sexta-feira, 24 de setembro de 2010

QUESTIONANDO OS PROTESTANTES!!!

Questionando os Protestantes  I
De fato, Paulo escreveu o que é a Igreja: Todavia, se eu tardar, quero
que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus
vivo, coluna e sustentáculo da verdade (1Tim 3,15).
Os cristãos de nossos dias supõem erroneamente que os primitivos
cristãos viviam tempos tranqüilos e liam seu Novo Testamento exatamente
como os bons e atuais protestantes fazem. O fato é que os livros do Novo
Testamento ainda não tinham sido escritos pelo menos até duas décadas
após a formação da Igreja, cerca do ano 30. Os livros finais do Novo
Testamento não foram escritos senão perto do fim do século I, de
conformidade com muitos estudiosos. Já que os cristãos primitivos não
tinham o Novo Testamento, a Igreja primitiva era doutrinada pelos
Apóstolos e por aqueles que tinham recebido a autoridade dos Apóstolos.
Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na
fração do pão e nas orações (At 2,42).
Na noite em que foi traído, Jesus prometeu à Igreja e aos apóstolos que
os ensinaria toda a verdade:
Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a
verdade,  (Jo 16,13).
No Protestantismo moderno mais de 20.000 denominações ensinando
diferentes verdades. A natureza contraditória dessas verdades nos
dirá que nenhuma dessas verdades pode ser considerada verdadeira.
Ainda mais quando São Paulo nos diz claramente: porquanto Deus não é
Deus de confusão, mas de paz (1Cor 14,33).
Desde que Jesus disse que guiaria a Igreja na Verdade, se acreditarmos
que Jesus estava falando a verdade, então temos de crer que há no mínimo
uma Igreja que se congregou desde Pentecostes e que ensinou a Verdade.
Essa Igreja existia, uma vez que Jesus falou: E eu te declaro: tu és
Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do
inferno não prevalecerão contra ela. (Mat 16,18).
Nenhuma igreja protestante tem o direito de reclamar que sua existência
foi anterior ao século XVI. Os dois únicos grupos da Cristandade que
podem traçar uma sucessão apostólica, através dos bispos, dos apóstolos
até o presente, são as Igrejas Ortodoxas Orientais e a Igreja Católica
Romana. A Igreja de Roma foi fundada pelo apóstolo Paulo e recebeu o
apostolado final do Apóstolo Pedro. A Igreja Católica Romana reivindica
ser aquela igreja que é a coluna e fundamento da Verdade?. Um
investigador da Verdade poderia no mínimo considerar se o ensinamento da
Igreja Católica sobre o batismo, a Ceia do Senhor e o arrependimento, se
estas simples matérias são bíblicas.
Onde você aprendeu que apenas a Bíblia era a coluna e o fundamento da
Verdade? Sua igreja tem apenas 150 anos Você pode traçar uma linha
ligando sua igreja até aos apóstolos
Questionando os Protestantes  II
Tem a Bíblia um índice de Livros inspirados Ou contém a Bíblia uma
lista que declara autoritariamente quais livros devem fazer parte dela
Não, não tem. A lista dos livros que compõem o Cânon do Novo Testamento
foi discutida durante os primeiros quatro séculos da história cristã.
O Apocalipse, Hebreus, Tiago, 2Pedro e Judas são alguns dos livros cuja
canonicidade foi controvertida. Em adição, alguns cristãos primitivos
julgaram que obras como a Didaqué, a Epístola de Barnabé, o Pastor de
Hermas e a Epístola de Clemente eram inspiradas. Não foi senão quase no
século V (Concílio de Cartago, ano 397) que o Cânon oficial foi
definido. Isto quanto ao Novo Testamento, mas quanto ao Antigo
Testamento Foi também tema de discussões definir quais os livros
pertenciam ao Cânon do Antigo Testamento. [O próprio Concílio de Cartago
tratou do assunto]. Santo Agostinho sustentou que os Apócrifos (Tobias,
Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1-2Macabeus e adições gregas a
Ester e Daniel) eram canônicos, enquanto que São Jerônimo não os
considerava como canônicos. De fato, o nome Apócrifos foi dado por São
Jerônimo quando se empenhava no trabalho da Vulgata (tradução latina das
Escrituras). Na versão hebraica das Escrituras, os Apócrifos eram
comumente deixados de lado, enquanto que na versão grega (a Septuaginta)
os Apócrifos foram incluídos.
