domingo, 21 de novembro de 2021

“Não faltam aqueles que pensam que há sinais claros do início do apocalipse”

 
 

Por Alejandro Cuevas

Diante da torrente atual da Nova Ordem Mundial, existem duas atitudes: por um lado, recuar para o interior e ceder ao utilitarismo do "mal menor"por outro, ser um sinal de contradição e viver fora dos ditames da nova religião civil. Esta segunda é, com toda a probabilidade, a maneira correta de vivermos de maneira cristã os tempos que nos tocaram.

No entanto, este caminho não é fácil: o caminho é estreito e se escondem perigos e obstáculos: calor, conforto, justiça própria, descristianização, silêncio, paralisia. Muitas vezes, nós, cristãos, nos deixamos levar por estes e tantos outros perigos que nos desviam do caminho que sabemos ser correcto, mas é que, como diz o ditado “do dito ao facto, há um estiramento”. Não podemos, porém, desviar os olhos desse caminho, mesmo nos momentos em que caímos. E, nesse sentido, há algo que sempre vai nos segurar: a esperança última. Porque ser cristão é ter esperança. Assim o mundo afunda, o cristão tem a convicção de que se assenta sobre uma rocha forte que perdurará além do espaço e do tempo. E essa é a arma mais poderosa.

Nestes tempos, não faltam aqueles que argumentam que há sinais claros do início do apocalipse e não há motivos para acreditar. A escatologia é freqüentemente vista com desprezo ou desprezo, e uma abordagem madura e séria raramente é feita para o assunto. Em «O Apocalipse. Alerta, esperança e consolo”, Michael D. O'Brien, prolífico romancista canadense, se revela um sinal de contradição diante dessa tendência.

E é que a obra é uma leitura sugestiva que pega muitos assuntos da atualidade pelos chifres. À luz da doutrina da Igreja, e contando com o trabalho de escritores e pensadores como Wojtyla, Ratzinger, Chesterton, Lewis, Newman ou Josef Pieper, O'Brien desdobra toda uma série de questões que nos colocarão em alerta antes de o panorama presente, relacionando passado, tradição, presente e futuro no mesmo fio condutor. Mas esta não é uma vigília de medo, mas de esperança. Porque, apesar de denunciar o caos de nosso tempo, O'Brien nunca para de nos lembrar que temos a chave da esperança.

Este ensaio é também um alerta, não só para o nosso modo de vida, mas para a vida social que partilhamos e para o lugar que nós, cristãos, devemos ocupar na sociedade. Nos últimos anos, algumas posições da Igreja têm defendido a “opção beneditina”: a construção de núcleos fortes, quase isolados, que permitam que a Fé e a tradição sejam preservadas para uma futura reevangelização. O'Brien, no entanto, mostra-nos outro caminho: seguir a opção de Cristo e ser sinal de contradição no meio de um mundo hostil, e não na tranquilidade da minha própria comunidade.

Seu texto nos fará meditar e facilitar nosso discernimento, sempre com base nesta esperança já absoluta. É, portanto, uma fonte de conforto nestes dias de tribulação. Apesar de ser uma obra publicada em 2019, a leitura de «O Apocalipse. Aviso, esperança e consolo” não podem deixar de estar relacionados com a atual crise mundial, o abuso dos poderosos e o desespero social generalizado. É um livro que continua a ser extremamente atual e uma leitura sugestiva à luz de nossos tempos.



O autor

Michael D. O'Brien (Ottawa, Canadá, 1948) é um escritor, pintor, ensaísta e conferencista canadense especializado em fé e cultura de uma perspectiva católica. Autodidata, escreveu cerca de trinta obras, a maioria romances, como o conhecido "Padre Elías: um apocalipse" e suas sequelas. Depois de ser abusado em uma das escolas residenciais da rede canadense, O'Brien se formou com dificuldade. Agnóstico com tendências ateístas, ele não se converteu ao catolicismo até os 21 anos. Sem receber nenhuma formação acadêmica, começou a desenhar e pintar, com notável sucesso. Em 1994, aos 46 anos, começou a escrever e publicou sua primeira obra de ficção em 1996. A maioria de suas obras se passa em contextos apocalípticos.


Fonte - infovaticana

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