terça-feira, 19 de outubro de 2021

Como a violência em ‘Round 6’ pode afetar a sua alma

O lançamento mais popular da Netflix pode ter uma influência negativa na sua alma ou na alma de seus filhos e netos

SQUID GAMES 

 

Por Philip Kosloski

 

De acordo com a Netflix, em menos de um mês, a série “Round 6” (Squid Game, em inglês) alcançou oficialmente 111 milhões de fãs, tornando-se seu maior lançamento de todos os tempos. A série sul-coreana centra-se em centenas de jogadores sem dinheiro que aceitam um estranho convite para competir em jogos infantis. O que acontece a seguir é um jogo de sobrevivência violento que executa os perdedores.

A popular série da Netflix tem classificação “MA” nos EUA, o que significa que não se destina a menores de 17 anos. No entanto, sua popularidade atingiu adolescentes e até crianças.

Muitos acreditam que os personagens de Round 6 serão as fantasias de Halloween mais populares em 2021.

Alertas

O que é perturbador é que as escolas estão emitindo declarações para avisar os pais para manter seus filhos longe da série, já que as crianças estão reproduzindo as brincadeiras na escola.

Por exemplo, de acordo com a CNET, “uma escola na Bélgica está relatando que as crianças estão imitando a série no playground e batendo naqueles que perdem os jogos”.

Embora possam existir temas relevantes em Round 6, os questionamentos econômicos e sociais não estão ao alcance das crianças. Em vez disso, a violência é o foco, e ela pode ter um impacto perigoso.

Perigos da violência na mídia

João Paulo II alertou sobre os perigos da violência excessiva na mídia já em 1995, em uma mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Como acontece com todos os meios de comunicação social, o cinema, além de possuir o poder e o grande mérito de contribuir para o crescimento cultural e humano do indivíduo, pode cercear a liberdade, especialmente dos mais fracos, quando distorce a verdade, e se situa como espelho de comportamentos negativos, com o emprego de cenas de violência e de sexo que ofendem a dignidade da pessoa, com a finalidade de “despertar emoções violentas e estimular a atenção do espectador”.

Ele continuou alertando sobre esse tipo de retrato da violência:

Não pode ser definido como livre expressão artística a atitude de quem, irresponsavelmente, desperta sentimentos degradantes, cujos efeitos prejudiciais constatamos diariamente nas páginas dos jornais.

O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais divulgou um documento em 1989 que também tratava dessa questão, detalhando os efeitos espirituais da violência sobre as crianças.

A exposição frequente à violência na mídia pode ser confusa para as crianças, que podem não ser capazes de distinguir prontamente entre fantasia e realidade. Em um estágio posterior, a violência na mídia pode condicionar as pessoas mais impressionáveis, especialmente os mais jovens, a considerar isso como um comportamento normal e aceitável, passível de imitação.

O documento também observa que ninguém está a salvo das consequências e que corre-se o risco de degradar ainda mais a sociedade.

Embora ninguém possa se considerar imune aos efeitos da (…) violência ou a salvo de dano pelas mãos daqueles que agem sob sua influência, os jovens e os imaturos são especialmente vulneráveis e os mais propensos a serem vitimados (…). A violência sádica (…) corrói as relações humanas, explora indivíduos – especialmente mulheres e jovens, mina o casamento e a vida familiar, promove o comportamento anti-social e enfraquece a fibra moral da própria sociedade.

Round 6 é um lembrete para todos nós de que não é espiritualmente saudável cercar-se de imagens violentas.

 

Fonte - aleteia

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