| Papa abençoa uma família. Foto: Daniel Ibañez / ACI Imprensa |
04 Nov. 15
Por Alvaro de Juana
Vaticano, (ACI).-
O
Papa Francisco dedicou a Catequese da Audiência Geral desta
quarta-feira novamente à família e afirmou que ela “é um grande ginásio
de treinamento do dom e do perdão recíproco, sem o qual nenhum amor pode
durar”. O “segredo” para curar as feridas que se produzem é aprender “a
pedir imediatamente perdão”, revelou.
Na Praça de São Pedro, Francisco expressou a convicção de que “as
famílias cristãs podem fazer muito pela sociedade de hoje e também pela Igreja”.
“Em um mundo que às vezes é árido de vida e de amor, vocês cada dia falam do grande dom que são o matrimônio e a família”.
“A vida das famílias não se detém”. “Vocês, queridas famílias, estejam
sempre em caminho” e “continuamente escrevam nas páginas da vida
concreta a beleza do Evangelho da família”. Por isso, “não se pode viver
sem perdoar-se, ou ao menos não se pode viver bem, especialmente em
família”, disse Francisco, que também mencionou que “no dia a dia, não
faltam ocasiões em que nos comportamos mal e somos injustos com os
outros”.
“Devemos pôr em consideração estes erros, devidos a nossa fragilidade e
ao nosso egoísmo. Então, o que temos de fazer é procurar imediatamente
curar as feridas que causamos porque, se adiarmos demais, tudo se torna
mais difícil”.
O Pontífice indicou um “segredo” para “curar as feridas e para dissolver
as acusações”: “não terminarmos o dia sem se desculpar, sem fazer as
pazes entre os casais, com os filhos, os irmãos... e entre nora e
sogra!”.
“Se aprendermos a pedir desculpas rapidamente e a doar o perdão
recíproco, as feridas se cicatrizam, o matrimônio se fortalece e a
família se torna uma casa sempre mais sólida, que resiste aos abalos de
nossas pequenas e grandes maldades”.
Para isso, “não é necessário fazer grandes discursos... é suficiente um
carinho e tudo acaba... e depois recomeça... mas nunca terminem o dia em
guerra, entenderam?”.
O Papa também reconheceu que é difícil pô-lo em prática e que muitas
pessoas assim o pensam. “Na verdade, é recebendo o perdão de Deus que
somos capazes de, por nossa vez, perdoar aos outros”.
“É indispensável que, em uma sociedade às vezes desumana, haja lugares,
como a família, onde se aprenda a perdoar os uns aos outros”,
acrescentou.
Mas “a prática do perdão não só salva as famílias da divisão, mas sim as
faz capazes de ajudar a sociedade a ser menos malvada e menos cruel” e
“a Igreja, queridas famílias, está sempre a seu lado para ajudá-los a
construir sua casa sobre a rocha da qual falou Jesus”.
Francisco assegurou às famílias cristãs que “se fossem capazes de
caminhar com decisão no caminho das Bem-aventuranças, aprendendo e
ensinando a perdoar-se reciprocamente, aumentará também em toda a
família da Igreja a capacidade de testemunhar a força renovadora do
perdão de Deus”.
“De verdade, as famílias cristãs podem fazer muito pela sociedade de hoje e também pela Igreja”.
Por último, o Santo Padre desejou “que, no Jubileu da Misericórdia, as famílias redescubram o tesouro do perdão recíproco”.
O Papa recordou também que o recente Sínodo que refletiu sobre este tema
“foi um acontecimento de graça”. “Ao concluir, os padres sinodais me
entregaram o texto com suas conclusões. Quis que este texto fosse
publicado para que todos fossem partícipes do trabalho que nos viram
empenhados juntos por dois anos. Não é este o momento de examinar tais
conclusões, sobre as quais eu mesmo devo meditar”.
Depois da Catequese, o Pontífice saudou os peregrinos agrupados na
Praça. Aos poloneses recordou que no próximo domingo a Igreja na Polônia
celebra a Jornada da Solidariedade com a Igreja Perseguida, promovida
pela Fundação ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ e a Conferência Episcopal
Polonesa, e disse: “Este ano, a ajuda espiritual e material está
dirigida em particular aos cristãos na Síria. Que sua obra de oração e
de solidariedade leve alívio e ajuda aos irmãos e irmãs que sofrem por
Cristo no Oriente Médio e em todo mundo”.
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