Redação (Quinta-feira, 02-01-2014, Gaudium Press) - E seu nome será: Conselheiro Admirável, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz" (Is 9, 5).
Sim, quanto é maravilhoso, rico e
simbólico este nome que, segundo o Profeta Isaías, significa "Deus
conosco"! Como o Arcanjo Gabriel deve ter enlevado a Santíssima Virgem
Maria - que ponderava todas as coisas em seu coração - com estas
palavras no momento da Anunciação: "E Lhe porás o nome de Jesus"! (Lc
1,31).
Fecunda fonte de inspiração
Esta frase, que ficou indelevelmente
gravada no Imaculado Coração de Maria, chega aos ouvidos dos fiéis de
todos os tempos, no orbe terrestre inteiro, fecundando os bons afetos de
todo homem batizado. Ao longo dos séculos, diversas almas monásticas e
contemplativas foram inspiradas por ela a tal ponto que inúmeras
composições de canto gregoriano versam sobre o suave nome do Filho de
Deus.
Há uma misteriosa e insondável relação
entre o nome de Jesus e o Verbo Encarnado, não sendo possível conceber
outro que lhe seja mais apropriado.
É o mais suave e santo dos nomes. Ele é
um símbolo sacratíssimo do Filho de Deus, e sumamente eficaz para atrair
sobre nós as graças e favores celestiais. O próprio Nosso Senhor
prometeu: "Qualquer coisa que peçais a meu Pai em meu nome, Ele vo-la
concederá" (Jo 14,13). Que magnífico convite para repeti-lo sem cessar e
com ilimitada confiança!
Invoque este nome poderosíssimo!
A Santa Igreja, mãe próvida e solícita,
concede indulgências a quem invocá-lo com reverência, inclusive põe à
disposição de seus filhos a Ladainha do Santíssimo Nome de Jesus,
incentivando-os a rezá-la com freqüência.
No século XIII, o Papa Gregório X
exortou os bispos do mundo e seus sacerdotes a pronunciar muitas vezes o
nome de Jesus e incentivar o povo a colocar toda sua confiança neste
nome todo poderoso, como um remédio contra os males que ameaçavam a
sociedade de então. O Papa confiou particularmente aos dominicanos a
tarefa de pregar as maravilhas do Santo Nome, obra que eles realizaram
com zelo, obtendo grandes sucessos e vitórias para a Santa Igreja.
Um vigoroso exemplo da eficácia do Santo
Nome de Jesus verificou-se por ocasião de uma epidemia devastadora
surgida em Lisboa em 1432. Todos os que podiam, fugiam aterrorizados da
cidade, levando assim a doença para todos os recantos de Portugal.
Milhares de pessoas morreram. Entre os heróicos membros do clero que
davam assistência aos agonizantes estava um venerável bispo dominicano,
Dom André Dias, o qual incentivava a população a invocar o Santo Nome de
Jesus.
Ele percorria incansavelmente o país,
recomendando a todos, inclusive aos que ainda não tinham sido atingidos
pela terrível enfermidade, a repetir: Jesus, Jesus! "Escrevam este nome
em cartões, mantenham esses cartões sobre seus corpos; coloquem-nos, à
noite, sob o travesseiro; pendurem-nos em suas portas; mas, acima de
tudo, constantemente invoquem com seus lábios e em seus corações este
nome poderosíssimo".
Maravilha! Em um prazo incrivelmente
curto o país inteiro foi libertado da epidemia, e as pessoas agradecidas
continuaram a confiar com amor no Santo Nome de nosso Salvador. De
Portugal, essa confiança espalhou-se para a Espanha, França e o resto do
mundo.
Uma retribuição agradável a Deus
O ardoroso São Paulo é o apóstolo por
excelência do Santo Nome de Jesus. Diz ele que este é "o nome acima de
todos os nomes", e louva seu poder com estas palavras: "Ao nome de Jesus
dobrem-se todos os joelhos nos céus, na terra e nos infernos" (Fil
2,10).
São Bernardo era tomado de inefável
alegria e consolação ao repetir o nome de Jesus. Ele sentia como se
tivesse mel em sua boca, e uma deliciosa paz em seu coração. São
Francisco de Sales não hesita em dizer que quem tem o costume de repetir
com freqüência o nome de Jesus, pode estar certo de obter a graça de
uma morte santa e feliz. Outro imenso favor!
Mas este grande dom não nos pede alguma retribuição?
