Colunista: Província do Calvário
O
Sínodo dos Bispos inicia a terceira e última semana de trabalhos,
caminhando para a reta final nas discussões sobre família. Na coletiva
desta segunda-feira, 19, conversaram com a imprensa sobre o andamento da
assembleia o patriarca de Jerusalém dos Latinos, Sua Beatitude Fouad
Twal; o arcebispo de Brisbane (Austrália), Dom Mark Coleridge; e o bispo
de Parma (Itália), Dom Enrico Solmi.
Dom Fouad destacou o sinal de colegialidade do Sínodo, mesmo em
situações quando não há consenso. Segundo ele, é normal essa diversidade
de opinião tento em vista os diferentes contextos em que os padres
sinodais vivem. “É mais que normal que não estejamos de acordo sobre
todos os pontos, mas o comum é que todos queiram o bem das famílias”.
Segundo o arcebispo de Brisbane, essa enorme gama de assuntos é
justamente uma das razões que demonstram que os trabalhos sinodais são
um grande desafio. E na perspectiva da conclusão do Sínodo neste
domingo, 25, ele disse que a única certeza é que os trabalhos não vão
terminar, pelo contrário, a jornada continua.
Mas as “soluções” para as dificuldades familiares de hoje não cabem
apenas à Igreja, como expôs o Patriarca Twal. “Serve uma ajuda da
política. Somos conscientes dos nossos limites. Não podemos, sozinhos,
remediar todos os problemas das famílias”.
Muitas das perguntas na coletiva de hoje foram sobre as conclusões,
possíveis medidas que serão adotadas a partir das discussões dos padres
sinodais. “Não tenho bola de cristal, mas com base nas discussões não há
suporte para uma mudança no ensinamento da Igreja”, adiantou Dom Mark.
“O Sínodo caminha, estamos de acordo sobre algumas coisas, misericórdia
sem esquecer a doutrina. Todos estamos juntos pela família”, declarou o
Patriarca Twal.
Comunhão aos divorciados recasados
Um assunto que voltou à pauta na coletiva foi sobre os divorciados
recasados que, segundo a doutrina da Igreja, não podem comungar. Um dos
jornalistas recordou o testemunho sobre o menino que, em sua primeira
Comunhão, dividiu-a com seus pais, divorciados.
Dom Twal disse que os padres sinodais ficaram tocados com o
testemunho, mas lembrou que a comunhão aos divorciados é um tema muito
delicado. “Não podemos generalizar, é melhor estudar caso por caso”.
“Não me lembro de intervenções que pediram a admissão à comunhão por
parte dos divorciados que voltaram a se casar”, disse Dom Mark
Coleridge.
Para Dom Solmi, um dos pontos-chave é o discernimento e a necessidade
de acompanhamento e diálogo. Já Dom Mark destacou que uma abordagem
pastoral desse assunto requer um diálogo genuíno com esses casais, com
abertura para ouvir suas histórias. “Uma coisa que eu terei que fazer
mais quando voltar para casa é sentar com pessoas em uniões irregulares e
ouvir suas histórias”.
Por Canção Nova
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