quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Racha na Maçonaria?

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De acordo com uma notícia publicada na ISTOÉ, o grão-mestre Marcos José da Silva do Grande Oriente do Brasil (GOB), portanto autoridade máxima desta Instituição no Brasil, registrou na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, 21 livros secretos que explicam os ritos misteriosos da tal seita.  
Sabichão hein!?
Sabichão hein!?

Seria esse um racha na maçonaria? Acredito que não. Apesar de partir de uma suposta insubordinação de uma autoridade máxima (contraditório – digo se é autoridade máxima, se subordinará a quem?), não passa de um golpe publicitário, ou melhor dizendo de propaganda maçônica. Explico:  
Os interessados em ingressar na Ordem, pra não dizer curiosos, buscam os tais livros, verão que neles não há nada mais que rituais cheios de passe, segredos. mística, etc (a meu ver até engraçados,  se não fossem trágicos) e passam a conhecer um pouco mais a Maçonaria. Mas o leitor perguntaria: não haveria nos referidos livros evidências de adorações e gestos pagãos ou coisas parecidas? Ao que eu respondo: sim, mas convenhamos, o senso crítico dos que cairiam em tal propaganda estará certamente amortizado, e olhe lá se os mesmos tiverem algum senso crítico ou conhecimento da Verdadeira Religião. Ademais, não creio que tais livros revelem os profundos segredos da Maçonaria, visto que é sabido que o que lá se pratica nada mais é que puro ocultismo… Ou seja sempre haverá algo oculto :-)   
O cara mesmo está é afim de ganhar uma grana em cima da Maçonaria, mais do que já tenha ganho, e de quebra faz propaganda maçônica no estilo 0800.  
Para concluir o raciocínio e melhor embasar minha afirmação, transcrevo um trecho retirado do livro “Maçonaria no Brasil” de D. Boaventura:  
O fascínio do Secreto  
 
Afinal, não esqueçamos mais um fator de atração: o fascínio do secreto. [...] mostramos que a Maçonaria não é apenas uma sociedade discreta, mas secreta no sentido próprio e usual da palavra. E aqui apraz-nos recordar uma fina observação psicológica de um graduado maçom que dá instruções secretas sobre os meios a empregar para recrutar maçons. [...]: “Deixai cair certas palavras que provoquem (em algum cidadão) o desejo de ser filiado à Loja mais próxima. Essa vaidade dos citadinos ou do burguês, de enfeudar-se à Maçonaria, tem algo de tão banal e de tão universal, que eu pasmo da estupidez humana. Admiro-me de não ver o mundo inteiro bater à porta de todos os Veneráveis e pedir a esses senhores a honra de ser um dos obreiros escolhidos para a reconstrução do Templo de Salomão. O prestígio do secreto exerce sobre os homens tal poder, que as pessoas se preparam com tremor para as fantasmagóricas provas de iniciação e do banquete fraterno. Ver-se membro de uma Loja, sentir-se, longe da mulher e dos filhos, chamado a guardar um segredo que nunca vos confiam, é para certas naturezas uma volúpia e uma ambição”. (D. Boaventura Kloppenburg, Maçonaria no Brasil, pp. 84)  

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