sexta-feira, 29 de maio de 2015

Congresso de “católicos comunistas” intensifica perseguicao à Igreja na China

[ipco]
Por Luis Dufaur

Wang Zuoan anunciou maior perseguição aos católicos neste ano.

A China continuará nomeando e sagrando bispos à revelia da Santa Sé, segundo o plano para 2015 da Administração do Estado para Assuntos Religiosos (SARA, em inglês), noticiou a agência UCANews.
A escolha e sagração dos bispos católicos é da alçada exclusiva da Santa Sé.
A sagração ilegal envolve excomunhão imediata de todos aqueles que participam dela, inclusive bispos canonicamente regularizados.
A decisão ilegal e despótica foi publicada no site do SARA como resultado do Congresso Nacional de Agentes de Pastoral realizado em Pequim no final de dezembro 2014.
Nela, o diretor do SARA, Wang Zuoan, anunciou que “2015 será um ano muito importante para o trabalho religioso”.
Wang explicou que esse “trabalho”, que melhor se chamaria de “perseguição religiosa”, “deve ser feito de acordo com os regulamentos religiosos do governo, para promover a vigência da lei e levar em conta a opinião dos fiéis na hora de programar políticas religiosas e diretivas do governo central”.
Em poucas palavras, a religião fica submissa a leis e portarias do socialismo.

Wang Zuoan, um dos chefes da perseguição religiosa na China troca presentes com o metropolita Hilarion do Patriarcado cismático de Moscou engajado em feroz hostilidade contra os católicos ucranianos. Moscou 15/7/2014.

Uma das linhas mestras do plano é apoiar a Associação Patriótica, espécie de cisma promovido há décadas pelo governo maoísta.
Também será estimulada uma Conferência Episcopal capaz de eleger e sagrar bispos ignorando Roma.
Há um punhado de candidatos a bispos desejados pelo governo aguardando a aprovação da Conferência Episcopal. Mas eles não foram aceitos pelo Vaticano, como o Pe. José Tang Yuange, de Chengdu.
O plano oficial comunista também exorta os órgãos católicos a “promover a democracia na organização interna da Igreja Católica”, convite que tem muito eco nos ambientes progressistas do exterior.
Em nome da “promoção da lei”, o plano manda monitorar todas as pessoas que exerçam alguma função na Igreja e obriga instituições religiosas e seminários a abrirem suas contas bancárias.
O plano institui também certificados a serem emitidos pelo governo no Seminário Nacional de Pequim na hora da graduação dos seminaristas em qualquer matéria.
O referido Congresso Nacional de Agentes de Pastoral é composto por bispos, padres e leigos da Associação Patriótica e da Conferência Episcopal em ruptura com Roma. Ele se realiza cada cinco anos.
Em 2010, o Vaticano manifestou “profunda dor” quando se reuniu o 8º Congresso, e alertou o clero e o laicato para não participar dele.

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