terça-feira, 17 de julho de 2018

A pretexto de “arte”, injuriam a Igreja Católica

[abim]
Por  Ítalo Nóbrega

Do ódio antirreligioso da Revolução Francesa à exposição Met Gala 2018: Blasfêmias, sacrilégios e conspurcações


Fantasia de mitra episcopal
usada por uma conhecida
cantora pop

A leitura de uma notícia, algumas semanas atrás, trouxe-me ao espírito cenas características da Revolução Francesa. Quais cenas? As que se passaram em 10 de novembro de 1793, dia do culto à Liberdade e à Razão. Permita-me o leitor descrevê-las um pouco.
Os fatos ocorreram após a queda da monarquia francesa e as execuções de Luís XVI e Maria Antonieta. Nesse período, enquanto crescia a agitação antirreligiosa, Herbert e Chaumette — dois revolucionários líderes da Comuna de Paris — e seus companheiros resolveram dar um passo a mais e realizar um ato sacrílego no interior da Catedral de Notre-Dame. No local onde antes havia uma imagem de Nossa Senhora, colocaram a estátua da Liberdade, em cuja honra cantaram hinos e ouviram marchas tocadas pela Guarda Nacional.


Horas depois, a notícia do ato abominável chegou aos ouvidos da Convenção. Nada melhor achou esta para fazer do que repetir a profanação, elevando-a porém à categoria de evento público. Uma macabra procissão introduziu na Catedral uma atriz da Ópera de Paris, que representava a “razão”. Puseram-na sobre o altar do antigo e venerável Templo, e ali ela foi adorada. Além de canções obscenas em sua honra, dançaram La Carmagnole.
Em seguida se produziram cenas de orgias nas naves laterais da catedral, tudo ao som de canções carregadas de blasfêmias e injúrias à Igreja Católica, aos padres e religiosas expulsos de Paris. A festa terminou com uma fogueira, na qual foram queimados livros de piedade, imagens sagradas, confessionários e outros objetos do culto divino.
O exemplo de Paris foi imitado em toda a França, repetindo-se as mesmas cenas de profanação, sacrilégios, queima de objetos religiosos, relíquias etc., patenteando ódio explícito e profundo a Deus e à sua Igreja.
A esta altura o leitor deve estar se perguntando qual teria sido a notícia capaz de evocar tais horrores. Foi a do evento Met Gala 2018, realizado em 12 de maio último no Museu Metropolitano de Nova York, sob o título blasfemo “Corpos angélicos: moda e a imaginação católica”.

O Cardeal Gianfranco Ravasi, ministro da Cultura do Vaticano, ao lado da estilista Donatella Versace e da editora-chefe da revista Vogue, Anna Wintour, em Roma, no dia 26 de fevereiro de 2018. Representando o Vaticano, o cardeal emprestou peças sacras históricas para serem exibidas na “Gala 2018 do MET”, produzindo uma grande e compreensível reação nos meios católicos conservadores no mundo.

Devo adiantar uma diferença entre esses fatos atuais e as profanações da Revolução Francesa: enquanto estas foram perpetradas por revolucionários anticatólicos que invadiram o recinto sagrado da catedral, em Nova York os objetos sagrados para profanações foram cedidos por altas autoridades eclesiásticas. Vestes papais e acessórios da sacristia da Capela Sistina, muitos dos quais nunca foram vistos fora do Vaticano, serviram de elementos básicos da exposição. Havia cerca de 40 vestes litúrgicas da sacristia da Capela Sistina, cedidas pelo Vaticano.
 