Desde aproximadamente o século V, os Apócrifos foram considerados
Escrituras, embora não tivesse havido uma declaração que pusesse um
ponto final.
Tudo isso mudou quando os Reformadores determinaram o seu Cânon das
Escrituras e rejeitaram os Apócrifos. Como resposta, a Igreja Católica,
no Concílio de Trento, declarou a canonicidade dos livros Apócrifos,
chamando-os Deuterocanônicos, ou seja, do Segundo Cânon.
Por fim, sabemos que o eminente teólogo protestante Dr. RC Sproul os
denomina uma coleção falível de livros infalíveis. Atualmente, os
Luteranos não têm um Cânon estabelecido das Escrituras. São livres para
considerar Hebreus, Tiago, 2 Pedro e São Judas (Epístolas) como não
canônicos, e estão, também, livres para aceitar alguns livros
Deuterocanônicos do Antigo Testamento como canônicos. Lutero
originalmente chamou o livro de Tiago uma epístola de palha e não a
aceitou como canônica. Quando os Reformadores Presbiterianos surgiram
com sua lista canônica, usaram dois critérios: autoria apostólica e
testemunho interior do Espírito.
Desde que bons cristãos através dos tempos (Jerônimo e Agostinho,
justamente esses dois) discordaram sobre quais livros eram inspirados,
o testemunho interior de canonicidade não parece ser uma boa medida
para determinar a canonicidade. Para a Cristandade histórica, o
ensinamento da Igreja, que é a coluna e o fundamento da Verdade, é
considerado como a autoridade para determinar quais dos escritos
primitivos fazem parte do Cânon das Escrituras.
A menos que você tenha uma fonte infalível para determinar quais livros
compõem a Bíblia, que autoridade ela pode ter
Questionando os Protestantes  III
A Bíblia ensina a doutrina da Sola Scriptura dos Cristãos Reformados Ou
seja, seria a Bíblia a única fonte de autoridade para o cristão
Não. A Bíblia ensina que as Escrituras têm autoridade, mas não é a
única autoridade.
Quando Jesus foi tentado por Satanás no deserto, respondeu a Satanás:
Está escrito, uma citação das Escrituras. Mas, também vemos Jesus
participando do Hanukkah (Festa da Dedicação cf. Jo 10,22) que está
registrado em Macabeus, livro ausente do cânon protestante. Também vemos
Jesus celebrando a Páscoa com uma taça de vinho (a Última Ceia), que era
da tradição judaica e não das Escrituras. Por segurança, São Paulo
escreveu a Timóteo:
?Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para
repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de
Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra? (2Tim 3,16-17).
Mas São Paulo também escreveu:
?Intimamo-vos, irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que eviteis
a convivência de todo irmão que leve vida ociosa e contrária à tradição
que de nós tendes recebido? (2Tess 3,6); e
?O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto
praticai, e o Deus da paz estará convosco? (Fil 4,9).
A doutrina dos Protestantes da Sola Scriptura é-lhes necessária porque
rejeitaram a autoridade existente na Igreja histórica, ordenada por
Deus. A Igreja histórica sempre reivindicou que sua autoridade veio da
sucessão apostólica e a verdadeira autoridade deu Jesus aos apóstolos, e
mais especificadamente, a São Pedro:
?E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as
chaves do Reino dos céus; tudo o que ligares na terra será ligado nos
céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus (Mt
16,18-19).
Já que os Protestantes rejeitam a autoridade da Igreja histórica, apelam
para o que consideram que seja a mais alta autoridade: a Palavra de
Deus. Isto pede uma pergunta, obviamente: Jesus fundou uma Igreja ou um
livro Jesus mesmo não foi, pessoalmente, autor de nenhum livro da
Bíblia. As palavras atribuídas a Jesus foram escritas e testemunhadas
pelos Apóstolos. As próprias Escrituras têm sua autoridade fundamentadas
na autoridade para ensinar da Igreja. Sem a Igreja, não haveria a
coleção de livros chamados Novo Testamento. Além disso, a doutrina da
Sola Scriptura teria sido impossível sem a invenção da imprensa. Até a
invenção da imprensa, a Bíblia não estava disponível a todo cristão.
