domingo, 14 de agosto de 2011

Ordem dos Maryknolls demite padre que tentava ordenar mulheres


[IHU]

14/8/2011  

O padre Roy Bourgeois, que se recusou a renunciar à sua campanha cada vez mais pública de ver mulheres ordenadas como sacerdotes na Igreja Católica Romana, foi notificado sobre a sua demissão pela sua ordem religiosa, os Padres e Irmãos Maryknoll.
A reportagem é de Laurie Goodstein, publicada no jornal The New York Times, 08-08-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Uma carta ao Pe. Bourgeois, assinada pelo superior-geral e pelo secretário-geral da ordem Maryknoll nos Estados Unidos, disse que a dispensa foi necessária por causa da sua "postura desafiadora" em oposição ao ensinamento da Igreja.
"Suas inúmeras declarações e aparições públicas em apoio ao movimento das presbíteras continua criando, nas mentes de muitos fiéis, a visão de que a sua posição é aceitável para a nossa Igreja", diz a carta, acrescentando que o Pe. Bourgeois causou um "grave escândalo" à Igreja.
O Pe. Bourgeois foi mais longe do que qualquer outro padre em boa posição, ao se aliar publicamente com o crescente movimento pela ordenação de mulheres. O grupo católico Roman Catholic Womenpriests afirma ter ordenado 120 mulheres como sacerdócio e 10 bispas nos últimos anos. O Vaticano considera essas cerimônias como ilícitas e inválidas. O Pe. Bourgeois participou de uma dessas cerimônias em 2008 e desde então tem dado palestras em todo o país em defesa das presbíteras.
"Eles querem duas palavras: eu me retrato", disse o Pe. Bourgeois. "E eles não podem tirar isso de mim. Para mim, o verdadeiro escândalo é a mensagem que estamos enviando às mulheres: vocês não são iguais, vocês não podem ser padres, você não são dignas".
O caso agora segue para o Vaticano para a sua remoção formal do sacerdócio, ou laicização. O Pe. Bourgeois disse que ele havia contratado o Pe. Thomas Doyle, um canonista conhecido por testemunhar como especialista em nome das vítimas que processam a Igreja pelos casos de abuso sexual clerical, para representá-lo no Vaticano.
A medida da ordem, embora esperada, surpreendeu, no entanto, o Pe. Bourgeois e alguns dos seus apoiadores que esperavam que os maryknolls, geralmente na vanguarda de causas liberais, se posicionariam junto ao seu colega padre. Mais de 200 padres assinaram um abaixo-assinado aos maryknolls dizendo que apoiam o direito de Bourgeois de seguir a sua consciência.
"Estou decepcionado", disse a Irmã Beth Rindler, coordenadora da National Coalition of American Nuns, um pequeno grupo que há muito tempo pede a ordenação feminina. "Eu pensava que, com o apoio que o Pe. Roy tem recebido, talvez eles se renderiam. Parece-me que a Igreja está tentando ensinar que as mulheres são subservientes aos homens, e eu estou muito surpresa que eles sustentem isso".

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