[tvi24]
02/01/2013
Três crianças entre as vítimas. Estádio com capacidade para 70 mil pessoas terá ultrapassado as 250 mil.
Pelo menos dezasseis pessoas
morreram e mais de cem ficaram gravemente feridas esta segunda-feira
durante uma cerimónia religiosa da Igreja Universal do Reino de Deus
(IURD), em Luanda. O primeiro balanço apontava para doze mortos.
Três dos falecidos são crianças (de três e quatro anos), que morreram por asfixia devido à presença de demasiadas pessoas no estádio da Cidadela Desportiva.
Três dos falecidos são crianças (de três e quatro anos), que morreram por asfixia devido à presença de demasiadas pessoas no estádio da Cidadela Desportiva.
0 vice-presidente do conselho de igrejas da IURD,
Bispo Felner Batalha, não encontra para já explicações para o sucedido
na festa de celebração da passagem de ano. Admite, porém, que estariam
demasiadas pessoas no recinto: «Não caiu nenhum anel, até porque o anel
de cima está interditado, não foi usado pelos membros. A nossa
expectativa era de termos nesta vigília 70 mil pessoas, essa expectativa
foi de longe superada, porque após alguns dados, apesar de não serem os
definitivos, estimamos que estiveram na vigília acima de 250 mil
pessoas», disse à «Rádio de Angola».
Nove das vítimas morreram já
no interior do Hospital Américo Boavida, uma no Hospital do Prenda e
outras três, que receberam os primeiros socorros dos Serviços de
Emergências Médicas, acabaram por morrer a caminho de unidades
hospitalares. Outras três morreram no local da tragédia, escreve o
«Jornal de Angola».
As pessoas surgiram no estádio vindas de
todos os municípios de Luanda, transportadas em autocarros alugados pela
Igreja Universal, causando o caos no trânsito. A autorização para a
realização da cerimónica foi pedida no início de dezembro e estavam
presentes no estádio os Serviços de Emergências Médicas, a Polícia
Nacional, os Bombeiros e a Cruz Vermelha.
Devido à grande
afluência, os portões foram abertos e quem não conseguisse lugar no
estádio podia assistir à cerimónia no exterior através de dois ecrãs
gigantes.
No entanto, uma parte da multidão forçou a entrada no
recinto quando começaram a ser distribuídos sacos com «água benta». Cada
pessoa retirava uma porção, mas com a confusão, os sacos ficaram
destruídos e a água derramou, tornando o chão escorregadio e ainda mais
perigosa a entrada, que já tem uma inclinação acentuada, relata o
«Jornal de Angola». Rapidamente a situação tornou-se caótica, com
pessoas a serem espezinhadas.
A mensagem de esperança que surgia
no convite tinha acabao de se transformar num pesadelo: «Venha dar um
fim a todos os problemas da sua vida ¿ doença, miséria, desemprego,
inveja, problemas na família, separação, dívidas». Ainda assim, apesar
da tragédia, a celebração continuou até à uma da madrugada de
terça-feira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário