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| Bento XVI e Georg Gänswein | 
unisinos - Bento XVI promoveu a arcebispo e prefeito da Casa Pontifícia o seu secretário particular, padre Georg Gänswein. E no seu caso não se tratará de um "promoveatur ut amoveatur", porque o Pe. Georg foi promovido, mas não removido. 
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no blog Sacri Palazzi, 07-12-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no blog Sacri Palazzi, 07-12-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Portanto, permanecerá sendo o secretário do pontífice, como confirmou o porta-voz vaticano, padre Lombardi,
 assumindo assim dois encargos delicados que reforçam notavelmente o seu
 papel no âmbito da Cúria Romana e na gestão do acesso ao papa. Gänswein receberá a ordenação episcopal das mãos de Ratzinger juntamente com outros novos bispos no próximo dia 6 de janeiro, em São Pedro.
A nomeação, anunciada na manhã do dia 6 de dezembro, deve ser lida à luz do Vatileaks, o vazamento de documentos que começou em janeiro passado, pelo qual o ex-ajudante de quarto de Bento XVI, Paolo Gabriele,
 foi condenado de forma definitiva e ainda está na prisão. Um episódio 
que abalou sobretudo a família pontifícia e mais círculo papal mais 
próximo. 
O Pe. Georg também acabou na mira de 
algumas críticas internas aos Sagrados Palácios por causa da gestão da 
secretaria papal: a sua promoção a prefeito da Casa Pontifícia,
 que lhe confere toda autoridade na gestão das audiências papais, é a 
resposta pública a essas críticas. O papa reitera a sua confiança no seu
 colaborador mais próximo, mantendo-o em cargo que ele ocupava até agora
 e, ao mesmo tempo, acrescenta-lhe outro cargo que o "blinda" ainda mais
 nas relações com o mundo externo, mas também com os ambientes internos.
Deve ser destacada a excepcionalidade da decisão papal. É verdade que João Paulo II havia feito bispo o seu secretário particular, Dom Stanislaw, no 20º ano de pontificado. Mas Dziwisz havia sido nomeado "prefeito adjunto" da Casa Pontifícia, apoiando o prefeito James Harvey. 
Ratzinger foi além: nomeou o Pe. Georg não a bispo, mas direto a arcebispo (os antecessores Jacques Martin e Dino Monduzzi eram bispos; Harvey tornou-se
 arcebispo depois de alguns anos) e não o colocou ao lado de outro 
prefeito que – ao menos nominalmente – se ocupasse da Casa Pontifícia, 
mas lhe confiou toda a responsabilidade do ofício.
Gänswein nasceu em Waldshut, na Floresta Negra,
 no dia 30 de julho de 1956, e é o mais velho de cinco filhos, dois 
irmãos e duas irmãs. Entrou para o seminário e foi ordenado sacerdote no
 dia 31 de maio de 1984, na diocese de Freiburg im Breisgau. Formou-se em direito canônico em 1993 na Faculdade Teológica da Ludwig-Maximilians-Universität de Munique. Depois de ser juiz do Tribunal Diocesano, em 1995 entrou para a Congregação para o Culto Divino. Foi transferido para a Congregação para a Doutrina da Fé em 1996, onde se tornou assistente de Ratzinger, assumindo o lugar do antigo secretário, Jozef Clemens, com quem as relações sempre permaneceram tensas.
Apaixonado pelo esporte, esqui e tênis, um fã-clube foi criado em sua homenagem. Nos últimos dias, ao receber um prêmio no Vaticano, o padre Georg explicou
 assim o seu papel: "Pessoalmente, vi o meu papel ou serviço ao papa 
como o de um vidro. Um vidro é um vidro quando está limpo. Quanto mais 
limpo, mais alcança o seu objetivo. Se se sujar ou se quebrar, continua 
sendo um vidro, mas não funciona como deveria. Eu tenho que deixar 
entrar o sol, e quanto menos o vidro aparece, melhor. Se ele não se 
deixa ver, é justamente porque desempenha bem o seu trabalho". 
E
 também confidenciou: "Existem ventos hostis, e se eles tocam o Santo 
Padre, às vezes também tocam o seu secretário. O sofrimento faz parte da
 Via Crucis, mas não o escolhemos".

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