ihu - A junta médica da Congregação para a Causa dos Santos, presidida pelo doutor Patrizio Polisca – médico pessoal de Bento XVI e agora de Francisco –, declarou, nesta quinta-feira, “inexplicável” a cura ocorrida graças à intercessão de João Batista Montini, o Papa Paulo VI.
Agora o suposto milagre deverá ser validado por teólogos e cardeais,
antes da aprovação do Pontífice, mas a parte mais difícil foi superada;
pode-se com facilidade prever que a beatificação de Montini será um fato nos próximos meses.
Fonte: http://bit.ly/1fbnMzx |
A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 13-12-2013. A tradução é de André Langer.
O postulador da causa, o padre Antonio Marrazzo,
escolheu há tempo, entre as indicações de causas recebidas, um caso de
cura que resultou ser, segundo os primeiros exames, “inexplicável”. Há
um ano, no dia 20 de dezembro de 2012, o Papa Ratzinger proclamava a “heroicidade da virtude” de Paulo VI, fechando assim o processo canônico. Para a beatificação servia somente o reconhecimento de um milagre.
O suposto milagre que Marrazzo decidiu apresentar à equipe médica tem a ver com a cura de um feto que aconteceu no começo dos anos 1990 na Califórnia.
Durante a gravidez, os médicos teriam encontrado graves problemas no
feto e, pelas consequências em nível cerebral que se dão nesses casos,
teriam sugerido que a única solução possível era o aborto. A mulher não
seguiu o conselho dos médicos e se encomendou à intercessão de Paulo VI, o Papa que em 1968 escreveu a Encíclica Humanae Vitae.
A criança
nasceu sem nenhum problema, mas, para constatar que não houvesse nenhuma
consequência, os médicos esperaram até que fosse adolescente. Trata-se,
segundo havia dito Marrazzo há um ano à Rádio Vaticano, de “um fato verdadeiramente extraordinário e sobrenatural, ocorrido graças à intercessão de Paulo VI”. “Uma cura”, assegurava o postulador da causa, “em sintonia com o magistério do Papa que escreveu a Encíclica Humanae Vitae”,
um milagre que tem a ver com a “defesa da vida expressa na encíclica,
mas também com a defesa da família, porque o documento fala do amor
conjugal, não apenas das vidas que nascem. Esta cura é lógica na linha
de Montini”.
No último ano
intensificaram-se as discussões sobre o caso e confrontaram-se as
opiniões de vários médicos até se chegar ao resultado final desta
quinta-feira. Em novembro passado, o cardeal Angelo Sodano, arcebispo de Milão, intervindo em um evento dedicado à viagem de Paulo VI à Terra Santa, falou de uma beatificação “que teria que ser relativamente próxima”.
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