Para o cardeal de Guadalajara (México), Juan Sandoval Íñiguez (foto), ele era um “psicopata e esquizofrênico”.
“Eu acredito que o padre Maciel era um psicopata,
porque as notícias que eu soube de suas andanças datam desde que eu era
estudante, em Roma, que foi em 1956, 57 ou 58. Pode uma pessoa aguentar
uma dupla vida ou tripla vida, por 50 anos, por meio século? Não.
Aguenta-se por pouco tempo, mas por muito tempo, não”, destacou o
religioso na apresentação do livro “Credo, retrato interior do cardeal Juan Sandoval Íñiguez”.
“Nesse caso, um esquizofrênico que tem personalidades divididas, pois
pode viver uma de santo, outra de esposo, outra de homossexual, outra
de grande empresário e tranquilamente. Por isso, eu digo que os seres
humanos adoecem do cérebro é há personalidades desenquadradas que
parecem normais, então isso é o que penso dele”.
O comportamento de Maciel prejudicou a imagem da Igreja, mas esta se recuperou, considerou Sandoval Íñiguez.
“A imagem se recupera porque poderia parecer que o padre Maciel é toda a Igreja. O padre Maciel foi um homem, um mexicano dentro da Igreja, fundador e se acabou, mas nós, os que não são como o padre Maciel, somos muito mais”, disse.
“A imagem se recupera porque poderia parecer que o padre Maciel é toda a Igreja. O padre Maciel foi um homem, um mexicano dentro da Igreja, fundador e se acabou, mas nós, os que não são como o padre Maciel, somos muito mais”, disse.
Sandoval apresentou seu livro na Catedral. Frente
aos meios de comunicação, o prelado se referiu à violência e ao
narcotráfico em Michoacán. Considerou que o governo “já tinha como
perdida” a batalha contra o crime organizado.
“Não quero julgar a autoridade, é preciso fazer algo para remediar
esse mal”, disse. Em seguida, acrescentou: “Não haverá paz (no México)
enquanto não se eliminar os abortos. O número de assassinatos dos
cartéis da droga é semelhante ao número de abortos”.
==========
Histórico da Legião de Cristo pede uma investigação criminal
ihu - "Com base em muitas informações sobre a Legião que vieram de vários países, o papa não vem sendo, a nosso ver, bem servido pelo trabalho do cardeal Velasio De Paolis, o canonista nomeado pelo Papa Bento XVI
para supervisionar a ordem religiosa. Alguns daqueles que mais
trabalharam para perpetuar as trapaças do fundador continuam ativos,
influenciando a vida futura da organização. A comunidade nunca deu
publicamente explicações para si própria ou lidou, de forma
significativa, com seu passado ou com as mentiras junto das quais seus
membros eram cúmplices conscientemente ou de modo involuntário", afirma
em editorial, a publicação católica americana National Catholic Reporter, 24-01-2014.
Segundo o editorial, "merecemos saber como a duplicidade da Legião
passou despercebida durante tanto tempo e até que ponto tal
comportamento institucional chegou. Quantos outros foram enganados?
Sabemos por experiência que obter descrições completas da atividade
criminal de líderes da Igreja somente é possível quando autoridades
civis intervêm com poder de exigir provas e testemunhos. A Legião tem dado motivos abundantes para tal intervenção".
A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Eis o texto.
A Legião de Cristo tem sido uma agência de fraudes
quase inimagináveis. E isso por si só deveria ser motivo suficiente para
as autoridades civis dar início a uma investigação criminal de suas
atividades nos EUA e para que a Igreja proceda com extrema cautela ao permitir que o grupo continue.
A Legião, que era de muitas coisas menos de Cristo, construiu-se a partir da vida de um homem, o Pe. Marcial Maciel Degollado,
que trafegou em trapaças, mentiras e crimes contra crianças. A natureza
e extensão de sua fraude somente começou a ser reconhecida por meio de
uma investigação do Vaticano nos últimos anos de sua vida.
Como relata Jason Berry, a Legião vem sendo alvo de duas ações judiciais no estado de Rhode Island,
que alegam ter a ordem defraudado doadores idosos que acabaram morrendo
sem saber o que aqueles que procuravam por suas fortunas conheciam
muito bem: um homem que eles caracterizavam como santo havia sido
acusado múltiplas vezes de abusar sexualmente de seminaristas e que, ao
fim, foi punido pelo papa.
