8 de agosto de 2014
SÃO PAULO (Reuters) - Em busca do apoio evangélicos, numa
eleição que tem um pastor como candidato à Presidência, a presidente
Dilma Rousseff disse em evento na igreja Assembleia de Deus nesta
sexta-feira que, embora o Brasil seja um Estado laico, “feliz é a nação
cujo Deus é o Senhor”.
“O Brasil é um Estado laico, mas, citando um salmo de Davi, eu
queria dizer que feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”, disse a
presidente ao iniciar o seu discurso .
Dilma disse que seu governo foi aquele que mais trabalhou pelo
fortalecimento da família no país, e citou programas sociais de sua
administração, como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida e o
Pronatec.
“Nós temos muito que fazer”, continuou Dilma, que busca a
reeleição pelo PT. “A gente não muda tudo, não recupera o prejuízo em 10
ou 12 anos... Mas nós fomos capazes de mexer nas bases e construir um
novo futuro.”
Dilma lidera a corrida presidencial, com 38 por cento das
intenções de voto, segundo pesquisa Ibope divulgada pela TV Globo na
noite de quinta-feira. Num distante quarto lugar, com 3 por cento, está o
pastor Everaldo (PSC).
A presidente estava acompanhada pelo governador do Distrito
Federal, o petista Agnelo Queioz, e por parlamentares, como o líder do
PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), que também é líder
evangélico e discursou antes dela.
Cunha, que na liderança do PMDB protagonizado vários atritos
nas relações do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional, fez
questão de dizer que não falava como líder peemedebista, mas sim como
evangélico.
O parlamentar disse que as igrejas evangélicas não dependem de
dinheiro público e afirmou que os evangélicos querem apenas o direito de
defender que a vida começa na concepção, referindo-se ao debate sobre o
aborto, e de pregar que o homossexualismo é pecado “assim como está na
Bíblia”.
Dilma não fez menção aos comentários de Cunha em seu discurso,
preferindo enfatizar a importância de ações sociais realizadas por
igrejas evangélicas, mas o parlamentar peemedebista aproveitou para
agradecer à presidente pela revogação de uma portaria do Ministério da
Saúde que, segundo ele, “legalizava o aborto ilegal”.
“No momento seguinte que essa portaria foi editada, eu procurei
o ministro (da Saúde Arthur) Chioro, expus as nossas posições e o
ministro, provavelmente consultando a senhora, em menos de 24 horas
revogou a portaria”, disse Cunha.
(Reportagem de Eduardo Simões)
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