Porta-voz de grupo terrorista e palavras dos sobreviventes revelam: atentado que matou 148 pessoas na Universidade de Garissa visava cristãos.
148. Foi o número de pessoas mortas no atentado terrorista do dia 2 de
abril, na Universidade de Garissa, no leste do Quênia. Estima-se em
cerca de 80 o número de feridos. As vítimas são, em sua maioria,
estudantes.
O grupo somaliano Al-Shabaab ("A Juventude", em árabe), ligado a
Al-Qaeda, já assumiu a autoria do ataque. Um porta-voz da facção disse
que eles atacaram a escola porque "ela está em terra muçulmana
colonizada por não-muçulmanos". Em outras palavras, a maioria dos alunos
de Garissa não são adeptos do Islã. Por isso, morreram.
Não se pode ignorar, também, que o Quênia faz parte de uma aliança
militar para combater o terrorismo na Somália. "O Quênia está em guerra
com a Somália. Nosso povo continua lá, eles estão lutando e sua missão é
matar os que são contrários ao Al-Shabaab", disse o
sheik Ali Mohamud Rage, em nome do grupo islâmico.
Depoimentos de sobreviventes, no entanto, revelam detalhes de quem era o alvo dos ataques.
O jovem Collins Wetangula, vice-presidente do grêmio estudantil da
universidade, estava se preparando para tomar banho quando o colégio foi
invadido. Ele e outros três colegas se trancaram no quarto quando
ouviram os disparos. "Ninguém gritava porque as pessoas achavam que isso
faria com que os atiradores soubessem onde estavam", afirmou. Quando os
atiradores chegaram ao seu dormitório, ele os ouviu abrindo as portas e
perguntando às pessoas escondidas se eram muçulmanas ou cristãs. "
Se você fosse cristão, era alvejado ali mesmo. A cada disparo da arma eu achava que iria morrer", conta Collins.
Não é a primeira vez que um atentado desse tipo acontece no Quênia. O
país, de maioria cristã, convive frequentemente com a falta de segurança
e com a impiedade de grupos extremistas. O atentado do último dia 2 é o
maior desde 1998, quando dois caminhões-bomba explodiram próximos à
embaixada dos Estados Unidos no país.
Desta vez, os testemunhos são clamorosos: estudantes foram alvejados
por sua fé. A mídia, no entanto, tenta omitir o fato. Fala da morte de
"civis" – ou de "não-muçulmanos", quando muito. A verdade é que muitas
das pessoas atingidas pelos atiradores islâmicos eram cristãs; tinham em
comum não apenas a humanidade, mas também a fé em Cristo.
Não é coincidência que o genocídio desses homens e mulheres tenha
acontecido justamente na Quinta-Feira Santa, dia em que a Igreja do
mundo inteiro celebra a entrega sacrifical de Cristo na Última Ceia.
Assim como no Getsêmani, há dois mil anos, Cristo poderia ter escapado
da mão de Seus perseguidores (cf.
Mt 26, 53), no Quênia, muitos cristãos – enquanto outros foram
alvejados sem a mínima cerimônia – poderiam sobreviver declarando-se
muçulmanos e negando a sua fé cristã. No entanto, eles preferiram dizer a
verdade, mesmo sabendo que isso custaria suas próprias vidas. Sim, a
barbárie impetrada pelos muçulmanos é injustificável – também o foi a
crucificação de Cristo. A entrega amorosa de si, porém, é admirável –
assim como o sacrifício de Nosso Senhor no Calvário, há dois mil anos.
Em Roma, na Sexta-Feira Santa (3),
durante homilia na celebração da Paixão do Senhor,
o frei Raniero Cantalamessa falou justamente sobre os mártires de hoje.
Comentando uma reflexão de Blaise Pascal, segundo a qual "Cristo está
em agonia até o fim do mundo", ele disse que "Jesus está em agonia até o fim do mundo em cada homem ou mulher submetidos aos mesmos tormentos".
"Os cristãos – acrescentou o pregador do Papa – não são, certamente, as
únicas vítimas da violência homicida que há no mundo, mas não se pode
ignorar que, em muitos países, eles são as vítimas marcadas e mais
frequentes."
Condenando a "indiferença perturbadora das instituições mundiais e da
opinião pública em face de tudo isto", o padre Cantalamessa chamou a
atenção para o silêncio pusilânime do Ocidente. "
Corremos todos o risco, tanto instituições quanto pessoas do mundo ocidental, de ser Pilatos que lavam as mãos", concluiu.
Como remédio contra a indiferença, subam aos céus as orações da Igreja
universal: pela paz no mundo, pelo Quênia... e, enfim, pelos
terroristas, que matam pensando estar fazendo a vontade de Deus (cf.
Jo 16, 2). Que o Senhor toque os seus corações e os converta, também eles, de carrascos em vítimas, de assassinos em mártires.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
148. Foi o número de pessoas mortas no atentado terrorista do dia 2 de
abril, na Universidade de Garissa, no leste do Quênia. Estima-se em
cerca de 80 o número de feridos. As vítimas são, em sua maioria,
estudantes.
O grupo somaliano Al-Shabaab ("A Juventude", em árabe), ligado a
Al-Qaeda, já assumiu a autoria do ataque. Um porta-voz da facção disse
que eles atacaram a escola porque "ela está em terra muçulmana
colonizada por não-muçulmanos". Em outras palavras, a maioria dos alunos
de Garissa não são adeptos do Islã. Por isso, morreram.
Não se pode ignorar, também, que o Quênia faz parte de uma aliança
militar para combater o terrorismo na Somália. "O Quênia está em guerra
com a Somália. Nosso povo continua lá, eles estão lutando e sua missão é
matar os que são contrários ao Al-Shabaab", disse o
sheik Ali Mohamud Rage, em nome do grupo islâmico.
Depoimentos de sobreviventes, no entanto, revelam detalhes de quem era o alvo dos ataques.
O jovem Collins Wetangula, vice-presidente do grêmio estudantil da
universidade, estava se preparando para tomar banho quando o colégio foi
invadido. Ele e outros três colegas se trancaram no quarto quando
ouviram os disparos. "Ninguém gritava porque as pessoas achavam que isso
faria com que os atiradores soubessem onde estavam", afirmou. Quando os
atiradores chegaram ao seu dormitório, ele os ouviu abrindo as portas e
perguntando às pessoas escondidas se eram muçulmanas ou cristãs. "
Se você fosse cristão, era alvejado ali mesmo. A cada disparo da arma eu achava que iria morrer", conta Collins.
Não é a primeira vez que um atentado desse tipo acontece no Quênia. O
país, de maioria cristã, convive frequentemente com a falta de segurança
e com a impiedade de grupos extremistas. O atentado do último dia 2 é o
maior desde 1998, quando dois caminhões-bomba explodiram próximos à
embaixada dos Estados Unidos no país.
Desta vez, os testemunhos são clamorosos: estudantes foram alvejados
por sua fé. A mídia, no entanto, tenta omitir o fato. Fala da morte de
"civis" – ou de "não-muçulmanos", quando muito. A verdade é que muitas
das pessoas atingidas pelos atiradores islâmicos eram cristãs; tinham em
comum não apenas a humanidade, mas também a fé em Cristo.
Não é coincidência que o genocídio desses homens e mulheres tenha
acontecido justamente na Quinta-Feira Santa, dia em que a Igreja do
mundo inteiro celebra a entrega sacrifical de Cristo na Última Ceia.
Assim como no Getsêmani, há dois mil anos, Cristo poderia ter escapado
da mão de Seus perseguidores (cf.
Mt 26, 53), no Quênia, muitos cristãos – enquanto outros foram
alvejados sem a mínima cerimônia – poderiam sobreviver declarando-se
muçulmanos e negando a sua fé cristã. No entanto, eles preferiram dizer a
verdade, mesmo sabendo que isso custaria suas próprias vidas. Sim, a
barbárie impetrada pelos muçulmanos é injustificável – também o foi a
crucificação de Cristo. A entrega amorosa de si, porém, é admirável –
assim como o sacrifício de Nosso Senhor no Calvário, há dois mil anos.
Em Roma, na Sexta-Feira Santa (3),
durante homilia na celebração da Paixão do Senhor,
o frei Raniero Cantalamessa falou justamente sobre os mártires de hoje.
Comentando uma reflexão de Blaise Pascal, segundo a qual "Cristo está
em agonia até o fim do mundo", ele disse que "Jesus está em agonia até o fim do mundo em cada homem ou mulher submetidos aos mesmos tormentos".
"Os cristãos – acrescentou o pregador do Papa – não são, certamente, as
únicas vítimas da violência homicida que há no mundo, mas não se pode
ignorar que, em muitos países, eles são as vítimas marcadas e mais
frequentes."
Condenando a "indiferença perturbadora das instituições mundiais e da
opinião pública em face de tudo isto", o padre Cantalamessa chamou a
atenção para o silêncio pusilânime do Ocidente. "
Corremos todos o risco, tanto instituições quanto pessoas do mundo ocidental, de ser Pilatos que lavam as mãos", concluiu.
Como remédio contra a indiferença, subam aos céus as orações da Igreja
universal: pela paz no mundo, pelo Quênia... e, enfim, pelos
terroristas, que matam pensando estar fazendo a vontade de Deus (cf.
Jo 16, 2). Que o Senhor toque os seus corações e os converta, também eles, de carrascos em vítimas, de assassinos em mártires.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
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