terça-feira, 22 de maio de 2018

A nova praça do cardeal do Papa Francisco

[infovaticana]
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O boato de que ecoamos recentemente foi cumprido e a Igreja terá catorze novos cardeais no próximo dia 29 de junho, dos quais onze serão eleitores no evento de um conclave, aproximando Francisco de sua meta de tornar suas reformas irreversíveis por meio do procedimento de nomear eleitores com mais inclinação para escolher um sucessor de seu estilo.Já é o quinto Consistório para a criação de novos Cardeais em cinco anos de pontificado, rompendo com este o limite de 120 estabelecido por Paulo VI, já que em julho serão 125. No total, 59 cardeais nomeados por Francisco - mais de 47% dos cardeais. total, em comparação com 46 de Bento e 20 de São João Paulo II. Dos 125 eleitores, 53 são europeus, 17 da América do Norte, 18 da América Latina, 16 da África, 17 da Ásia e 4 da Oceania.

E quem é o nome?

Fundamentalmente, homens de Francisco, de tendência, digamos, 'renovadora' ou, para usar uma linguagem mais mundana, 'progressistas'.
É surpreendente, por outro lado, que o "papa das periferias" tenha nomeado comparativamente poucos estrangeiros. Dos onze novos eleitores, cinco são homens da Cúria ou italianos.
Há surpresas e há outros 'cajón', absolutamente esperado. Entre estes últimos, naturalmente, Luis Ladaria. Era bastante incomum que uma posição-chave como a do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé não usasse o capelo vermelho. Ladaria, no entanto, é excepcional neste grupo devido ao fato de que ele é geralmente considerado um 'conservador'.
O outro esperado é Angelo De Donatis, Vigário Geral de Roma. De Donatis, para o resto, é um protótipo de um "bispo franciscano", na tradição liberal.
Giovanni Curio Becciu, um substituto da Secretaria de Estado, é outro homem da Cúria que usará o próximo 29 de junho. Geralmente é contada como uma das "surpresas" desses compromissos, porque Becciu é o protótipo de "clérigo iniciante" contra quem Francisco atacou muitas vezes.
Mas é uma maneira de recompensar os serviços prestados, depois de ter estendido 'sine die' - em detrimento do patrono da ordem, o cardeal Leo Burke - sua posição como delegado papal para a Ordem de Malta. Parece-me incomum que dois cardeais se encontrem na Secretaria de Estado, mas o insistente boato é de que Becciu poderá em breve tornar-se prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
Conservador, doutrinário e litúrgico, é outro dos recém-anunciados cardeais, Konrad Krajewski, mendigo pontifício. Mas, como não é incomum em Francisco, o Santo Padre tem grande afeição por sua obra humilde e verdadeiramente caritativa em Roma. Com ele, haveria quatro dos curiales deste novo lote de cardeais.
Quatro da Cúria e, como dissemos, mais um quinto italiano, Giuseppe Petrocchi, arcebispo de l'Aquila. É curiosa a sua nomeação no sentido de que passa diante de personagens mais previsíveis, como Nunzio Galantino, Bispo de Cassano all'Jonio e, acima de tudo, secretário da Conferência Episcopal Italiana, ou Bruno Forte, Arcebispo de Chieti-Vasto e' garoto-propaganda do progressismo clerical, para não mencionar os detentores de arquidioceses emblemáticas como a de Milão.
Petrocchi, que uma vez pulou para as páginas dos jornais por sua defesa de um padre de sua diocese que mantinha um caso com uma mulher casada, atribui a indicação à aproximação do papa às vítimas do devastador terremoto que ocorreu em sua terra natal. diocese
Nós vamos com as periferias. Temos o paquistanês Joseph Coutts, bispo de Karachi, conhecido por seu trabalho no diálogo inter-religioso com o Islã - um dos pontos-chave deste pontificado - e uma novidade muito agradável, Louis Raphael I Sako, Patriarca dos Caldeus. Parece lógico, numa época em que os cristãos do Oriente Médio sofrem o que talvez seja a pior perseguição de sua história, que o Papa os distingue elevando o cardeal a seu patriarca. Mas a surpresa é que Louis Raphael é um conservador que já teve seu maior e menor número de Francisco por causa da interpretação excessivamente benevolente que o Santo Padre do Islã faz. 
Outro clássico 'francisquista' é o português Antônio Marto, bispo de Leiria-Fátima. Poderíamos até considerá-lo um protofrancisquista, já que em 2014 propôs perante a Conferência Episcopal Portuguesa permitir a comunhão aos divorciados e recasados. Com ele, o legado de Francisco é mais do que certo. 
No Peru, que tem o episcopado mais conservador de uma América Latina que está muito inclinado para a esquerda, Francisco tem ido eleger o mais progressista, também um jesuíta, Pedro Barreto, arcebispo de Huancayo. 
Pouco sabemos do malgaxe Desiré Tsarahazana, bispo de Toamasina, além de estar surpreso por ter passado em frente à mais importante arquidiocese de Madagascar, ou do arcebispo de Osaka, Tomás de Aquino Manyo.

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