segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Porquê o silêncio da maioria silenciosa?

[odogmadafe]
Por Christopher A. Ferrara


À medida que o desastre deste pontificado continua, tornou-se comum, mesmo na imprensa católica “convencional”, reconhecer que o Papa Francisco é um grande problema para a Fé, em relação ao qual algo deve ser feito.

Assim, como agora se juntaram mais dois arcebispos aos três bispos do Cazaquistão para declarar que a tentativa de Francisco autorizar a Sagrada Comunhão aos adúlteros públicos é “ilícita” e “estranha a toda a Tradição da fé católica e apostólica”, até o Pe. Alexander Lucie-Smith, ao escrever no moderado Catholic Herald, afirmou que “a notícia de que cinco bispos fizeram uma declaração que sustenta os ensinamentos da Igreja sobre o casamento e os seus ensinamentos sobre o divórcio são notícias inéditas”.
Considerem-se as implicações: devemos considerar como “notícias inéditas” a intervenção de apenas cinco bispos contra a tentativa do Papa de deixar a falsa impressão de que a sua posição lhe permite revogar o constante ensinamento e disciplina da Igreja enraizados na própria lei divina.
O Pe. Lucie-Smith observa que “é deprimente que apenas cinco [até ao momento] tenham subscrito [a declaração]”, visto que “[o]s bispos não estão a dizer nada de novo, mas apenas a reafirmar o que a Igreja, sempre e em todos os lugares, acreditou”. Mas Francisco não está a reafirmar o que a Igreja sempre e em todos os lugares acreditou, razão pela qual ele está errado e deve ser oposto por todos os sucessores dos Apóstolos. No entanto, apenas cinco assumiram o desafio. Isto é, no mínimo, “desolador”.

Então, onde estão os restantes 5 100 bispos do mundo inteiro? Pe. Lucie-Smith escreve:
“Haverá muitos que não assinam mas que apoiarão de coração o que é dito, podendo eu pensar em vários. Basta recordar como poucos aprovaram as diretrizes dos bispos de Malta, por exemplo, e como a grande maioria dos bispos do mundo não disse absolutamente nada sobre o assunto. «Mas notaram que a maioria dos bispos em todo o mundo estão notavelmente silenciosos?», como perguntou o Pe. Thomas Weinandy. Esses bispos constituem a maioria silenciosa: seria ótimo se todos falassem, mas talvez se possa apreciar as suas razões para manter o silêncio”.
Mesmo? Porque se deveria “apreciar” as razões pelas quais a maioria silenciosa dos bispos mantém silêncio sobre um ataque direto aos fundamentos do edifício moral da Igreja e aos seus ensinamentos sobre a indissolubilidade do casamento e a infinita dignidade do Santíssimo Sacramento? Posso pensar apenas em uma das razões: medo de represálias de “O Papa Ditador”.
O Pe. Lucie-Smith observa, no entanto, que não teve medo de assinar “a carta dos quinhentos ou mais sacerdotes” de Inglaterra, durante o falso Sínodo, para declarar a sua “fidelidade inabalável às doutrinas tradicionais sobre o casamento e o verdadeiro significado da sexualidade humana, fundada na Palavra de Deus e ensinada pelo Magistério da Igreja durante dois milénios”.
Então, qual é a desculpa dos bispos? E – novamente – onde estão os cardeais Burke e Brandmuller, que há muito tempo prometeram uma correção formal do erro que o Papa Francisco está a tentar agora impor como “autêntico Magistério”? Parece que o medo de um homem pôde superar o temor de Deus e o Seu julgamento, deixando apenas, no mundo inteiro, cinco bispos, alguns sacerdotes e leigos corajosos para defender a verdade de Cristo.
Algo semelhante à situação criada em Inglaterra pelo rei Henrique VIII, em que apenas um bispo, São João Fisher, resistiu à exigência de divórcio, está agora incrivelmente a repetir-se por toda a componente humana da Igreja. Mais um sinal de que uma intervenção divina, como nenhuma outra na história da Igreja, será necessária para corrigir as coisas.
A edição original deste texto foi publicada pelo Fatima Center a 4 de janeiro de 2018. Tradução: odogmadafe.wordpress.com
Nota da edição: o conteúdo do texto acima é da inteira responsabilidade do seu autor, salvo algum eventual erro de tradução. Sempre que possível, deve ser lido na sua edição original. A imagem foi adicionada na presente edição, não fazendo parte portanto da publicação original.

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