4 outubro 2013
Nunca foi tão fácil macular o próprio corpo, templo do Espírito Santo, como nestes tempos, com o advento da pornografia virtual
Como uma droga, o pecado da pornografia destrói e aprisiona o ser humano.
Uma das maiores dificuldades para os jovens que desejam viver a 
castidade hoje são as inúmeras ocasiões de pecado que lhes são 
apresentadas quotidianamente, em altas doses. Roupas decotadas e 
ofensivas à modéstia, imagens sensuais em anúncios de outdoors, palavras
 indecorosas em livros “da moda”, programas televisivos indecentes: em 
praticamente todos os ambientes pelos quais se passa, há alguma 
insinuação perversa – o “dedo” do demônio convidando as pessoas ao pecado da impureza.
Nunca foi tão fácil macular o próprio corpo, templo do Espírito 
Santo, como nestes tempos, com o advento da pornografia virtual. Se é 
verdade que há muitos cristãos utilizando a Internet para buscar 
entretenimento sadio, conhecimento e, muitas vezes, aumentar a sua fé em
 Jesus Cristo e na Sua Igreja, outras porções de pessoas têm se 
aproveitado das comodidades do mundo virtual para saciarem seu anseio de
 felicidade nos lugares errados.
O Catecismo da Igreja Católica, ao falar da pornografia, lembra que 
ela “ofende a castidade, porque desnatura o ato conjugal, doação íntima 
dos esposos um ao outro” (§ 2354). A colaboração com a produção deste material, em qualquer nível (seja no da atuação, comercialização ou consumo), é pecado grave.
É bem verdade que a cultura relaxada em que vivemos tem contribuído 
para enfraquecer nas pessoas aqueles valores e noções importantes, 
constantemente pregados pela Igreja, que tanto bem fazem à humanidade, 
dando equilíbrio e estabilidade à civilização. Porém, negar a realidade 
não vai fazer com que ela deixe de ser. O veneno pode se esconder em 
belos frascos, mas nem por isso deixa de ser veneno. Nem por isso deixa 
de ser mortal. O ser humano possui uma dignidade intrínseca e o homem e a
 mulher foram criados para viver a sexualidade no dom divino do 
Matrimônio: nenhuma realidade terrena, por mais forte e hostil que seja,
 poderá apagar esta verdade.
De fato, sequer é preciso ser católico para detectar a maldade 
inerente à pornografia. Para reconhecê-la, basta – como recordou em 
várias ocasiões o Papa Bento XVI – identificar a existência de uma 
moralidade objetiva inscrita no coração dos homens – a “lei moral 
natural”.
Para as mentes corretamente formadas, esta lei moral se manifesta 
através da famosa “voz da consciência”. Àqueles que, como o filho mais 
novo da parábola evangélica, têm se chafurdado na lavagem dos porcos: 
lancem um olhar sincero para o próprio coração. No começo, a malícia da 
pornografia parece evidente, mas a exposição contínua a doses cada vez 
mais pesadas do material vai estrangulando a consciência que indica o 
erro e diminuindo a resistência ao pecado… Pouco a pouco, vai-se criando
 um mau hábito, do qual, agora, muitas pessoas se veem em tremendas 
dificuldades para sair.
É assim porque a pornografia causa dependência. O dr. Valerie Voon, 
neurocientista da Universidade de Cambridge, realizou um estudo com 
pessoas que viam material pornográfico de modo compulsivo. A conclusão 
foi um “claro paralelismo com as pessoas viciadas em substâncias”,
 como heroína ou álcool. Isto sem falar das inúmeras perversões sexuais 
presentes na pornografia, que, se não eliminam por completo as noções de
 limites e moderação, alçam à categoria da normalidade verdadeiras 
aberrações, só defendidas hoje pelos completamente afetados promotores 
da “ideologia de gênero”.
Por isso, o Catecismo da Igreja Católica não só recorda que a pornografia é um pecado, mas também que “as autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de material pornográfico”. Não
 é possível que o Estado persiga o bem comum se permite aos seus 
cidadãos que se machuquem de modo tão sério, gerando consequências que 
não se limitam à esfera espiritual, mas prejudicam as pessoas no 
convívio familiar, em seu trabalho, nas suas relações com as demais 
pessoas e em outros tantos ambientes.
Se para reconhecer esta situação sequer é preciso crer, para 
livrar-se dela não se pode dizer o mesmo. É na busca sincera do perdão 
de Deus que se encontra o caminho para aquele que “peca contra o seu 
próprio corpo” (1 Cor 6, 18). É aterrador constatar como o hedonismo tem
 se tornado “cultura” e como a sua influência nociva é forte e 
crescente. Para enfrentá-lo, o Senhor pede-nos coragem. “Referi-vos 
essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter 
aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16, 33).
Por Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: Religión en Libertad
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