| Arcebispo de Westminster, Vincent Nichols |
14/01/2013
ihu - Atento aos protestos de setores católicos londrinos, que chegaram a reclamar junto ao Vaticano, o arcebispo de Westminster, Vincent Nichols, cancelou a celebração da missa quinzenal reservada a lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT).
A missa era realizada na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, no bairro de Soho, em Londres, há seis anos.
A missa era realizada na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, no bairro de Soho, em Londres, há seis anos.
A informação é publicada pela Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 11-01-2013.
Em declaração ao site do jornal Catholic Herald,
Nichols lembrou que "o uso correto da nossa faculdade sexual é dentro
do matrimônio, entre um homem e uma mulher, aberto à procriação e ao
cuidado de uma nova vida humana."
Embora a celebração da missa esteja cancelada, Nichols assegurou que o cuidado pastoral da comunidade para com homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais continuará.
Já em Washington, a Igreja das Comunidades Metropolitanas (ICM), igreja alinhada com o protestantismo tradicional, criada em 1968, deu início às celebrações ao público LGTB em espanhol.
A
tendência, informa a BBC Brasil, é um sinal da tendência de latinos
assumirem sua sexualidade de forma mais aberta quando se encontram nos
Estados Unidos, enquanto no seu país de origem essas pessoas procuram
ocultar sua opção sexual na tradicional vida familiar. Muitos latinos
"saem do armário em inglês, mas não em espanhol", apontam organismos de
apoio ao povo LGTB.
Pesquisa do Instituto Pew Religion
mostra que mesmo entre os hispânicos católicos residentes nos Estados
Unidos a aprovação do casamento gay é maioria, 52% favoráveis e 34%
contrários.
Também em Londres, editora da
capital editou Bíblia organizada por ativistas gays, eliminando qualquer
referência homofóbica do texto, como em Gênesis 19,5, Levítico 20,13, a
carta de Paulo aos Romanos, capítulo 1, versículos 26 e 27, e de I
Coríntios 6, 9 e 10.
Os editores argumentam que a palavra
"homossexual" não aparece no texto antes de 1946 e que o termo não
existe em nenhum verso dos manuscritos originais. "Você não pode
escolher a sua sexualidade, mas pode escolher Jesus. Agora também pode
escolher uma Bíblia", propagam os editores.
A visão dos editores da Bíblia gay foram duramente contestados. O pastor e teólogo Augustus Nicodemus, ao rebater em entrevista ao The Christian Post
o argumento de que dentre milhares de versículos só oito falam do
homossexualismo, perguntou "quantos versículos precisamos para
reconhecer que alguma coisa aborrece a Deus?"
Disse que a
passagem de Levíticos 18, que diz "com homem não te deitarás, como se
fosse mulher, é abominação", só pode ser interpretado como uma
condenação à homossexualidade.
"Que os ativistas gays travam uma
batalha contra aquilo que a Bíblia diz a respeito de suas práticas, todo
mundo já sabe", afirmou o colunista do Gospel +, André Sanchez.
Mas agora, com a edição da Bíblia gay, foram bem ousados, manipulando
textos para encaixar sua filosofia e ficar com a consciência tranquila.
"A
iniciativa dos ativistas gays abre um longo caminho para que qualquer
pessoa faça a sua própria tradução da Bíblia, conforme suas convicções",
concluiu.
Nas Bahamas, declarações ao jornal Tribune, o ex-líder da Igreja Batista Nova Aliança, bispo Simeon Hall,
alvoroçou a comunidade cristã. Ele acredita que dos 133 pecados
listados na Bíblia, se um pastor se dedica a falar apenas a respeito de
um deles, referindo-se à homossexualidade, "pode muito bem ser que ele
tem esse problema, se não na prática, então talvez de forma adormecida",
disse.
A "demonização" dos homossexuais é o maior obstáculo para
qualquer diálogo positivo ou esforços que a igreja possa estabelecer
com eles.
O catolicismo e o judaísmo são as duas manifestações
religiosas que mais desafiam a questão dos direitos gays, escreveu o
historiador e jornalista italiano Ernesto Galli Della Loggia no jornal Corriere della Sera.
Loggia reportou-se a documento trabalhado pelo grão-rabino da França, Gilles Bernheim, uma autoridade do judaísmo europeu, intitulado "Matrimônio homossexual, homoparentalidade e adoção".
"Naturalmente,
as páginas mais densas do documento são aquelas em que, opondo-se à
ideia cada vez mais difundida de que o sexo, longe de ser um fato
natural, representa uma construção cultural, o grão-rabino, fortalecido
com o relato do Gênesis, afirma, ao invés, 'a complementaridade
homem-mulher como princípio estruturante do judaísmo', correspondendo ao
plano mais íntimo da criação, escreve o jornalista.
O
grão-rabino afirma que "a dualidade dos sexos pertence à construção
antropológica da humanidade" e é desejada por Deus também como "um sinal
da nossa finitude".
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