeira, ambas tinham um caráter forte, o que não sugeria que a amizade durasse. No entanto, durou.
"Foi em um destes momentos que percebemos que tínhamos que ser amigas. Nossas filhas intimidavam todo mundo, mas se davam bem. Surpreendemo-nos de que não tenham se intimidado mutuamente”, disse DeVine à CNA, agência em inglês do Grupo ACI.
Também contou que começaram a conversar e sua amizade ficou mais profunda. “Vimo-nos tendo mais e mais conversas que nos levavam a falar sobre a fé”, expressou.
O círculo logo cresceu para incluir outras mulheres. DeVine, mãe de três filhos, descreve o pequeno grupo como "um católico, um protestante, um agnóstico e um mórmon... parece a cena de uma boa piada, mas tivemos conversas muito profundas sobre o que acreditamos, nos respeitamos completamente".
À medida que Allison e sua amiga católica se aproximavam, suas conversas sempre pareciam se voltar para a espiritualidade e para a fé. Da mesma forma, iam focando nas diferenças entre o protestantismo e o catolicismo.
"Em um Halloween, estávamos todos em um grupo, doces ou travessuras. As crianças corriam por aí, enlouquecendo, e no meio de tudo isso, minha amigo olha para mim e para o meu marido e diz: ‘Todos vocês acabarão se convertendo católicos’", comentou.
Na época, o protestantismo era o lar de sua família. Alisson e seu marido eram líderes de pequenos grupos em sua igreja protestante e ela tinha trabalhado nestas igrejas durante a maior parte de sua carreira. "Meu marido Jason e eu éramos como 'pau para toda obra'", recordou.
Seu pequeno grupo acabou, as coisas em sua igreja "simplesmente não estavam bem". "Lentamente, Deus começou a desarmar tudo", disse.
De acordo com Alisson, eles começaram a procurar por outra igreja. "O que descobrimos durante a busca foi que nenhuma das igrejas que visitamos estava baseada na verdade. E nesse momento foi que tudo começou para meu marido", expressou.
O Ano Novo surpreendeu o casal que procurava uma igreja para adorar. "Todas as igrejas fecharam para o Dia do Ano Novo, o que foi desconcertante para nós. Foi o primeiro dia do ano, mas não conseguimos encontrar um lugar para começar nosso ano em adoração", recordou.
Sua frustração pelas igrejas fechadas provocou uma "reação em cadeia" em Jason, seu marido. "Começou a ler sobre cada denominação diferente, revisando cada denominação protestante". "Estava grávida nesse momento e, basicamente, eu estava apenas pedindo informações importantes", manifestou.
Allison observou que a gravidez em si havia sido outra semente semeada na vida familiar que os levou ao catolicismo. O casal tinha usado DIU, dispositivo intrauterino de cobre para a contracepção, até que Allison descobriu que eram abortivos.
Como resultado, mudaram para o planejamento familiar natural e engravidaram durante o que parecia ser um "tempo impossível", segundo seus gráficos. Mesmo antes de sua conversão, Deus chamava o casal a confiar mais profundamente nele durante essa gravidez inesperada.
Uma noite, enquanto Jason DeVine continuava em sua busca por uma igreja, “me acordou na cama e disse: ‘eu tenho que falar com Allison’ (sua amiga)”, recordou Alisson. “Eu estava tipo, ‘ok... você pode ter o seu número’”, continuou. Mas ele respondeu: “acho que vamos nos converter católicos”.
Para Jason DeVine acendeu uma chama. Começou a ler “tudo o que podia” sobre o catolicismo e naquela semana a família foi à Missa Dominical pela primeira vez. “Estávamos totalmente perdidos, não sabíamos quando levantar ou sentar. E, ao final da Missa, meu marido olhou e disse: ‘Sim, acho que é isso’”, recordou Alisson.
Naquele dia, a paróquia anunciou que começaria uma série de palestras sobre o catolicismo. “Voltaremos de noite”, disse-lhe o seu marido.
“Nesse momento, estava esgotada por causa da gravidez, quase chorei por sua sugestão, simplesmente porque estava muito cansada. Mas aceitei voltar”, recordou.