Agora, que qualquer um é livre para interpretar as Escrituras para si
mesmo, o que acontece Embora haja dezenas de milhares de denominações,
haverá sempre mais e mais interpretações das Escrituras.
O fato verdadeiro é que Jesus fundou uma única Igreja e deu-lhe a
autoridade para ensinar e emitir regras. Foi justamente por não atentar
à essa verdade que os três principais Reformadores (Lutero, Calvino e
Zwínglio) discordavam do sentido e efeito dos Sacramentos, da Ceia do
Senhor e do Batismo, cada um ensinando uma doutrina diversa. Isto nos
mostra que, em vez da autoridade ser a Sola Scriptura, é Somente a
Interpretação a real autoridade nas igrejas que proclamam a Bíblia como
sua única autoridade.
A menos que você tenha a interpretação correta, de que vale a Bíblia
Questionando os Protestantes IV
Jesus bebeu suco de uva na Última Ceia?
Não. Jesus usou vinho e vinho fermentado!
A maioria dos Evangélicos usa suco de uva porque tem um tabu contra o
vinho, por ser bebida alcoólica. O fato é que Jesus certamente bebeu
vinho (Luc 7,33-34) e também o bebeu nas Bodas de Caná (Jo 2).
A palavra grega para vinho é oinos. A palavra grega usada no Novo
Testamento para bêbado ou bebedor de vinho é derivada também de
oinos. Basicamente significa alguém que bebe vinho exageradamente.
No relato evangélico da Ceia do Senhor foi usada uma terminologia que
pode ser interpretada por vinho ou suco de uva, assim como cálice ou
fruto do vinho. Contudo, São Paulo em sua Primeira Epístola aos
Coríntios censura-os por ficarem bêbados durante a Ceia do Senhor. Seria
impossível para os Coríntios ficarem bêbados se usassem somente suco de
uva. Paulo também nunca cuidou de corrigi-los, dizendo-os para usarem
suco de uva ao invés de vinho. Portanto, a leitura mais exata indica que
foi usado vinho na Ceia do Senhor.
Olhando para o contexto histórico, a Igreja sempre usou vinho. O uso do
vinho não foi objeto de discussão até o séc. XVI. Durante a refeição da
Páscoa, os Judeus, hoje assim como há 2.000 anos, a celebram com vinho
(v. Ungers Bible Dictionary, verbete Lords Supper). O tabu contra o
uso do vinho é uma restrição recente feita pelos homens, mas não provém
de Deus (v. Deuteronômio 14,26, se você ainda acredita que Deus proibiu
o uso do álcool).
Por que você usa suco de uva na ceia do Senhor, se Jesus usou vinho Por
que você usa suco de uva se a Igreja histórica sempre usou vinho.
Questionando os Protestantes  V
A Ceia do Senhor é Apenas Simbólica?
Em uma palavra: Não.
Se há uma doutrina da Igreja histórica que tem sido firme durante dois
milênios, é a da presença real de Cristo na Eucaristia (a Ceia do
Senhor). Mas essa posição histórica não é como canibalismo Se você
pensa assim, não está sozinho. De fato, quando Jesus falou:
Eu sou o pão da vida. Vossos pais, no deserto, comeram o maná e
morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele
que dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste
pão viverá eternamente. E o pão que eu der, é a minha carne para a
salvação do mundo. (Jo 6,48-51).
Muitos dos ouvintes ficaram estarrecidos. Ouviram com seus próprios
ouvidos que Jesus disse que eles deveriam comer Sua carne. Depois de
escutar isso, e interrogando-se uns aos outros, Jesus acaso disse aos
ouvintes: Desculpa, Eu estava falando simbolicamente, Não, ao invés
disso, Ele foi ainda mais direto:
Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue,
verdadeiramente uma bebida. (Jo 6 55).
Após dizer isto, muitos daqueles que o haviam seguido ficaram
desapontados. Se fosse um simples mal entendido, por que Jesus não
emendou suas palavras para torná-las claras A verdade é que Jesus
estava sendo claro, cristalinamente claro. O povo entendeu seu
significado, mas não o pôde aceitar. No que acreditou a Igreja
Apostólica sobre este assunto São Paulo escreveu:
O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo?