Sim. Além de muita confiança e gratidão,
o desejo sincero de viver em inteira consonância com as infinitas
belezas contidas no santíssimo Nome de Jesus. E também - a exemplo do
venerável bispo português Dom André Dias - o empenho em divulgá-lo aos
quatro ventos. Digna de honra e louvor é a mãe verdadeiramente católica,
que ensina seus filhos a pronunciar os doces nomes de Jesus e de Maria
mesmo antes de dizer mamãe e papai, bem como a pautar sua vida pela
desses
dois modelos divinos.
dois modelos divinos.
* * * * * * * * * *
Muitos habitantes de Jerusalém
assistiram à cena tão bem narrada nos Atos dos Apóstolos, que o leitor
tem a impressão de estar também presente.
Pedro e João subiam ao Templo para rezar. Um coxo de nascença, postado na Porta Formosa, lhes pediu esmola.
- Olha para nós! - disse-lhe o Príncipe dos Apóstolos. - O pobre fitou-os com atenção, perguntando- se quanto iria receber.
- Não tenho prata nem ouro, mas dou-te o
que tenho: em nome de Jesus de Nazaré, levanta-te e anda. - Dando um
salto, o aleijado pôs-se de pé e entrou com eles no Templo, saltando e
louvando a Deus. E de tal forma agarrou-se aos dois Apóstolos que em
torno destes juntou-se uma multidão estupefata. Ao ver isso, Pedro assim
falou:
- Varões israelitas, por que olhais para
nós, como se por nosso poder tivéssemos feito andar este homem? O Deus
de nossos pais glorificou seu filho Jesus. Mediante a fé em seu nome é
que esse mesmo nome deu a cura perfeita a este homem que vós vedes e
conheceis.
Não há outro nome pelo qual sejamos salvos
Continuou São Pedro seu discurso,
exortando os ouvintes à conversão, até ser interrompido por alguns
sacerdotes e saduceus, acompanhados do chefe da guarda do Templo, o qual
prendeu os dois homens de Deus. No dia seguinte, foram eles conduzidos à
presença do Sumo Sacerdote e seu Conselho.
- Com que poder e em nome de quem fizestes isso? - perguntaram-lhe. A resposta veio serena, mas firme:
- Príncipes do povo e anciãos, ouvi- me!
Já que somos aqui interrogados sobre a cura de um homem enfermo, seja
notório a todo o povo de Israel que é em nome de Jesus Cristo Nazareno, é
por ele que este homem está são diante de vós. Não há salvação em
nenhum outro, porque não há sob o céu nenhum outro nome pelo qual
devamos ser salvos.
Por que proibir?
A firmeza do Primeiro Papa deixou desconcertados os inimigos de Jesus. Fazendo-os sair da sala do Conselho, deliberaram
entre si: "Que faremos destes homens? Porquanto o milagre por eles
feito se tornou conhecido de todos os habitantes de Jerusalém, e não o
podemos negar. Todavia, para que esta notícia não se divulgue mais entre
o povo, proibamos que no futuro falem a alguém nesse nome" (At 4,
16-17).
Chamaram, então, de volta os dois
discípulos do Senhor e os intimaram terminantemente a nunca mais falar
ou ensinar em nome de Jesus. Ordem à qual, aliás, Pedro e João
declararam de forma categórica que não obedeceriam, pois deviam
obediência a Deus antes de tudo. Qual o motivo de tão injustificada
proibição?
Na perspectiva dos inimigos de Deus e de
sua Igreja, não é difícil entender a razão: muitos dos que ouviram
aquela pregação de São Pedro creram, "e o número dos fiéis elevou-se a
mais ou menos cinco mil" (At 4, 4). Compreende-se, assim, a sanha do
Sinédrio, pois percebia bem que, nessa proporção, em pouco tempo a
Igreja se expandiria por todo o mundo.
Pregar o Evangelho é proclamar o nome de Jesus
Como poderia a Santa Igreja deixar de orar, pregar, batizar e curar em nome de Jesus?
Desde os primeiros dias do Cristianismo,
pregar o Evangelho é proclamar esse nome glorioso entre todos. É pelo
seu poder divino que se operam os milagres: "Estes milagres acompanharão
os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas
línguas (...) imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados" (Mc
16, 17-18).
O nome do Redentor não podia deixar de
ocupar um lugar proeminente na vida da Igreja, uma vez que Ele próprio
afirmou: "Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei" (Jo 14,
13). E no ato do Batismo, pelo qual nasce o cristão, é "em nome do
Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus" que a alma é lavada,
santificada e justificada (Cf. 1Co 6, 11).
Tudo isso tem uma valiosa aplicação em
nossa vida de católicos: a invocação do Santíssimo Nome de Jesus é uma
fonte inesgotável de graças para a santificação pessoal e as obras de
evangelização. (In Revista Arautos do Evangelho, Janeiro/2005, n. 37, p.
22-25)
Nenhum comentário:
Postar um comentário