quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Revolta das mulheres na igreja: até que a igualdade se torne habitual

O nosso é um tempo dominado por grupos de vítimas auto-nomeadas que fazem dessa suposta opressão a arma para alcançar cotas de poder. São grupos supostamente marginalizados - mulheres, homossexuais, imigrantes - que invocam essa condição como proletariado na análise marxista para forçar uma "revolução" que lhes dá influência política.






Existe um grupo nas redes sociais - é difícil saber até que ponto é uma mera operação de marketing político-eclesiástico e quão minimamente representativo é - que é chamado de 'Revolta das mulheres na Igreja' e faz exatamente isso. A mesma estética do grupo, com sua grafia púrpura e característica de Podemos, já sugere que é um cavalo de Troia do pode-seismo na Igreja, e não tanto a suposta "revolta" de mulheres ativas na instituição eclesial. Portanto, não retiramos esse grupo porque parece representativo para nós, mas porque é uma tendência significativa na Igreja que é, pelo menos, estranha em suas próprias abordagens.
Esse é o problema constante de tentar anexar essa linguagem de sessenta reivindicações à Igreja de Cristo: que, para conseguir isso, é preciso fazer exatamente o oposto do que o próprio Mestre pede. A nossa é uma ética de serviço, de não buscar as primeiras posições, de ser a última quando você quer ser o primeiro e ser o servo de todos para ser professor.
Naturalmente, a Igreja, como instituição humana, também é uma estrutura de poder e, ao longo de sua história e também no presente, muitos tentaram subir sua 'escada' para satisfazer as ambições humanas. Mas, até agora, não ocorreu a ninguém fazê-lo abertamente, precisamente devido à contradição óbvia que isso implica com a própria mensagem. De fato, era tradicionalmente esperado que o designado como novo bispo respondesse à sugestão com um "Nolo episcopari", "Eu não quero ser bispo", porque se eu quisesse, não seria adequado.
O Papa João Paulo II, com quem o atual Pontífice se declarou em perfeita harmonia com relação à sua concepção do sacerdócio, explicou as razões teológicas pelas quais é impossível encomendar mulheres, agora ou em algum momento no futuro, em um documento que Incluía a mesma declaração solene. Isso deve ser suficiente para um católico, homem ou mulher. Mas tem mais.
É necessário que toda essa linguagem vingativa, em si mesma, seja contrária à mensagem de Jesus. Não duvido que essas mulheres - digo: duvido - tenham tomado muito cuidado com o trabalho da Igreja, mas não parecem ter entendido seu significado. Por exemplo, eles dizem que continuarão “trabalhando nele até recuperar a comunidade de iguais que Jesus trouxe”, mas Jesus não trouxe nenhuma comunidade de iguais. Onde você lê isso? Pelo contrário, quando São Paulo descreve o Corpo Místico de Cristo da Igreja, ele insiste com perfeita clareza na desigualdade de seus membros, necessária precisamente para que ela funcione.

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