22 Março 2012
midiasemmascara - O
retorno do infanticídio, do aborto e da eutanásia, e a perseguição
anticristã: o velho paganismo retorna à sociedade, com a sede de sangue
inocente típica de seus velhos e falsos deuses.
O
altar do deus cananita Moloch possuía a estátua de um bezerro de bronze
com uma fornalha em seu ventre onde, em honra à divindade, as mães
depositavam seus próprios filhos. Para amenizar o horror dessas mães, os
sacerdotes cuidavam para que as trombetas fossem tocadas bem alto afim
de que não se ouvisse o choro infernal das crianças sacrificadas.
Este
tipo de prática religiosa era também comum entre fenícios, amonitas e
até entre os primeiros romanos, mas o cristianismo os fez aparentemente
desaparecer. Por séculos, a prática do infanticídio permaneceu vista
como expressão do próprio mal. O paganismo dos cátaros, a despeito de
uma fé cega no transcendente, trouxe de volta o pesadelo do aborto e do
suicídio como solução para a salvação em Cristo, em uma tentativa de
transfigurar a fé cristã em seu oposto.
Hoje
vemos por todo lado a defesa do aborto e do infanticídio (o “aborto
pós-natal”), como método contraceptivo ou como meio de seleção
artificial do seres humanos mediante a constatação de deformidade ou
enfermidade incurável. Com isso, buscam escolher quem deve nascer a
partir de critérios de valoração baseados em um sofrimento indesejável,
como se houvesse sofrimentos desejáveis.
O
paganismo é algo que subjaz na ideia do aborto, tal como o sacrifício de
bebês era inerente ao culto a Moloch. A diferença da fé dos primeiros
pagãos para com a dos últimos está no objeto adorado. E no caso
presente, temos a chamada comunidade médica ou científica, mas podemos
ampliar o rol de sacerdotes até alcançarmos os intelectuais do controle
populacional, do planejamento familiar, etc. O derramamento de sangue
inocente continua sendo a solução para aplacar sofrimentos humanos, tal
como no paganismo primitivo. O trono de Moloch, portanto, permanece vivo
como a chama de uma fornalha que é alimentada com sangue, com carne
viva.
O
mesmo cristianismo que substituiu as práticas a Moloch, tal como a
tantos deuses pagãos na Antiguidade, é aquele que agora é atacado
globalmente, justamente pelos filhos daquele que necessita de alimento,
adoração e sacrifícios, e que aguarda nos altares secretos, montados em
clínicas de aborto por toda a parte. É a revanche do paganismo cuja
crueldade não foi capaz de vencer a misericórdia do novo mundo cristão
que se tornou real.
Vingadas
as suas perdas, pretendem eles estabelecerem um reino pagão,
assemelhado ao que as Nações Unidas chamam de comunidade internacional,
para o qual luta ardentemente uma tal United Religions Initiative,
visando a emancipação de velhas crenças hoje periféricas, e que elevará o
culto a Moloch finalmente ao status de religiosidade legítima.
Cristian Derosa é jornalista.
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