Túnica com as cores do movimento LGBT
usada por uma das participantes

O objetivo desse evento — promovido anualmente desde 1995, pelo Instituto de Vestuário do Museu e utilizado por este para arrecadar fundos — é celebrar a moda. A edição Met Gala 2018 decidiu expor “um diálogo entre a moda e arte medieval, para examinar o envolvimento contínuo e atual da moda com as práticas devocionais e a Tradição do Catolicismo”.1 Desfilavam modelos em cujas roupas estavam estampadas “imagens da Santíssima Virgem, do Menino Jesus, [paramentos do] Vigário de Cristo”. Incluía também “uma máscara de bondage de couro envolta em contas de rosário, um bustier de jóias com suas gemas estrategicamente colocadas e um vestido fúcsia inspirado em vestes de cardeais, com um decote que deixou os seios do manequim na maior parte expostos”.2
Uma exposição de vestidos femininos foi modelada segundo roupas clericais usadas por padres e bispos. Um vestido mostrava Adão e Eva nus, com um top transparente revelador. Um vestido de mulher foi modelado segundo o hábito religioso de uma freira, com um rosário simulado como parte do design. Havia também uma roupa de feminina composta por uma saia preta curta, blusa sem mangas nem ombros, apresentando um ícone de Nossa Senhora com o Menino Jesus.3

Muitas cruzes, e nem sequer
um “Coração atravessado por sete espadas”,
símbolo de Nossa Senhora das Dores,
foram poupados na noite blasfema e sacrílega.

Ser imoral e provocador eram os objetivos reais da exposição. Um de seus organizadores, Andrew Bolton, afirmou, segundo o Life Site News, que “o design certamente gravita em torno de imagens religiosas para provocação”.4 Se já é grave exibir paramentos litúrgicos e objetos sagrados em um desfile de moda, mais grave ainda é quando eles são utilizados para despertar o apetite sexual. Participaram do evento “celebridades escandalosamente vestidas”,5 e as modelos que desfilavam se vestiam de modo gritantemente depravado.
 

O que mais consterna a nós, católicos, é considerar que tal exposição ocorreu com o ostensivo apoio do cardeal-arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, que esteve presente na abertura da exposição e declarou: “No imaginário católico, a verdade, a bondade e a beleza de Deus são refletidas em todo o lugar, mesmo na moda. […] É por isso que amamos e servimos os pobres para fazer o bem, e é por isso que gostamos de arte, poesia, música, literatura, e até mesmo de moda, para agradecer a Deus pelo presente da beleza. O mundo é atingido por sua glória e presença. É por isso que estou aqui. É por isso que a Igreja está aqui.”6 Também o escandaloso sacerdote jesuíta norte-americano James Martin, ferrenho defensor do lobby homossexual, pronunciou-se a respeito do evento: “Eu amo o seu traje” e “Eu amo que você se vestiu como um padre sensual.”7


Cabe lembrar — e lamentar — que tais profanações só ocorreram porque o Vaticano cedeu os paramentos, muitos dos quais históricos, verdadeiras relíquias. Não cuidaram as autoridades de indagar sobre o uso que seria feito deles? Se sabiam, como explicar que o tenham autorizado? Tampouco nos consta a existência de veementes manifestações de desacordo do clero com tais blasfêmias e sacrilégios. Terrível omissão diante de algo tão grave. É inaceitável ver as santíssimas imagens de Jesus e de Maria usadas de forma vil e indecente. Quanto nos entristece assistir à conspurcação de tantas relíquias.
A permissão para tamanha ofensa a Deus, à Santíssima Virgem e à Igreja Católica nos coloca diante destas interrogações: Pastores de Cristo, aonde ides? Para qual direção estais conduzindo a Santa Igreja, Esposa de Cristo? Por que não A defendeis, como é vosso dever e vossa obrigação?
____________
Notas:
  1. https://www.metmuseum.org/exhibitions/listings/2018/heavenly-bodies
  2. https://pagesix.com/2018/05/07/catholic-themed-met-gala-includes-bondage-mask-with-crosses/
3.https://www.lifesitenews.com/news/catholics-outraged-over-new-york-fashion-show-blaspheming-blessed-mother-po
  1. Idem
  2. Idem
  3. Idem
  4. Idem

Um comentário:

João Batista disse...

https://www.youtube.com/watch?v=aigPWKs49do

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