14 de novembro
Procedente de família cristã da nobreza inglesa, Serapião nasceu em
Londres no ano 1179. Seu pai era Rotlando Scoth, capitão da esquadra do
rei Henrique III. Muito jovem, já estava atuando ao lado do pai na
cruzada comandada pelo lendário Ricardo Coração de Leão. Porém, no
retorno, o navio naufragou próximo de Veneza e a viagem continuou por
terra. Nesse percurso, acabaram prisioneiros do duque da Áustria,
Leopoldo, “o Glorioso”, que libertou o rei e seu pai. Mas Serapião e os
demais tiveram de ficar.
Logo o duque percebeu que o jovem
militar, além de bom militar, era bom cristão, muito bondoso e
caridoso. Por isso o manteve na Corte. Mais tarde, quando recebeu a
notícia da morte dos pais, Serapião decidiu ficar na Áustria. Com os
soldados do duque, seguiu para a Espanha, para auxiliar o exército
cristão do rei Afonso III, que lutava contra os invasores muçulmanos.
Quando chegaram, eles já tinham sido expulsos.
Serapião decidiu ficar e servir ao
exército do rei Afonso III, para continuar defendendo os cristãos.
Participou de algumas cruzadas bem sucedidas, até que, em 1214, o rei
Afonso III morreu em combate. Serapião, então, voltou para a Áustria e
alistou-se na quinta cruzada do duque Leopoldo, que partiu em 1217 com
destino a Jerusalém e depois ao Egito.
O vai-e-vem da vida militar em defesa
dos cristãos levou, novamente, Serapião para a Corte espanhola, em
1220. Dessa feita, acompanhando Beatriz da Suécia, que ia casar-se com
Fernando, rei de Castela. Foi quando conheceu o sacerdote Pedro
Nolasco, santo fundador da Ordem de Nossa Senhora das Mercês, os
chamados frades mercedários, os quais se dedicavam em defesa da mesma
fé, mas não guerreando contra os muçulmanos, e sim buscando libertar do
seu poder os cristãos cativos, mesmo que para isso tivessem de empenhar
suas próprias vidas.
Serapião ingressou na Ordem e recebeu o
hábito mercedário em 1222. Junto com Pedro Nolasco e Raimundo Nonato,
santo co-fundador, realizou várias redenções. Na última, que ocorreu em
Argel, na África, teve de ficar refém para libertar os cristãos que
estavam quase renegando a fé, enquanto o outro padre mercedário viajou
rapidamente para Barcelona para buscar o dinheiro. Mas o superior,
Pedro Nolasco, estava na França. Quando foi informado, escreveu uma
carta ao seu substituto na direção para arrecadar esmolas em todos os
conventos da Ordem e enviar o dinheiro para libertar Serapião o mais
rápido possível.
Como o resgate não chegou na data
marcada, os muçulmanos disseram a Serapião que poderia ser libertado se
renegasse a fé cristã. Ele recusou. Enlouquecidos, deram-lhe uma morte
terrível. Colocado numa cruz em forma de X, como o apóstolo André, teve
todas as juntas dos seus ossos quebradas, e assim foi deixado até
morrer. Tudo aconteceu no dia 14 de novembro de 1240, em Argel, atual
capital da Argélia.
O culto que sempre foi atribuído a são
Serapião, protetor contra as dores de artrose, foi confirmado em 1625
pelo papa Urbano VIII. A festa religiosa ao santo mártir mercedário
ocorre no dia de sua morte.
São Serapião, rogai por nós!
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