28 julho 2011      
 
  Jesus disse: Se me amais, guardareis os meus mandamentos (Jo 14, 15). É  fácil estabelecer o princípio geral de que é preciso fazer o bem e  evitar o mal; mas não é fácil saber – em cada circunstância, aqui, agora  – o que é bom e o que é mau. 
         
“O homem alcança o seu destino imortal e a salvação eterna fazendo o bem e evitando o mal.”
Há princípios básicos de moral cristã com os quais todos os católicos  devem estar familiarizados. Dentre eles, um dos primeiríssimos é este:  para que qualquer ação possa ser qualificada moralmente, tem de ser  consciente, humana. 
Um ato humano procede do conhecimento e do livre  arbítrio; se faltarem a liberdade ou o conhecimento devidos, o ato não é  completamente humano e, portanto, não é completamente moral. Assim, a  digestão, o crescimento, o movimento do sangue nas veias, etc., uma vez  que não estão sob o controle da nossa vontade, não podem de forma alguma  ser chamados de atos morais. São atos da pessoa humana, mas não podem  ser considerados “atos humanos”.Um ato inteiramente humano, ou seja, um ato que procede do  conhecimento e do livre arbítrio, pode ser moralmente bom ou moralmente  mau. Como podemos fazer a distinção? Baseados em uma experiência de  séculos, os teólogos chegaram à conclusão de que há três determinantes  para a qualidade moral das nossas ações: o objeto, o fim ou a intenção, e  as circunstâncias.
O objeto é aquilo em a ação consiste essencialmente, por  exemplo: mentir, rezar o terço, roubar, ajudar um cego a atravessar a  rua. Para que um ato seja moralmente bom, o seu objeto – aquilo que ele é  –, deve estar conforme com a lei de Deus.
O segundo determinante da qualidade moral de qualquer ato humano é a intenção, fim ou propósito.  Todo o ato humano, não importando quão trivial seja, é feito com algum  propósito. O motorista domingueiro que atrapalha o trânsito e parece  estar dirigindo sem qualquer destino tem um propósito: ele pode não  querer chegar a lugar nenhum, mas busca a alegria de contemplar a  paisagem do volante do seu carro. Para que um ato humano seja bom, o  agente, aquele que o pratica, tem de ter boa intenção – tem de querer  fazer algo que seja bom. Algumas ações, como blasfemar e roubar, são  sempre erradas e nenhuma finalidade ulterior, não importando quão nobre  seja, pode torná-las boas. Outras ações podem ser boas ou más dependendo  de para que as praticamos. Beber não é pecado; já beber para ficar  bêbado é. A moralidade de muitas coisas que fazemos é determinada pela  intenção: andar, conversar, ler, etc. Muitas atividades consideradas  moralmente indiferentes em si recebem a sua qualidade moral da intenção  que está por trás delas.
Para que as nossas ações sejam boas, as nossas intenções devem ser  boas. É bom ajudar os pobres, mas se eu os ajudo por vaidade ou  despeito, então não pratico uma boa ação, mesmo que, em última análise,  os pobres sejam beneficiados. Por outro lado, não podemos cair no erro  contemporâneo segundo o qual toda a moralidade de uma ação é determinada  pela intenção. A mais nobre das intenções não pode tornar bom um ato  intrinsecamente mau. Assim, as explosões e as mortes causadas por  terroristas com o objetivo de mudar alguma forma de governo são  assassinatos, independentemente da intenção com que se praticam. Roubar  dos ricos para ajudar os pobres, como um Robin Hood, continua a ser  roubo. A ideia de que “os fins justificam os meios” é muito comum hoje  em dia. Pessoas mal informadas que se preocupam com a superpopulação do  planeta ou com a educação apropriada das crianças consideram bom o  recurso ao aborto para diminuir o número de nascimentos e evitar  crianças não desejadas; mas uma boa intenção, não importa qual, não  transforma algo essencialmente mau como o aborto em algo moralmente bom.
As circunstâncias do ato, por fim, são o terceiro  determinante da moralidade de qualquer ação. Circunstâncias são, por  exemplo, as pessoas envolvidas, a hora, o local, a ocasião. Embora  distintas do objeto, as circunstâncias podem modificar e mesmo alterar  completamente a moralidade de um ato. As circunstâncias podem, por  exemplo:
– tornar má uma ação que, de outra forma, seria boa, como no caso de um soldado que deliberadamente durma durante o serviço;
– aumentar ou diminuir a culpa de quem pratica a ação. Como quando  uma menininha mente para a sua mãe (culpa aumenta), ou alguém conta uma  mentira inventada na hora para se livrar de uma situação embaraçosa  (culpa diminui).
Uma vez que todas as ações ocorrem em um momento e um lugar  determinados, as circunstâncias devem ser sempre levadas em conta na  hora avaliar a qualidade moral de qualquer ato humano.
Não devemos ficar alarmados com o crescente uso do princípio de que  “os fins justificam os meios”. Um católico bem formado sabe que a  moralidade de cada ato humano é determinada pelos três elementos vistos  acima – o objeto, a intenção e as circunstâncias. Basta que apenas um  deles seja mau para que possamos considerar uma ação má e saibamos que  devemos evitá-la.
Fonte: Catholic Educators Resource Center
Link: http://www.catholiceducation.org
Tradução: Quadrante
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Tradução: Quadrante
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