
Como se
pode dar o que não tem!
Não sei se você
irá concordar comigo, mas todos aqueles que têm realmente uma experiência
profunda com Deus passam pelo “terror” de sua presença. Explico.
Por mais que
sentimos a Deus e temos uma relação de comunhão com Ele ainda é sempre muito
superficial e com nossas limitações não atingimos uma profunda comunhão. De um
lado é Deus que se revela e coloca a medida de Sua presença de forma que
possamos suportar de outro nossa negligência numa busca mais séria de
desejarmos o Céu o que nos leva a não chegar ao ponto do “terror”. Elias passa
por essa experiência. Estar na presença gloriosa de Deus só pode causar um
grande temor em ver a Sua grandeza e a ínfima pequenez da criatura.
E mais, ver a
glória de Deus e perceber como nós, de forma geral,O tratamos com tanta
indiferença nos causa um desespero que somente o Espírito Santo pode acalmar.Assim
vemos Paulo querendo ser segregado para Cristo em favor de seu povo para que
experimentem a glória de Deus, e veja bem, Paulo nos diz: “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado até o
terceiro céu. Se foi no corpo, não sei. Se fora do corpo, também não sei; Deus
o sabe.E sei que esse homem - se no corpo ou se fora do corpo, não sei; Deus o
sabe -foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis, que não é
permitido a um homem repetir”. (IICor 12, 2-4). Certamente esse é o próprio
Paulo e foi a partir de sua experiência que o impulsionou a dedicar a vida para
a salvação dos homens, a ponto de ser o grande formador do Cristianismo.
Agora vejamos irmãos.
Nossa intercessão, nosso desejo de salvação para as pessoas e pelo mundo é
débil porque na verdade nossa experiência também o é. E quando temos, mesmo que
pequena, uma experiência com Deus, não nos sacrificamos em benefício do outro.
Infelizmente, muitas vezes queremos que Deus realize o bem no outro, mas não
nos dispomos a nos sacrificar com jejuns, penitência, mortificação, com horas
de oração, com vigílias em oração para alcançar aquilo que eles muitas vezes
nem sabem que precisam. Temos que aprender com Jesus que, na narração do
Evangelho, “subiu ao monte, para orar a sós.A noite chegou”. Isto é, não era noite a hora que foi
orar e “Pelas três
horas da manhã...”, então Jesus passou por volta de nove horas em oração
pessoal. Puxa! Quando passamos por um tempo desses em oração pessoal? E
queremos que Deus “faça” coisas em nossa vida e na maioria das vezes não
estamos preocupados em resolver os problemas em Cristo e sim ficar livre deles.
Pensemos. Deus nos chama a sermos seus amigos e não usurpadores de graças.
Agora.
Não fomos feitos para fazer as coisas como queiramos. Vejamos a situação desta
madrugada em que Cristo aparece andando sobre as águas, muitas vezes nos
fixamos na cena do espetáculo de Jesus andando sobre as águas e a infelicidade
de Pedro em afundar, mas vamos olhar de forma diferente, ou de forma mais
profunda ou se desejar de forma mais teológica. O mar na Sagrada Escritura
sempre é relacionado com o mundo, então Jesus caminha sobre o mundo, não
dentro, mas acima, Ele é o Senhor de tudo. A barca representa a Igreja, mesmo
que o mar esteja agitado,quem estiver no barco está seguro e quem sai do barco
fica exposto ao mundo (mar) e é tragado, somente Jesus pode resgatar a pessoa e
colocá-la de novo em sua Igreja (barca) como fez com Pedro. Essa foi à
experiência que os Apóstolos tiveram e ficaram espantados com a manifestação de
um homem que mal sabiam quem era, mas que foi suficiente para: “prostraram-se diante dele,
dizendo:'Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus! '”. Meditemos nesta forma
de interpretar e coloquemos em nossa vida. Somente teremos experiência de Deus
em Sua Igreja e quanto mais nos dedicarmos à oração de intimidade (pessoal)
mais reconheceremos quem Ele é, e sentiremos que sua glória resplandece em nós
a partir de nosso rebaixamento. “O homem
é um mendigo de Deus” (Sto Agostinho).
Antonio
ComDeus
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