terça-feira, 22 de março de 2022

O apelo de Fátima prestes a se concretizar... Rezemos

 

 

Por Mariano Pinho, S.J.

 

INRODUÇÃO

I – A grande esperança desta hora é Maria Santíssima: 1) afirmações de Leão XIII, Pio X, Pio XI e Pio XII; 2) o mesmo Céu o afirma: Fátima e Moscovo: contra a Internacional ateia, a Internacional de Fátima; 3) o coração dos fiéis assim o sente, acorrendo confiadamente a Fátima; 4) profetizou-o S. Luís G. Montfort: «Maria terrível ao demónio e seus sequazes nos últimos tempos»; 5) confiança portanto em Maria Santíssima: encíclica Lux Veritatis e Ingravescentibus malis de Pio XI.

II – Cooperação da nossa parte: 1) estudando para conhecer Maria Santíssima: a) ainda mal conhecida (S. L. G. de Montfort); b) conhecê-La é conhecer Jesus; c) Maria tem parte relevantíssima no dogma, no culto e em toda a Religião católica; d) este conhecimento dá base sólida à nossa piedade e fornece-nos armas para defendermos os ataques inimigos contra a dignidade e prerrogativas de Maria.

III – Estudo particularmente do Seu Coração Imaculado: 1) é o seu melhor ponto de vista; não se conhece Maria se não se Lhe conhece o Coração; 2) é a este Coração que a Igreja nas horas aflitivas acorre confiada: Pio XII, na Consagração do mundo; 3) destina-se este livro a ajudar os fiéis a este conhecimento e amor desta Obra-Prima do Espírito santo; divide-se em duas partes; a) o objecto da devoção ao Coração de Maria; b) prática da devoção, todo ele iluminado com a luz com que Maria Santíssima se dignou revelar-se-nos em Fátima.

I.ª PARTE FUNDAMENTOS DA DEVOÇÃO

ALVORES DA DEVOÇÃO

I – O Coração de Maria na Escritura e nos Padres e Doutores da Igreja: 1) S. Luc., cap. I, vers. 19 e vers. 51; 2) Cant. Cant., cap. V, 2; cap. VIII, 6.

II – Até ao século XI nada de culto explícito : 1) mas a partir desta época, cada vez amais abundantes os documentos sobre este assunto: a Meditatio in salve; S. Boaventura, S. Lourenço Justiniano, Ricardo de S. Vítor, S. Bernardino de Sena, etc.; 3) Santa Matilde, Santa Gertrudes, Santa Brígida; 4) os doze apóstolos desta devoção apontados por S. João Eudes; 5) até ao século XVII restringe-se a devoção ao culto particular.

CULTO PÚBLICO

I – Primeiros vestígios: 1) Confraria do Coração de Maria em Nápoles; 2) e Exercícios piedosos do Coração de Maria pelo P. Vicente Guinigi.

II – S. João Eudes, principal apóstolo deste culto público: 1) os seus escritos («O Coração admirável da santíssima Mãe de Deus») e  as duas Congregações Religiosas por ele fundadas; 2) as suas prega­ções, ofício e Missa aprovados por 56 Prelados; 3) resultados esplêndidos obtidos, quando da sua morte: 20 dioceses praticavam esta devoção; pululavam as confrarias, medalhas e exercícios devotos; 4) Il Sacro Cuore di Maria Vergine do P. Pinamonti, S.J.; os Frades Menores e o P. Gallifet, S.J. trabalham por instituir oficialmente a festa do Coração de Maria; aprovações sucessivas de Pio VI e Pio VII.

FÁTIMA

I — A revelação do Coração da Maria1) preparada pelo Anjo, nas três aparições 2) explícita nas aparições de Nossa Senhora, principalmente na de 13 de Junho e 13 de Julho de 1917, após a visão do Inferno; 3) nelas se nos revela a finalidade, os frutos e a prática da devoção, particularmente os cinco primeiros sábados e a consagração ao Coração de Maria; 4) palavras da Jacinta.