E o pão que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? (1Cor 10,16)
Em lugar de comunhão outras traduções usam a palavra participação.
Por que o apóstolo não explicou e disse que isso era meramente
simbólico? Mais tarde, ele diz:
Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e
bebe a sua própria condenação. (1Cor 11,29)
Se é um simples símbolo, por que a linguagem sobre distinguir o corpo
do Senhor Finalmente, vejam os seguintes Padres da Igreja: Inácio de
Antioquia (ano 110), Justino mártir (ano 151), Ireneu de Lião (ano 189),
Ambrósio (ano 390), Agostinho (ano 411); todos eles fazem eco ao que a
Igreja Apostólica sempre ensinou: o Corpo de Cristo e seu sangue estão
presentes na Eucaristia. Não foi senão na Reforma que este assunto foi
posto em discussão, com Lutero acreditando na presença física de Cristo
na Eucaristia, Calvino acreditando na presença espiritual de Cristo na
Eucaristia, e Zwínglio chamando-a apenas de um memorial. O que é mais
verdadeiro: o consistente ensinamento da Igreja, durante dois milênios,
ou as opiniões conflitantes dos três Reformadores.
A presença real de Cristo na Última Ceia é uma doutrina fundamental
cristã que consta nas Escrituras e foi ensinada permanentemente através
da história.
Questionando os Protestantes VI
O Batismo é Apenas Um Ato Simbólico?
A Igreja histórica sempre afirmou que o Batismo é eficaz na regeneração,
isto é, faz nascer de novo. A maioria dos Protestantes sustenta que o
Batismo é apenas simbólico, uma ordem a ser seguida por obediência, mas
não que tenha uma eficácia na regeneração ou no perdão dos pecados.
Quais são os argumentos históricos que fundamentam o efeito e a
necessidade do Batismo Ananias disse a São Paulo:
E agora, por que tardas Levanta-te. Recebe o Batismo e purifica-te dos
teus pecados, invocando o seu nome (At 22,16).
Ananias associou o Batismo (não a fé) como meio instrumental de limpar
os pecados. São Paulo escreveu:
?E, não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas
unicamente em virtude de sua misericórdia, ele nos salvou mediante o
banho da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo (Tt 3,5).
Na carta de Paulo a Tito, o banho é o Batismo que resulta em
renascimento, seguido pela renovação pelo Espírito Santo. São Pedro
escreveu:
Essa água prefigurava o Batismo de agora, que vos salva também a vós,
não pela purificação das impurezas do corpo, mas pela qual consiste em
pedir a Deus uma consciência boa, pela ressurreição de Jesus Cristo.
(1Pd 3,21).
Seja cuidadoso em interpretar isto. Pedro não disse que o Batismo é
simbólico. Disse que a corrente do dia de Noé é símbolo do Batismo.
Pedro disse: o Batismo agora salva vocês também. Pedir uma
consciência boa é um meio de incluir o arrependimento no Batismo. Por
fim, o que diz Jesus
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda
criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será
condenado (Mc 16,15-16).
Jesus fez do Batismo uma condição de salvação. Mas, imagino ouvir alguém
dizer: E no caso do ladrão na cruz Que diz dele Jesus prometeu ao
ladrão arrependido que iria com Ele ao Paraíso. Jesus disse assim e
resolve o assunto. Assim, ouço esse mesmo alguém dizendo: Ele não foi
batizado! Nem o foi Jeremias, Isaías ou Abraão. Deus é capaz de dar a
misericórdia a qualquer tempo e de qualquer modo que precise. O salário
do pecado é a morte, contudo nem Enoc, nem Elias nunca morreram. Deus
fez exceções para aqueles dois santos do Antigo Testamento, de modo que
eles não viram a morte. Eu não vejo contradição em Jesus quando faz uma
exceção para o ladrão. O Credo de Nicéia decreta: Cremos num só Batismo
para a remissão dos pecados.
