quinta-feira, 16 de julho de 2020

Dom Athanasius: Maçonaria, um “instrumento de Satanás” para destruir a Igreja



Dom Athanasius Schneider, O.R.C., bispo auxiliar de Astana, no Cazaquistão, deu uma conferência com o tema “Maria, vencedora de todas as heresias” e advertiu a todos ao dizer que a Maçonaria é um “instrumento de Satanás”. O prelado assim pontuou dentro do contexto do 300º aniversário de fundação da Maçonaria, em 2017, com a inauguração da primeira Grande Loja em Londres.

O bispo descreveu como turbulentos e obscuros estes 300 anos da Maçonaria, uma busca ambiciosa por revolução e subversão. Ele expôs a Maçonaria como uma “ferramenta de Satanás” que, desde sua fundação, foge das luzes do dia.

Dom Athanasius fez memória das colocações de São Maximiliano Kolbe sobre as agressivas celebrações da Maçonaria em Roma, em 1917, no meio da Primeira Guerra Mundial, na ocasião do 200º aniversário. O prelado relatou os escritos do santo que diziam que a Maçonaria declarava, abertamente, uma guerra contra a Igreja Católica. Os maçons encheram a cidade de Roma com cartazes que mostravam um Arcanjo Miguel derrotado no chão e esmagado por um Lúcifer triunfante. Nestes protestos, os maçons também estamparam a bandeira do herege Giordano Bruno, um frade dominicano que promoveu o panteísmo materialista, crença central da Maçonaria – Giordano Bruno também negou as doutrinas fundamentais da Fé.

Assim, como consequência por testemunhar a hostilidade maçônica contra a Igreja em 1917, São Maximiliano fundou a Militia Immaculatae, a Milícia da Imaculada, para neutralizar as ações demoníacas.

Em sua palestra, Dom Athanasius afirmou ainda que o objetivo da Maçonaria é eliminar, por completo, toda a doutrina de Deus, especialmente a doutrina católica. Para tanto, os maçons já se utilizaram de muitas associações e sociedades. O bispo continuou dizendo que a Maçonaria busca por extinguir a moralidade, justamente porque crê que, senão pela via da corrupção moral, ela não poderá destruir a Igreja Católica, uma vez que não a derrota por meio de argumentos lógicos.

O prelado, ao concluir suas reflexões sobre a Maçonaria, observou que a ação maçônica em relação a este princípio de corrupção moral para destruir a Igreja Católica está, novamente, muito atual. Como resposta, ele confiou indubitavelmente à Santíssima Virgem Maria, concebida sem pecado, a tarefa de esmagar a maior heresia de todos os tempos: a heresia do Anticristo.

Em 2016, Dom Athanasius deu uma entrevista para Daniel Blackman do portal OnePeterFive, onde falou sobre a influência subversiva da Maçonaria:

Dom Athanasius: A Maçonaria é, em si, intrinsicamente incompatível com a fé católica ou cristã, é intrinsicamente incompatível, porque a natureza própria dela é anticristã. Ela nega o Cristo e as verdades objetivas e promove o relativismo, algo contrário à verdade, contrário ao Evangelho. Assim, os maçons promovem os erros doutrinários da filosofia maçônica. Isso é, portanto, incompatível com a fé católica e cristã.

A Maçonaria tem também um aspecto esotérico, o que, por obviedade, não é cristão. Ela possui ritos e cerimônias abertamente admitidas como esotéricas e tais rituais são contrários à fé. Estes símbolos e rituais demonstram que seus membros são avessos às verdades divinas do Evangelho – atos assim transmitidos apresentam a Maçonaria como uma outra religião. E reafirmo: a Maçonaria é outra religião, trata-se de uma religião anti-Cristo.

Até quando observa-se que os maçons fazem boas obras, filantropia e coisas do tipo, estas raízes perigosas permanecem. Sua atividade filantrópica não é uma justificativa para que tornemos aceitável a Maçonaria. Eu nunca darei créditos para estas doutrinas e ritos contrários às verdades divinas do Evangelho. A Igreja não irá nunca aceitar isto. A Declaração sobre a Maçonaria de 1983, da Congregação para a Doutrina da Fé, ainda é válida. De acordo com esta Declaração, continua sendo um pecado mortal tornar-se maçom – também o Papa Francisco não alterou esta lei. É um ensinamento oficial e continua válido.

Daniel Blackman: Em 2013, voltando do Rio de Janeiro, o Papa Francisco fez referência a um lobby maçônico. Recentemente, o Cardeal Ravasi, em entrevista para o jornal italiano Il Sole 24 Ore, pediu por um novo diálogo e por valores compartilhados entre a Igreja e a Maçonaria. A Maçonaria venceu dentro da Igreja?

Dom Athanasius: É claro que nós sabemos que a Maçonaria é uma das influências mais poderosas em todos os níveis da sociedade. Isto é manifesto, evidente. Teoricamente, quando se é um defensor, um líder de uma organização anticristã muito influente, há sempre a tendência de infiltração naquela organização que é sua inimiga, isso é bem lógico. Portanto, é igualmente lógico que, durante muitos séculos, eles tentariam e provavelmente conseguiriam infiltrar-se em vários níveis da Igreja – para mim, isto é evidente.

Entretanto, é difícil demonstrar ou identificar concretamente quem é um membro (inscrito na Maçonaria). É muito difícil e perigoso, pois alguém pode ser acusado de ser membro e, depois, provar-se que tal pessoa não é um membro formal. Isto se dá justamente por causa do caráter secreto e esotérico da Maçonaria.

Pode-se pressupor que um clérigo, um padre, um bispo ou cardeal, por seu discurso, tenha ligações com esta seita. E é possível ouvir clérigos falarem como maçons, claramente, quando iniciam suas falas e utilizam termos e conceitos tipicamente maçônicos. Ele pode ser um membro, mas ter-se-ia que provar; ao menos quando você o ouve falar é possível observar que se tenha o espírito maçônico, talvez não seja um membro formal, mas alguns bispos e cardeais falam claramente com este espírito. Enfatizo apenas que isto não significa dizer que eles sejam membros formais da Maçonaria.

O doutor e bispo de Regensburg, Dom Rudolf Graber (1903-1992), escreveu sobre os planos da Maçonaria para destruir a Igreja em seu livro “Athanasius und die Kirche unserer Zeit” (“Atanásio e a Igreja de nossos tempos”). Ele cita uma carta escrita por um maçom em 1839:

Não devemos individualizar o vício; com a finalidade de que ele cresça nas proporções do patriotismo e do ódio à Igreja, devemos generalizá-lo. O Catolicismo não tem mais tanto medo de uma adaga afiada como o tem a monarquia, porém estas duas fundações de ordem social são candidatas ao colapso por meio da corrupção; nós, porém, em todas as situações, nunca nos permitamos ser corrompidos. Não deixe-nos, portanto, criar mártires, mas popularizar os vícios entre as massas. Em quaisquer lugares procurem os seus cinco sentidos, que estejam todos satisfeitos… Crie corações amontoados de vícios e não existirão mais católicos. Esta é, em grande escala, a corrupção que promovemos, a corrupção do povo pelo clero e a do clero por nós, a corrupção que pavimenta o caminho de nossa escavação da sepultura da Igreja.

(Dom Rudolf Graber, Athanasius und die Kirche unserer Zeit)



 

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...