II       — Revelações posteriores à Irmã Lúcia: 1) a 10-XII-1925; a 15-XII-1926 e a 17-XII.1927; 2) a Irmã Lúcia começa a cumprir a sua missão; a 13 de Setembro de 1939 O Sr. Bispo de Leiria torna público o pedido de Nossa Senhora; 3) a 2 de Dezembro de 1940 escreve a Lúcia, pedindo entre outras coisas a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria.

III— Pio XII consagra o mundo ao Imaculado Coração de Maria: 1) vinha de longe este movimento; 2) a radiomensagem do Papa a Portugal, a 31 de Outubro de 1942.

O QUE É O CORAÇÃO DE MARIA

I— Significado deste objecto santíssimoCoração de Maria: 1) várias acepções da palavra coração; 2) tratando-se do objecto próprio da devoção ao Coração de Maria, não é indiferente empregar este termo em qualquer sentido; 3) significa o órgão de carne e a Sua vida íntima de amor a Deus e às almas, mas constituindo um todo uno na unidade da pessoa de Maria.

II — Demonstra-se pelos documentos autênticos: 1) Pinamonti e Nilles; 2) Liturgia; 3) Actas da Sagrada Congregação dos Ritos; 4) particularmente o segundo Nocturno do ofício da festa decretada por Pio XII para todo o mundo.

III — Os espinhos rodeando o Coração de Maria: 1) aparição à Irmã Lúcia a 10.XII.1925; 2) não podemos prescindir deste elemento no estudo do objecto; 3) confirma-o a nova Missa aprovada para a festa.

O CORAÇÃO DA PREDILETA DO ALTÍSSIMO

I — Fulgores deste objeto santíssimo: 1) quem se atreverá a dizê-los?; 2) predestinada ab aeterno para a mais augusta dignidade; 3) relações inefáveis com a Santíssima Trindade, particularmente com o Eterno Pai; Filha de Deus, Filha do Pai, Filha única e Primogénita; palavras de Bossuet.

II — Quilates do Coração de Maria. 1) criado por Deus para por ele ser amado plenamente como nenhum outro; o melhor instrumento da Santíssima Trindade; 2) à imagem do Coração do Eterno Pai, para que Jesus encontrasse nele um reflexo do amor que lhe tem o Pai; 3) destinado e enriquecido para ser o grande auxiliar do Redentor;  4) correspondência maravilhosa de Maria Santíssima à sua predestinação: a santidade em Maria foi uma questão de Coração.

O CORAÇÃO DA MÃE DE JESUS

I — Nada há mais primacial em Maria que ser Mãe do Verbo Encarnado:       1) Mulier amicta sole; Maria de qua natus est Jesus; 2) o louvor mais excelso do Coração de Maria é ser o Coração da Mãe de Deus; 3) afinidade íntima entre Maria e Deus; unidade de natureza entre o Filho e a Mãe; Jesus mais de Maria do que nenhum filho o é de sua mãe.

II — A medida dos dons celestes proporcionada ao amor que Maria tem a Deus a vice-versa: 1) logo é no Coração maternal da Virgem que encontramos o seu melhor ponto de vista. 2) amor ine­fável a Seu Filho: nemo tam Mater nisi Maria; 3) com especiais encantos e finíssimos ardores, por ser amor virginal; 4) amor mode­lado pelo do Eterno Pai (Terrien); 5) crescendo de instante a instante pelo contacto com o Coração de Seu Filho; Ela é as primícias do Salvador; 6) amava a Jesus como Filha primogénita de Seu sangue, como Esposa única, como Mãe; por isso o Coração de Maria foi o horto de delícias para Jesus.

O CORAÇÃO DE MARIA E O ESPÍRITO SANTO

I — Maria obra-prima do Senhor: 1) logo é o Espírito Santo o Autor desta maravilha, o artista no Seu íntimo, ainda na ordem física e psíquica; 2) Ele o que A enriqueceu de graça: gratia plena; imago bonitatis illius; 3) Ele que lhe infundiu as virtudes teologais e morais, os Seus dons e frutos preciosíssimos, em profusão a que não atingem nem os Bem-aventurados todos juntos; 4) é Ela a melhor mansão do Espírito Santo: Dominus tecum; 5) ninguém mais cheia do Espírito Santo; Ela o suavíssimo perfume desse Divino Espírito.

II — Consumado a delicado instrumento do Espírito Santo: 1) Sua docilidade às lições divinas; 2) sensibilidade e prontíssima em perceber e receber os divinos toques; 3) amor delicadíssimo em aceitar Sua divina acção; 4) por isso, o Seu mais apto instrumento para atrair a Deus as almas.

III  — Na Encarnação atingem culminâncias de infinito as rela­ções de Maria com o Espírito Santo; 1) o facto narrado em S. Lucas, cap. 1, onde se atribui expressamente ao Espírito Santo a obra da En­carnação; 2) Maria Esposa do Espírito Santo; 3) vida da. mais ininterrompida e ardente união com o Espírito Santo.

CORAÇÃO IMACULADO

I — Ser Imaculada: 1) privilégio entre todos estimado por Maria: a Medalha milagrosa, Nossa Senhora das Vitórias, o Escapulário Verde; em Fátima assim se designa a Virgem e assim a designam os Viden­tes: Coração Imaculado; 2) a Liturgia acomodou-se a esta designa­ção, na nova Missa da festa; item Pio XII, na fórmula de consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria; 3) privilégio definido na Bula ineffabilis Deus, de Pio IX, a 8 de Dezembro de 1854, onde em síntese se apontam as razões deste dogma; 4) não é meramente negativo (ausência de mancha), mas altamente positivo: cheia de graça desde o primeiro instante e por isso, singularíssimo e glória suma para Jesus; 5) perfeição desta primeira graça.

II — Coração Imaculável: 1) bula ineffabilis Deus; 2) isenção de toda a mancha actual ou imperfeição deliberada; 3) moralmente impossibilitada de pecar.

CORAÇÃO VIRGINAL

I — A Virgindade de Maria: 1) Dogma de fé (Conc. Later. 649): virgem antes do parto, no parto e depois do parto; 2) excelência desta virgindade no corpo, na alma e nos afectos.

II — Perfeição desta virgindade: 1) tudo o que há de positiva­mente belo na virgindade: o mais perfeito modelo das virgens; 2) toda a vida de Maria, desde o primeiro instante, um voto total a Deus; 3) vir­gindade acima de tudo de amor; virgindade-consagração; 4) virgin­dade que nos mostra a perfeição do Seu amor e faz do Seu Coração e do de Deus um só coração; 5) só Ela uniu aos gozos da maternidade a honra da virgindade.

O MAIS BELO DOS CORAÇÕES

I — Nossa Senhora de Fátima, espectáculo maravilhoso de beleza para os pastorinhos: 1) Sine macula candor lucis aeternae; 2) quem cantará tal beleza? pulcherrima mulierum.

II — Beleza física de Maria: tem a raiz na beleza espiritual de que é participação. 2) nada mais belo depois da Humanidade de Je­sus; 3) é voz unissona da Tradição e da arte cristã.

III — Bela, porque Mãe de Jesus: 1) para haver semelhança entre Mãe e Filho: Christus Matri suae similimus inter omnes filios; Ele é speciosus prae filiis hominum; 2) nondum erant abyssi; Christus cogi­tabatur, logo desde a criação; 3) a Sua estrutura íntima revela-nos um organismo da mais sã compleição; palavras de Garriguet; 4) a suma perfeição de sua alma causa da sua beleza física que atrai e incute pureza em quem A contempla.

