Nas quatro semanas do Advento a Igreja 
nos leva a meditar e preparar o coração para celebrar as duas Vindas de 
Jesus Cristo. As cores e símbolos da liturgia nos ajudam nisso. A Coroa 
do Advento com as quatro velas que vão sendo acendidas uma a cada semana
 nos preparam e ensinam.
A vela vermelha significa a Fé que o 
Menino traz ao mundo; a certeza de que Deus está conosco, armou a sua 
tenda entre nós; “revestido de nossa fragilidade, Ele veio uma primeira 
vez para realizar o seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da 
salvação”, diz um dos Prefácios do Advento. 
A vela branca a simboliza Paz; este 
Menino é o “Príncipe da Paz”, disse o profeta Isaias (11,1s). Quando o 
Seu Reino for implantado, “a justiça será como o cinto de seus rins, e a
 lealdade circundará seus flancos. Então o lobo será hóspede do 
cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão 
comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se 
fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o
 boi.  A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino 
desmamado meterá a mão na caverna da áspide. Não se fará mal nem dano em
 todo o meu santo monte, porque a terra estará cheia de ciência do 
Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar.” (Is 11, 5-8).
A vela roxa (quase rosa) simboliza a 
alegria do Menino que chega para salvar. É a alegria mitigada pela 
cuidadosa vigilância do tempo da espera.
A vela verde traz a simbologia da 
Esperança que o Deus Menino traz a todos os homens de todos os tempos e 
todos os lugares. “Sem Deus não há esperança”, disse há pouco o Papa 
Bento XVI na encíclia “Spe Salvi (Salvos pela Esperança); e “sem 
esperança não há vida”, concluiu o Pontífice. É esta esperança  de uma 
vida feliz aqui e no Céu que o grande Menino veio anunciar com sua meiga
 e frágil presença na manjedoura de Belém.
A primeira vinda de Cristo mostra todo o 
amor de Deus por nós. Ninguém mais tem o direito de duvidar desse Amor. 
Ele deixou a glória do Céu, dignou-se assumir a nossa frágil humanidade,
 para nos levar de volta para o Céu; Ele aceitou viver a nossa vida, 
derramar as nossas lágrimas, comer nosso pão de cada dia… e, por amor 
puro a cada um de nós dar um mergulho nas sombras da morte para 
destruí-la.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo 
estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto 
de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia a 
vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1, 1s).
O
 amor de Deus não é o amor de novelas, com músicas românticas e palavras
 sensuais; é amor que se revela por fatos, atos, renúncia, sofrimento…  É
 amor que gera a vida.
São João apresenta o Menino que vai 
chegar: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam… 
Ele era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava
 no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio 
para o que era seu, mas os seus não o receberam”. A Luz de Cristo 
resplandeceu nas trevas mas essas não a compreederam; as trevas fogem da
 luz, tem medo dela, porque a luz revela o erro. Quem faz o mal, pratica
 o crime, busca a calada da noite para que a luz não o denuncie. Por 
isso Jesus foi logo perseguido pelo cruel tirano Herodes Magno.
Disse a Lumen gentium que “só Jesus 
Cristo revela o homem ao próprio homem”; Ele é “a luz que ilumina todo 
homem que vem a este mundo”; é por isso que o Papa João Paulo II disse 
em sua primeira encíclica “Redemptor Hominis” que: “ o homem que não 
conhece Jesus Cristo permanece para si mesmo um desconhecido, um 
mistério inexplicável, um enigma insondável”.
Sem Jesus Cristo o homem não sabe quem é,
 não sabe o que faz neste mundo, não sabe o sentido da vida, do 
sofrimento, da morte, da dor e das estrelas… é um coitado e um perdido 
como muitos filósofos ateus que se debateram em meio de suas trevas e 
acabaram arrastando muitos outros consigo para uma vida vazia e triste. 
Não foi à toa que muitos jovens suicidaram-se lendo o “Werther” de 
Goethe e a “Comédia Humana” de Balzac. Depois de ler “A Nova Heloisa” de
 Jean Jacques Rosseau uma jovem estourou os miolos em uma praça de 
Genebra e vários jovens se enforcaram em Moscou depois de ler “Os sete 
que se enforcaram” de Leonid Andreiv”. Só Jesus Cristo “é a Luz que 
ilumina todo homem que vem a este mundo”. Um dia Karl Wusmann, escritor 
francês, entre o revolver e o crucifixo, escolheu o crucifixo… e viveu. 
(J. Mohana, Sofrer e Amar).
“Mas a todos aqueles que o receberam, aos
 que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, 
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade
 do homem, mas sim de Deus.”
O Natal nos traz esta certeza e esta 
enorme alegria: somos filhos amados de Deus; que nos fez para Ele, por 
amor. Ele fez para nós as estrelas, o cosmos, as pedras , os rios, as 
montanhas, os animais, os peixes das águas e os pássaros do Céu,  o doce
 fruto da terra, o perfume das flores, a harmonia das cores e o mar que 
murmura o Seu Nome a cantar… Obrigado Senhor!
Prof. Felipe Aquino
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