domingo, 16 de julho de 2017

O dia em que Jesus me repreendeu enquanto eu celebrava a Missa

[aleteia]
Por Sergio Argüello Vences

Sim, os padres também erram 



Como acontece com todos os padres do mundo, não há um dia sem que procurem o Padre Sergio para conversar e perguntar o que fazer em determinadas situações: “Minha sogra está contra mim, dá vontade de me distanciar dela e deixar de falar com ela. O que o senhor recomenda que eu faça?”
Outras situações que aparecem:
-“Meu avô deixou uma herança, mas tem todos os netos a merecem. Convém que entre na justiça?”
– “Padre, já não aguento mais meu esposo, seus insultos e maus tratos… Quero deixá-lo. O senhor acredita que seja conveniente?”
– “Sinto que tudo está dando errado na minha vida, todos os meus esforços têm sido em vão. Estou cansada. O que eu faço?”
Enfim, são muitas perguntas como essas que eu recebo todos os dias. Sempre trato de escutar com o coração e de iluminá-los com algumas palavras de esperança, convidando-os a fazer o bem e que peça força a Deus para seguir adiante. Também faço questão de lembra-los que mais vale padecer de uma injustiça que cometê-la.
Porém, o que mais faço é rezar por eles, especialmente na Eucaristia, quando tenho o meu Senhor em minhas mãos. Eu sempre digo a Ele: “Confio a ti tal pessoa e também aquela outra. Faça com que elas tomem as melhores decisões para Tua glória e benefício de suas famílias…”
Entretanto, outro dia, chegou a mim uma infinidade de problemas em uma só tarde. Eu sentia que meus conselhos eram muito pobres. Quando cheguei à Missa, era um mar de angústia. Seguia pensando em como faria para orientar essas pessoas. E, justamente depois da consagração, gaguejei em várias ocasiões. E me recriminei: “Você está fazendo errado.”
Naquele momento, consegui escutar o meu doce Jesus: “Sim, você está fazendo errado, você não poderá ajudá-los, diga a eles que perguntem para mim o que EU faria no lugar deles e EU indicarei o caminho.”
Eu tinha me equivocado. Não só no fato de gaguejar, mas também na maneira de auxiliar. Jesus tinha razão. Quem melhor que Ele para nos dizer o que fazer? Por isso, a partir daquele momento, me propus a não me preocupar tanto e orientar as pessoas para que se aproximem de Deus e peçam conselho a Ele mesmo.
Naquela mesma noite, antes de eu sair da igreja, apareceu um senhor que queria falar comigo. Ele me contou que o pai dele foi muito cruel com ele durante toda a sua vida; praticamente havia crescido entre insultos e brigas. Além disso, o homem não quis deixar os filhos irem à escola. Sem contar que ele só sabia dar ordens aos gritos para a esposa. Por isso, quando pode, o homem se distanciou do pai e havia mais de 30 anos que não o via. Porém, há uma semana, uma tia lhe contou que o pai dele estava fazendo diálise, que estava muito fraco e que ninguém da família queria ajudar. Por fim, ele perguntou: “Padre, graças a Deus tenho uma família, sou muito feliz, sei que minha esposa e meus filhos receberão meu pai com muito gosto, mas creio que não é justo que agora eu o ajude, depois de tudo o que ele nos fez sofrer. Será que sou obrigado a ajudá-lo?”
Eu lhe dei um abraço e disse: “Filho, lamento tudo o que você sofreu e entendo que você não acha justo. Mas te peço um favor: acompanhe-me, vou abrir a capela do Santíssimo e quero que você pergunte ao Nosso Senhor o que ele faria em seu lugar”.
Depois de meia hora, ele voltou e me disse entre lágrimas: “Padre, eu vou receber meu pai, graças a ele tenho a vida. Receberei meu pai em minha casa e vou ajudá-lo em tudo o que eu puder…”
Fui dormir muito alegre. Sentia que naquele dia eu descansaria como nunca. Deus, mais uma vez, me mostrou que ele soluciona os problemas; que eu só devo aproximar as pessoas Dele.
Muitas coisas dão errado porque nós não pensamos em perguntar a Jesus “o que ele faria em nosso lugar”. Como eu gostaria de encontrar todo mundo que está passando por uma dificuldade ou que precise tomar alguma decisão. Iria dizer-lhes: Não tenha medo, não se desgaste tanto, Deus te ama, está com você e vai te ajudar; coloque-se de joelhos diante dele e pergunte: “meu bom Jesus, o que o senhor faria em meu lugar?”
http://www.padresergio.org

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