CORAÇÃO CONSUMADO EM PERFEIÇÃO

I — Ninguém depois de Jesus mais divinamente consumada em per­feição: 1) Arca da Aliança; Obra-prima do Criador; 2) por mais perto estar da fonte de toda a Beleza e santidade (S. Tomás); 3) pela supe­rabundância da graça recebida; 4) é a doutrina dos Teólogos; Pio IX na bula ineffabilis Deus.

II — Plenitude de graça crescendo sempre: 1) três momentos na graça de Maria: disposição inicial; graça de viadora; graça consumada ao subir ao céu; crescia a de disposição e viadora por novas efusões da liberalidade divina pela recepção dos Sacramentos, pelos actos de ininterrompida e ardentíssima caridade; 2) superando já desde o primeiro instante a graça de todos os bem-aventurados juntos, o que seria no fim? 3) afirmações dos Padres a este respeito.

CORAÇÃO IMACULADO, ÍRIS DE PAZ

I — A vida do homem é uma luta: 1) Job, S. Paulo, S. Tiago; 2) em consequência, guerra nos indivíduos, nas famílias, nas classes, nas nações; 3) contraste com o primeiro estado de inocência.

II — Maria Íris de paz: 1) prometido no Génesis (III, 15) e realizado no meio dos tempos: quae est ista? 2) tudo em Maria se ordena na mais perfeita tranquilidade, por ser imaculada e por isso, integér­rima, impecável: S. João no Apocalipse; 3) por isso, terribilis ut castrorum acies ordinata!

III — Rainha da Paz: 1) porque Mãe de Deus; 2) Corredentora: palavras de Pio X; 3) mais que ninguém interessada junto de Seu Fi­lho para nos obter a paz; Pio X, Pio XII.

CORAÇÃO DE NOSSA MÃE

I — Mãe de Jesus, logo, nossa Mãe também: 1) Ego sum vitis vos palmites: Mãe da Vide, logo dos ramos também; Mãe de todo o Corpo místico de Cristo; 2) Eva e Maria; 3) O Eterno Pai restaurando tudo em Cristo, restaurou-nos com vantagem em Maria a mãe que perdemos em Eva.

II — Promulgação desta maternidade no Calvário: 1) Jesus sabia a quem nos confiava; 2) in quo clamamus: Pater... também clamamus: Mater: 3) fecundíssima virgindade de Maria; 4) com o amor que ama a Seu Filho nos ama a nós; palavras de Pio XI na Lux Veritatis.

CORAÇÃO DOLOROSO DE MARIA

I — Maria Mãe de dor: 1) elemento essencial no estudo do Coração de Maria; à semelhança do Coração de Jesus; os espinhos com que apareceu à Irmã Lúcia; 2) consequência de ser Mãe de Jesus Crucificado e Mãe de pecadores; 3) pela contemplação de Suas dores descobriu a piedade cristã o Seu Coração; 4) Coitadinha de Nossa Senhora! (Jacinta).

II — Toda a vida da Maria foi dor para o Seu Coração: 1) na infância, ida para o Templo, perda dos pais; 2) logo após a Encarna­ção do Verbo, compreendendo as angústias de S. José; 3) ida a Be­lém: os seus não os receberam, nascimento de Jesus num estábulo; 4) profecia de Simeão (Nossa Senhora a Santa Matilde); 5) perda de Jesus no Templo aos doze anos.

III       — O Calvário, momento culminante de Suas dores: 1) Juxta Crucem: junto da Cruz até as rochas estalam; extrema poena, maledictus a Deo qui pendet in ligno; quasi leprosum, vidimus eum et non erat aspectus; 2) Mater ejus: quem contempla este suplício é Mãe do Supliciado: o vos omnes qui transitis per viam...; tota in vulneribus Christi; 3) Jesu: Aquele Seu Filho é Jesus, o Salvador, a Vítima; Maria participa mais que ninguém em todo o sofrimento do Coração de Jesus; Jesus uniu-A a Si como a nenhuma outra vítima, nas profundas imolações e holocaustos do Seu Coração.