“A primeira noite da missão paroquial respondeu ‘quase todas as minhas perguntas’ sobre o catolicismo”, comentou. Contudo, decidiram voltar para uma segunda sessão.
Em um momento, Alisson ficou de pé para sentir-se mais cômoda por causa da gravidez. “Um idoso que estava na parte de trás da igreja me perguntou quando daria à luz. Disse-lhe que ainda faltavam sete semanas, e ele disse: ‘Oh, não, não, isso não é correto, vai ter este bebê a qualquer momento’”, recordou.
Ao voltar par o seu lugar, ela compartilhou esta previsão rindo disso junto com o seu marido. Ela brincou dizendo que “talvez deveríamos confiar em sua palavra já que estamos em uma igreja católica e parece que conhecem as grávidas”.
Ao final desta segunda noite, Allison disse que “todas as suas perguntas foram respondidas”. “Era como se este pequeno sacerdote que veio pregar, na verdade, estivesse falando diretamente para a nossa família. Cada uma de suas palavras. Tudo com o que estávamos lutando”, afirmou.
De todas as maneiras, não poderiam ter voltado para uma terceira noite, porque Allison entrou em trabalho de parto depois da reunião e seu pequeno filho nasceu na manhã seguinte, sete semanas antes, mas “perfeitamente saudável, desafiando toda lógica”.
Um sacerdote abençoou o recém-nascido no hospital pela noite. “Olhamos um para o outro e dissemos: ‘Bom, suponho que agora estamos na Igreja Católica’”, disse a mãe.
Foi assim que a família começou a participar da Missa com frequência, após seu filho receber alta do hospital. Também se inscreveram no RICA (Ritos de Iniciação Cristã para Adultos) e entraram formalmente na Igreja Católica em abril de 2019, durante a Páscoa.
Converter-se ao catolicismo na atualidade não é um movimento para os fracos de coração. “Deus realmente concedeu, porque esse grupo de quatro mulheres permanece muito unido, e há muito respeito”, expressou.
Allison reconheceu que, embora ela e Jason estivessem cientes dos escândalos na Igreja que rodeavam o ex-cardeal Theodore McCarrick e outras acusações graves de abusos contra prelados em vários níveis da hierarquia, “não se incomodaram com isso”.
“Quando a gente trabalha na igreja, como eu fiz, em várias denominações cristãs por toda a minha vida, já sabe tudo o que acontece por trás das portas fechadas”, disse. “Nada nos surpreendeu. Entretanto, a diferença é que estas outras igrejas não são suficientemente grandes, não estão organizadas institucionalmente da mesma forma. Então, alguns deles podem dar notícias durante cinco minutos, mas nada parece chamar a atenção das manchetes como o fazem os escândalos católicos”, acrescentou.
“É realmente surpreendente para mim, porque Jesus diz: ‘serás perseguidos por causa de mim’, e podemos ver que a Igreja Católica está constantemente nas notícias, constantemente sob o escrutínio dos meios de comunicação. Para nós, foi realmente um sinal de que esta era a verdadeira Igreja”, enfatizou.
Do mesmo modo, expressou que “cada um de nós somos pecadores, todos temos nossos problemas. Ele é o único de nós que é perfeito”.
O casal escolheu Santa Gianna e São Simão o Zelote, respectivamente, como seus santos de Crisma. Allison se sentiu muito próxima de Santa Gianna, como uma mãe que experimentou complicações em sua primeira gravidez.
A família, inspirada por suas convicções pró-vida, fundou uma organização sem fins lucrativos para beneficiar os nascituros, chamada The Bespoke Foundation.
“Não somos bons para nos sentarmos em frente às clínicas de aborto e falar com as pessoas, mas podemos arrecadar fundos. Assim, começamos uma fundação para beneficiar as clínicas de gravidez em crise na área metropolitana de Atlanta”, explicou.
Além disso, citou como alguns dos maiores presentes ao se converter ao catolicismo o terço, a Eucaristia e a realidade de que “a Igreja está em todas as partes, sempre, em qualquer lugar que vamos no mundo”.
A amiga de Allison, a outra Allison, é agora a madrinha de um de seus filhos. “Deus fez com que todos os detalhes se resolvessem antes do tempo. Realmente pensou em tudo, realmente é incrível”.

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