Quando a Igreja histórica sustenta firmemente o mesmo ponto de vista, de
que o Batismo é eficaz em perdoar os pecados, os Reformadores mais uma
vez não concordam. Zwínglio, como de costume, crê simplesmente que o
Batismo é uma ordenação, nada realizando. Lutero sustenta o ponto de
vista católico da regeneração batismal. Calvino imagina que o Batismo é
eficaz, mas somente após a fé. No esquema Calvinista você pode ser
batizado, e, então, quando você passa a ter fé, aquele Batismo confere o
perdão dos pecados. Este esquema Calvinista é reminiscência dos
deslocamentos do tempo da Estrela Guia.
Em quem você vai crer: na Igreja histórica, que possui uma visão firme
nestes dois milênios, ou nos reformadores, que chegaram por último e não
concordam entre si
Questionando os Protestantes VII
O Batismo é apenas para os crentes Não pode ser ministrado às crianças
Eis uma resposta complicada. Primeiramente, as Escrituras não endossam
nem condenam explicitamente o Batismo das crianças. A Igreja histórica
sempre acreditou no Batismo das crianças. Os Reformadores Lutero e
Calvino também acreditaram ser apropriado batizar crianças. Os
Anabatistas foram alguns dos primeiros após a Reforma a condenarem o
Batismo das crianças (embora existissem algumas poucas seitas antes da
Reforma que não o praticavam).
Os argumentos contra o Batismo das crianças são que as pessoas
mencionadas como tendo sido batizadas por João Batista eram adultos
arrependidos. No seu sermão de Pentecostes Pedro disse: Arrependei-vos
e batizai-vos. Quem sustenta que o Batismo é apenas para os crentes,
diz que não podendo as crianças se arrependerem, não lhes é apropriado
o Batismo.
Aqueles que defendem o Batismo das crianças citam passagens dos Atos dos
Apóstolos, onde famílias inteiras, como a de Cornélio e a de Lídia, eram
batizadas, o que supostamente inclui as crianças. Um outro argumento a
favor do batismo das crianças vem da comparação do Batismo com a
circuncisão:
Nele também fostes circuncidados com circuncisão não feita por mão de
homem, mas com a circuncisão de Cristo, que consiste no despojamento do
vosso ser carnal. Sepultados com ele no Batismo, com ele também
ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos
mortos? (Col 2,11-12).
Na Antiga Lei, no oitavo dia as crianças do sexo masculino eram
recebidas e lhes era dado o sinal da circuncisão da Antiga Lei. Já que o
Novo Testamento é uma Lei mais abrangente do que a Antiga, incluindo
homens e mulheres, judeus e gentios, o Batismo das crianças é mais
apropriado a dar às crianças o Signo da Nova Lei (o Batismo). Com
efeito, Jesus disse:
?Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de
Deus é daqueles que se parecem com elas? (Lc 18,16).
O ?se parecem com elas? de que Jesus falou eram criancinhas que o povo
trazia para ele abençoá-las. Assim, os Pedobatistas vêem nas palavras de
Jesus um argumento a seu favor.
Registros históricos confirmam que a prática do Batismo das crianças era
geralmente a norma. No segundo século, Irineu escreveu a primeira
declaração sobre a prática na Igreja do Batismo das crianças:
?Ele (Jesus) veio para salvar a todos através dele mesmo, isto é, a
todos que através dele são renascidos em Deus: bebês, crianças, jovens e
adultos. Portanto, ele passa através de toda idade, torna-se um bebê
para um bebê, santificando os bebês; uma criança para as crianças,
santificando-as nessa idade(e assim por diante); ele pode ser o mestre
perfeito em todas as coisas, perfeito não somente manifestando a
verdade, perfeito também com respeito a cada idade (Contra Heresias
II,22,4 (ano 189)).
Irineu declarou que as crianças cristãs renascem. Como podem renascer se
não têm a capacidade (pelo que sabemos) para exercer a fé Previamente
já vimos que isso acontecia pelo Batismo. Irineu mesmo nasceu numa
família cristã, por volta do ano 140, em Esmirna, uma das Igrejas
mencionadas no Apocalipse (Ap 2,8). Os historiadores pensam que Irineu
foi provavelmente batizado por Policarpo, que foi o bispo de Esmirna.
Policarpo foi mártir e discípulo pessoal de João, o Apóstolo. Parece-nos
improvável que ele tivesse batizado crianças se fosse impróprio e se
tivesse ouvido de João instrução diferente. No ano 215, Hipólito
escreveu:
Onde não há escassez de água, a água corrente deve passar pela fonte
batismal ou ser derramada por cima; mas se a água é escassa, seja em
situação constante, seja em determinadas ocasiões, então se use qualquer
água disponível. Dispa-se-lhes de suas roupas, batize-se primeiro as
crianças, e se elas podem falar, deixe-as falar. Se não, que seus pais
ou outros parentes falem por elas (Tradição Apostólica 21,16).
Diz-se que Hipólito instruiu às crianças que tivessem capacidade falarem
por elas mesmas. Isso parece muito com as crianças levadas a Jesus, em
Lucas 16,15. Finalmente, Orígenes fez uma firme declaração com respeito
a origem apostólica do batismo das crianças:
A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de dar Batismo mesmo às
crianças. Os apóstolos, aos quais foi dado os segredos dos divinos
sacramentos sabiam que havia em cada pessoa inclinações inatas do pecado
(original), que deviam ser lavadas pela água e pelo Espírito
(Comentários sobre a Epístola aos Romanos 5,9 (ano 248)).
Finalmente, eis uma interessante citação do eminente Teólogo Protestante
Dr. R.C. Sproul, em Verdades Essenciais da Fé Cristã, com relação ao
batismo das crianças:
A primeira menção direta ao Batismo das crianças se vê por volta do
meio do segundo século. O que é digno de nota sobre esta menção é que
concorda que o Batismo das crianças era uma prática universal da Igreja.
Se o Batismo das crianças não estivesse em prática no primeiro século da
Igreja, como e por que começou como doutrina ortodoxa tão cedo e tão
generalizadamente Não somente foi uma rápida e universal disseminação,
mas a literatura sobrevivente daquele tempo não demonstra nenhuma
controvérsia a respeito desse costume.
Concordando pelo batismo das crianças, Dr. Sproul usa como argumento
final a palavra tradição com T maiúsculo. Em seu sumário, nas palavras
finais se lê:
A história da Igreja sustenta o testemunho da prática universal e não
controvertida do Batismo das crianças no segundo século.
Por que você negaria as bênçãos do Batismo para as suas crianças quando
a Bíblia não o proíbe, e é prática universalmente aceita pela Igreja
histórica e até mesmo pelos Reformadores Lutero e Calvino
Questionando os Protestantes VIII
Quem elegeu Pedro como Pastor da Igreja de Jerusalém?
Pedro não foi eleito. Pedro, bem como os outros Apóstolos, foram
indicados para o oficio diretamente por Jesus. Nas Igrejas Evangélicas
os pastores são, na maioria dos casos, eleitos pelo voto da congregação.
Qual é a evidência bíblica para se eleger pastores Não há nenhuma. A
Igreja de Jerusalém nomeou diáconos, mas não há nenhuma evidência nas
Escrituras para eleger pastores. Depois que os diáconos foram nomeados,
foram ainda ordenados pelos apóstolos. Os apóstolos ordenaram sete
diáconos através de preces e imposição das mãos sobre eles.
Durante suas viagens, Paulo ordenou Tito e Timóteo. Paulo deu a Tito e a
Timóteo a autoridade de ordenar anciãos:
Eu te deixei em Creta para acabares de organizar tudo e estabeleceres
anciãos em cada cidade, de acordo com as normas que te tracei. (Tt 1,5)
A ninguém imponhas as mãos inconsideradamente, para que não venhas a
tornar-te cúmplice dos pecados alheios. (1Tim 5,22).
A ordenação dos anciãos e diáconos está implicitamente indicada.
O Novo Testamento não nos fala em nenhum momento da congregação elegendo
seus anciãos/pastores. Em vez disto, os anciãos eram indicados pelos
apóstolos ou por aqueles que receberam a autoridade dos apóstolos. Esta
forma de governo da Igreja é chamada governo episcopal. Somente após a
Reforma houve Igrejas que utilizaram governos presbiterais ou
congregacionais.
Por que você obedece a uma igreja que tem governo presbiteral ou
congregacional já que a Bíblia ensina a forma de governo episcopal.
Questionando os Protestantes IX
A Doutrina Importa?