CORAÇÃO DA MEDIANEIRA

I — O Coração de Maria, nova oferta mais expressiva e eficaz da Sua mediação: 1) a par com o Coração de Jesus; 2) palavras da Jacinta; 3) Pio XII ao cardeal Secr. de Estado, a 1 de Abril de 1942; 4) a Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria.

II — Mediação incluída na Consagração: 1) resposta do Pontí­fice a um duplo pedido da Cristandade; 2) a Consagração pressupõe a mediação; 3) Maria medianeira desde o Seu fiat; 4) pela Sua imo­lação junto da Cruz; 5) a fórmula da Consagração assim A chama implícita e explicitamente.

III  — Mediação do Seu Coração: 1) é pelo Seu Coração que havemos de solicitar Seus favores; 2) é o Seu Coração que havemos de apresentar ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo para implorar as graças do Céu; 3) di-lo a Jacinta expressamente; 4) o exercício da mediação de Maria é essencialmente exercício de amor, do Coração.

OS SAGRADOS CORAÇÕES DE JESUS E MARIA

I — Inseparáveis um do outro: 1) verdade expressa nas revela­ções de Fátima; 2) os pastorinhos, especialmente a Jacinta, não os separavam na sua devoção; 3) S. Francisco de Sales e S. João Eudes.

II — A jaculatória e a imagem de «Nossa Senhora do Sagrado Coração»:   1) O P. Júlio Chevalier; 2) per Mariam ad Jesum; Leão XIII, a 8 de Setembro de 1894; S. Bernardo.

III — Laços naturais e sobrenaturais entre os dois Corações: 1) Jesus, flor da Virgem Mãe; Maria é quem melhor conheceu, amou, adorou, reparou o Coração de Jesus; 2) é Ela a melhor Mestra desta devoção; é nesta escola que se forma Santa Margarida; B. Cláudio de La Colombière.

CORAÇÃO CHEIO DE BONDADE E MISERICÓRDIA

I — Maria remédio para os males desta hora histórica: 1Fátima: «só Ela lhe pode valer»; 2) Maria, criada por causa da misericórdia (Santo Anselmo); 3) Maria formada na escola da misericórdia desde a Encarnação do Verbo, na Casa de Nazaré, na vida pública de Jesus, aprendendo d’Ele sobretudo a misericórdia.

II — No Calvário conclui Maria o Seu curso e sai consumada em misericórdia: 1) aí A constituiu Jesus formalmente Mãe de misericór­dia: Ecce filius tuus; 2) para bem se desempenhar desta missão Lhe plasmou O Espírito Santo o Coração; 3) por isso compassiva como ninguém: palavras de Santo Afonso de Ligório; as Bodas de Caná; 4) solícita em acudir a todas as necessidades de Seus filhos: Mater clementissima, Refugium peccatorum, Consolatrix afflictorum, Auxillium Christianorum, Salus infirmorum; 5) sobretudo os pecadores: Terrien, S. Anselmo, S. Afonso.

CORAÇÃO DE RAINHA, RAINHA DOS CORAÇÕES

I — Nossa Senhora Rainha do mundo: 1) como tal se manifesta em Fátima; 2) Pio XII formalmente o afirma na Consagração e sobre­tudo na mensagem por ocasião da coroação de Nossa Senhora de Fá­tima; 3) pedido da Cristandade desde as aparições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré; não é título novo.

II — Razões desta realeza (sintetiza-as Pio XII na mensagem); 1) razão de antonomásia; 2) porque emparentada com a Santíssima Trindade na ordem hipostática; 3) porque Mãe de Cristo-Rei; 4) porque associada como administra ao Rei dos Mártires; 5) porque Esposa do Espírito Santo.