O primeiro processo foi indeferido com base em uma questão técnica,
mas o juiz não deixou passar a oportunidade de fazer um julgamento
severo da Legião e de suas táticas, e de divulgar
milhares de páginas com testemunhos e evidências do caso, que haviam
sido mantidas longe do público por uma ordem protetiva que a Legião
havia requerido.
O indeferimento deste processo está agora pendente do recurso feito pela sobrinha da viúva rica que deu milhões à Legião, sem jamais saber que Maciel era uma fraude.
A segunda ação judicial acabou de superar um importante obstáculo em um tribunal federal com alegações de que a Legião cometeu fraude e abusou de idosos ao enganar um professor universitário em mais de 1 milhão de dólares.
Dado o que surgiu destes dois casos – um padrão de exploração da fé
devota de católicos idosos incapazes de compreender o grau de depravação
exibido por Maciel ao longo das décadas –, parece razoável que o procurador geral de Rhode Island, Peter Kilmartin,
estuvesse curioso sobre quais outras fraudes poderiam ter sido
perpetradas contra um público desavisado. O que sabemos é que a Legião necessitava de um enorme esforço para levantar recursos a fim de manter suas operações.
Tais operações, mantidas por um orçamento de centenas de milhões por ano, incluíam assegurar que Maciel
tivesse dinheiro disponível à mão para suas viagens ao redor do mundo
e, presumivelmente, cuidar de suas duas amantes e sua filha.
Sem dúvida, havia – e há – homens e mulheres envolvidos nas várias estruturas da Legião
que permanecem por razões nobres e com elevadas intenções. Isso não
exime as autoridades eclesiais de sua responsabilidade em extirpar do
organismo um câncer que tem causado danos graves à comunidade.
Durante milênios a Igreja vem absorvendo movimentos religiosos e grupos entusiastas de todo tipo. No entanto, a Legião
é inteiramente de uma outra espécie. Ela não tem um carisma, salvo para
a fraude do fundador. Sua relação com o resto do mundo e com a Igreja
está tão contaminada por corrupção e mentiras que fica difícil imaginar
uma justificativa para sua continuidade. É uma convocação o que o Papa Francisco terá de fazer. Com base em muitas informações sobre a Legião que vieram de vários países, o papa não vem sendo, a nosso ver, bem servido pelo trabalho do cardeal Velasio De Paolis, o canonista nomeado pelo Papa Bento XVI
para supervisionar a ordem religiosa. Alguns daqueles que mais
trabalharam para perpetuar as trapaças do fundador continuam ativos,
influenciando a vida futura da organização. A comunidade nunca deu
publicamente explicações para si própria ou lidou, de forma
significativa, com seu passado ou com as mentiras junto das quais seus
membros eram cúmplices conscientemente ou de modo involuntário.
No lado civil, o padrão impressionante das táticas fraudulentas de
captação de recursos por uma organização religiosa de caridade e o
charlatanismo com americanos idosos apresenta-se como matéria que exige
rigorosa investigação.
Uma investigação conduzida por autoridades policiais com poderes de
intimação teria muito mais chance de descobrir a verdade destes casos do
que os passos ainda em grande parte secretos das autoridades vaticanas.
Neste caso, sabemos o suficiente para dizer que uma investigação
criminal não poderia ser vista como uma atividade anticatólica. Muito
pelo contrário. Trata-se de um ato público para o bem comum. A Legião
procurou receber favores da comunidade em geral; procurou ter sua
confiança e recursos financeiros, ao comercializar uma imagem que estava
anos luz distante da verdade.
Merecemos saber como a duplicidade da Legião passou
despercebida durante tanto tempo e até que ponto tal comportamento
institucional chegou. Quantos outros foram enganados? Sabemos por
experiência que obter descrições completas da atividade criminal de
líderes da Igreja somente é possível quando autoridades civis intervêm
com poder de exigir provas e testemunhos. A Legião tem dado motivos abundantes para tal intervenção. Apelamos ao procurador geral do estado de Rhode Island para abrir um processo de investigação criminal da Legião de Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário