[domtotal]
As fragilidades e dúvidas de hoje devem ser superadas com a presença de Cristo.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto*
A última força que morre é a esperança. Perdê-la significa
conformar-se com a derrota, com um presente e um futuro sem sentido. Mas
a força da esperança está na confiança que temos em Deus e na
atualidade concreta do Espírito Santo. Tendo voltado ao Pai, no dia da
Ascensão, Jesus prometeu e enviou o Paráclito, o Espírito Santo da
verdade para animar os cristãos numa história de transformação.
Vivemos novos tempos, numa cultura rica de possibilidades, mas também
de crises, até de expurgo institucional que, certamente, vai trazer
frutos positivos. Em tudo, não podemos perder a dimensão do Espírito de
Deus como iluminador dos meios que ocasionam um mundo diferente, que
consegue harmonizar as diversidades e acertar as arestas na
governabilidade.
As fragilidades e dúvidas de hoje, que causam medo e sintoma de
hostilidade, devem ser superadas com a presença de Cristo Ressuscitado.
Sua presença se faz visível quando as pessoas colocam confiança Nele. O
medo gera desconfiança, faz a pessoa ver Cristo como um fantasma e não
como libertador. Mas Ele caminha com aqueles que O têm como Deus da vida
plena.
As injustiças, as guerras e violências são faltas de paz, ou não
reconhecimento da presença daquele que é capaz de realizar a paz
verdadeira. É não ter ciência do sopro fecundo do Espírito, provocando
uma nova geração. Pentecostes constitui a efusão do Espírito de Cristo
Ressuscitado e fonte genuína de dinamismo cristão.
Celebramos a Festa da Unidade e Comunhão entre as pessoas,
principalmente entre os cristãos, da convergência de forças para
construir verdadeiras comunidades. No Espírito Santo não existem
fronteiras, limites e barreiras intransponíveis, sejam religiosas ou
nacionais. Ele conduz as pessoas até aos extremos da misericórdia,
fazendo a humanidade um só povo em Cristo.
A concorrência desleal não faz bem às pessoas. Ela facilita a
desonestidade e a exploração, seja no aspecto cultural, econômico ou
político. É mais saudável a prática da doação, da gratuidade, da
acolhida e da comunhão. O Espírito de Pentecostes não propaga exclusão,
mas distribui perdão que vem de Deus.
CNBB, 18-05-2015.
*Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba (MG).
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