III — Realeza Material e por isso do Coração; 1) é por ser Mãe que Ela é Rainha; 2) realeza só para benefício dos homens; 3) esta a razão especial porque as nações católicas A aclamam Sua Rainha; sobretudo na conquista dos corações.

II.ª PARTE: PRÁTICA DA DEVOÇÃO

FIM DESTA DEVOÇÃO

Suposto que se deve prestar culto especial ao Imaculado Coração de Maria, indaguemos a finalidade principal desta devoção: a devoção: a conservação dos pecadores; prova-se pela Liturgia da festa e pelas revelações aos Pastorinhos de Fátima.

I — Liturgia: 1) o introito: vamos pois cheios de confiança ao trono da graça para conseguirmos misericórdia e alcançarmos favor em auxílio oportuno» (Heb. IV, 16): a) necessidade deste auxilio nos tempos atuais: — ateísmo, paganismo, abominação de costumes; lares em ruínas, extermínio de inocentes; b) a Jacinta sentiu esta deplorável situação 2) O Evangelho em dois versículos dá-nos o remédio: Ecce Mater tua: a) a vingança de Cristo; b) neste imenso calvário que é o mundo, outra vez Cristo tão crucificado nesta hora de crimes, dá aos pecadores a Sua Mãe: Ecce Mater tua.

II — As aparições: 1) do Anjo; em todas três, esta finalidade bem marcada; com elas se iniciaram os zagais no zelo pela conversão dos pecadores; 2) as da Virgem: a mesma insistência: a) por isso pede oração, o Terço, as duas jaculatórias e sacrifícios; b) Nossa Se­nhora amargurada; a visão do inferno; c) não aflijam mais a Nosso Senhor com o pecado (palavra da Irmã Lúcia); d) «Só Ela lhes poderá valer».

ESPÍRITO PRÓPRIO DESTA DEVOÇÃO

Antes de todas as práticas que se podem aconselhar, importa estudar o espírito próprio que as deve informar a todas: o amor filial para com tão boa Mãe:

I — Poder irresistível do Coração desta Mãe: 1) amor desper­tado nos pastorinhos: a) avassala-os e cativa-os; b) este amor atinge neles ardores que ultrapassam as raias da graça ordinária; e) desprende-os totalmente de si e transforma-os em apóstolos pela oração continua e o sacrifício ininterrompido; 2) nos pecadores: a) Nossa Senhora a Santa Brígida; b) é o Coração de Maria que vai ao encontro deles; c) importa pois estabelecer contato entre o pecador e o Coração de Maria.

II — O Coração da Maria segue na esteira do Coração de Jesus: nova redenção de amor; 2) Maria vem para com o seu amor promover mais intensamente o reinado de Seu Filho; 3) para melhor fazer sentir ao mundo essa nova redenção de amor; 4) as grandes maravilhas operadas até hoje no mundo por Nossa Senhora de Fátima.

AMOR QUE ORA

I — A oração meio indispensável para a salvação: 1) insistência do Anjo e de Nossa Senhora em todas as aparições; 2) requere-se para a conversão; 3) sem oração baldar-se-ia o esforço da Virgem em vir à Terra.

II — Como se há de orar. 1) ensina o Anjo: a) na primeira aparição pela lição de reverência e devoção e a variedade de atos a exercitar; b) na segunda inculca que se deve orar muito sem interrupção e que tudo se deve transformar em oração; c) na terceira recorda as melhores devoções do Cristianismo e a união à Vítima-Eucarística; 2) Nossa Senhora insiste também na oração, particularmente na récita do Terço com a adição da jaculatória: «ó meu Jesus, perdoai-nos...» e a meditação dos mistérios; 3) Os pastorinhos saem discípulos e modelos consumados de oração contínua, recolhida, estática.

O ROSÁRIO, ARMA E ESCOLA DO CORAÇÃO DE MARIA

— Arma: 1) nas lutas da Igreja com os seus inimigos: a) SDo­mingos com os albigenses b) 7 de Outubro de 1571, em Lepanto; 2) nas lutas de cada um com seus inimigos íntimos: a) põe em atividade a nossa omnipotência; b) tem vantagens especiais sobre outros modos de oração: as melhores preces, saltério ao alcance de doutos e indoutos; e) Leão XIII.

II — Escola: 1) escola primária: a) a ignorância religiosa: o Rosário verdadeiro Catecismo condensado (Leão XIII e Pio XI); b) código de virtudes cristãs; 2) escola superior: a) a meditação dos mistérios; b) em companhia de Nossa Senhora; 3) assim rezado leva a alma a conhecer mais profunda e intimamente o Coração de Maria; 4) insistência de Leão XLII; o Livro de oiro.

AMOR QUE COMUNGA

I — Indispensável na devoção ao Coração de Maria é a Eucaristia: 1) «Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento» 2) em todas as circunstâncias, Jesus é o Seu Filho; palavras de Santo Agostinho.

II — Fátima e a Eucaristia: 1) nas aparições do Anjo; a) os pastorinhos amantes apaixonados da Eucaristia; 3) as grandes comunhões gerais em Fátima: 35.000! 130.000 num só dia!

III — Comunhão reparadora nos primeiros sábados: 1) o primeiro  já de antes celebrado por imitação da primeira sexta-feira, com aprovação de Pio X; 2) Nossa Senhora de Fátima determina o modo prático de o celebrar.

AMOR QUE SE LHE CONSAGRA

I — Amar é dar-se: 1) como na devoção ao Coração de Jesus; palavras de Pio XI, na Miserentissimus Redemptor; 2) Nosso Senhora pede a consagração da Rússia ao Seu Imaculado Coração; 3) valor deste ato diante de Deus.

II — A consagração pessoal: 1) por ela principiam os pastorinhos a 13 de Maio de 1917; 2) Santa Margarida Maria não conhece meio mais rápido para a santidade que este acto feito ao Coração de Jesus; 3) S. Luís Grignion de Montfort afirma que a devoção que mais conforma a alma a Jesus é a devoção a Nossa Senhora, a qual consiste sobretudo na consagração; 4) é parte integrante da consagração ao Coração de Jesus.

III — Razões desta consagração: 1) as mesmas porque devemos amar a Maria; Maximino Giraud, vidente de La Salette; 2) Ela é Se­nhora e Rainha; 3) «O Verbo encontrou a Sua liberdade aprisionan­do-se no seio de Maria» (Grignion de M.); consiste na entrega total por amor filial; 5) os frutos são vivermos por Maria, com Maria, em Maria, para Maria (Grignion de Montfort e Fr. Miguel de Santo Agost.)

AMOR DE IMOLAÇÃO

I — A reparação, ponto essencial nesta devoção: 1) como na devoção ao Coração de Jesus (Miserentissimus Red.); 2) verdade bem provada nos documentos de Fátima; 3) os pastorinhos modelos heroicos de reparação.

II — Necessidade da reparação. 1) «Vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique por e1a» (Nossa Senhora); 2) doutrina de Pio XI na enc. Miserentissimus Redemptor; 3) nunca tão urgente como agora; 4) florescência de almas vítimas em nossos­ dias; 5) Portugal terra de reparação.

O CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO QUE NOS CONDUZ A DEUS

I — Resultados magníficos para os pecadores: 1) graças de conversão; 2) Mater Divinae Gratiae; 3) a Epístola da Missa da festa; 4) palavras do Card. Hugo a propósito do invenisti gratiam; 5) visão de Santa Gertrudes; Vermeersch.

II — Para os justos que inteiramente se Lhe entregam: 1) para estes os melhores frutos: Ego quasi vitis frutificavi suavitatem odoris: a) comunica-lhes o seu espírito (Santa Inês e Santa Brígida); b) Santo Ambrósio e Ven. Fr. Miguel de Santo Agostinho: vida divino-mariana. c) perenemente voltado para Maria; 2) continuamente em Maria; união que em nada estorva a união com Deus; 3) Fátima dá-nos neste capítulo lições profundas; 4) o auge desta união: Deus, Maria e a alma, um só: consumati in unum.

CORAÇÃO DE MARIA E A FAMILIA

I — Fátima e a família: 1) promessa na aparição de Agosto de 1917; 2) aparição da Sagrada Família, a 13 de Outubro de 1917.

II — Importância deste assunto: 1) Pio XI, na encíclica Lux Ve­ritatis; 2) Cristo é o centro, mas principia Deus por Lhe preparar a Mãe: a) razões desta preparação; b) trâmites que segue; 3) lições a colher: a campanha pela família começa pela preparação da mãe: a) tornando-a imaculada; b) imune das paixões desordenadas; é esta a sua verdadeira emancipação; razão central: a) os braços maternais, como um altar; b) o demónio em todos os tempos começa por perverter Eva; 5) onde se preparam as mães? a) tremenda responsabili­dade…; b) O Coração Imaculado de Maria nos lares.

O CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA E AS NAÇÕES

I — Também elas se devem consagrar ao Imaculado Coração de Maria: 1) afirmações de Nossa Senhora a respeito da Rússia e de Portugal; 2) os direitos do Coração de Maria.

II — Necessidade que têm as nações desta consagração: 1) a ira de Deus acesa sobre elas; 2) já não têm conta as que foram esmagadas como um vaso de barro; 3) as outras em situação insolúvel: palavras de Pio XII ao Sacro Colégio, a 2 de Junho de 1947; 3) confessem a sua impotência e arrepiem caminho: acudam a Maria; imitem o exemplo das que já o fizeram e começam a colher os frutos.

III — Misericórdias e milagres de Nossa Senhora, após a Consagração do mundo ao Seu Imaculado Coração por Pio XII; palavras do Santo Padre e do santo Cura d’Ars.

NA POSSE ETERNA DO CORAÇÃO DE MARIA

I — Termo final aonde tudo se encaminha: o Céu onde Cristo é Rei e Maria é Rainha: 1) promessa de Nossa Senhora para os seus devotos; 2) vinde benditos de Meu Pai!...

II — No Céu: 1) Veremos ao Coração de Maria, tal qual é, em pleno e eterno meio-dia; 2) possui-lo-emos como nosso: a) Ecce Mater tua; b) Ela depois de Jesus é a melhor parte da nossa herança; 3) amá-La-emos muito mais que os pastorinhos em Fátima; e seremos amados com um amor de que ninguém na terra sabe falar (S. Paulo); 4) gozaremos: o mesmo gozo de Deus e de Maria será o nosso gozo: intra in gaudium Domini tui; que júbilo ao vê-La tão exaltada! Júbilo sem receios nem limites; 5) a Epístola da Missa; palavras de Santo. Afonso de Ligório.

EPÍLOGO

I — Estas páginas, preito de gratidão e de amor: pobre flor silvestre que a Virgem se digne abençoar, como abençoou as folhas da azinheira em que pousou.

II — Na primeira parte, estuda-se o que é o Coração de Maria: objeto próprio da devoção, fundamentos históricos e teológicos (excelência, prerrogativas e missão de Maria).

III — Na segunda parte, a prática da devoção: sua finalidade, espírito próprio, exercício (oração, Rosário, Comunhão, Consagração, Reparação) e frutos desta devoção, no indivíduo, na família e nas nações.

Todo o livro mostra que quanto mais se meditam as revelações de Fátima, mais horizontes se descortinam cheios de doutrina e alimento para as almas.

Digne-se a Virgem abençoar este preito de gratidão, amor e de­sejo de A ver cada vez mais conhecida e amada.

 

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Fonte - alexandriacatolica

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