Sim, a doutrina importa. Alguns têm dito que a doutrina não importa
desde que se peça a Jesus em seu coração. Contudo esta afirmação não
concorda com a Bíblia. Em Sua oração no Jardim das Oliveiras (Jo 17),
Jesus rezou para que todos fossem um. Isto quer dizer: em proposta, amor
e doutrina. Na carta de São Paulo aos Gálatas, ele escreve:
Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem,
idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição ,
discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas
semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as
praticarem não herdarão o Reino de Deus? (Gal 5,19-21).
A palavra partidos é traduzida aqui e ali como heresias, que é a
transliteração da palavra grega latente. Paulo iguala heresia e
dissensão com idolatria e imoralidade. Diz que heréticos não herdarão o
Reino de Deus, tanto quanto uma pessoa idólatra ou sexualmente imoral.
Paulo usa palavras muito fortes. A Timóteo, Paulo escreveu:
Quem ensina de outra forma e discorda das salutares palavras de nosso
Senhor Jesus Cristo, bem como da doutrina conforme à piedade, é um
obcecado pelo orgulho, um ignorante (e não entende nada). (1Tim 6,3-4).
Para citar Lutero, nada é senão algo mesquinho. Paulo fala acerca de
não compreender senão algo mesquinho. Paulo diz que eles não entendem
nada nada sobre Cristo. Há mais de 20.000 denominações protestantes.
Por que o que umas ensinam como verdade, outras ensinam como erro
Sua igreja vem ensinando a mesma doutrina há 2.000 anos Ou é uma
divisão de uma divisão, de uma divisão ad nauseam, que ensina sua
própria interpretação que não tem fundamento na Cristandade histórica
Como um apêndice: onde a Bíblia diz que nós devemos pedir a Jesus dentro
de nosso coração?
Questionando os Protestantes X
A Bíblia ensina: Uma vez salvo, sempre salvo?
Não. Não ensina. No Antigo Testamento, o profeta Ezequiel escreveu:
Se, no entanto, o mau renuncia a todos os seus erros para praticar as
minhas leis e seguir a justiça e a equidade, então ele viverá decerto, e
não há de perecer. Não lhe será tomada em conta qualquer das faltas
cometidas; ele há de viver por causa da justiça que praticou. Terei eu
prazer com a morte do malvado o oráculo do Senhor Javé. Não desejo
eu, antes, que ele mude de proceder e viva E, se um justo abandonar a
sua justiça, se praticar o mal e imitar todas as abominações cometidas
pelo malvado, viverá ele Não será tido em conta qualquer dos atos bons
que houver praticado. É em razão de sua infidelidade da qual se tornou
culpado e dos pecados que tiver cometido que deverá morrer (Ez
18,21-24).
O ensinamento de Ezequiel é de que o se os maus se arrependem, serão
salvos, e se os justos cometem o mal, serão destruídos. João Batista
falou:
Fazei, pois, uma conversão realmente frutuosa e não comeceis a dizer:
Temos Abraão por pai. Pois vos digo: Deus tem poder para destas pedras
suscitar filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores. E
toda árvore que não der fruto bom será cortada e lançada ao fogo (Lc
3,8-9).
A exortação de João é para produzir frutos conforme o arrependimento.
João não disse às pessoas para que viessem ser batizadas por ele e que
estariam salvas para sempre. Não, falou-lhes para produzir o fruto das
boas obras. Jesus disse:
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que
não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para
que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho
anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode
dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós :
não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim? (Jo 15,1-4).
Jesus disse que os ramos que estão nEle serão cortados se não
produzirem frutos. Alguns pensam que esses ramos não estão realmente em
Cristo, mas Jesus especificamente disse que eles estão. São Paulo disse
coisa similar em sua carta aos Romanos:
Sem dúvida! É pela incredulidade que foram cortados, ao passo que tu é
pela fé que estás firme. Não te ensoberbeças, antes teme. Se Deus não
poupou os ramos naturais, bem poderá não poupar a ti (Rm 11,20-21).
Paulo faz eco às palavras e sentimentos de Jesus. O escritor aos Hebreus
diz também:
Depois de termos recebido e conhecido a verdade, se a abandonarmos
voluntariamente, já não haverá sacrifício para expiar este pecado. Só
teremos que esperar um juízo tremendo e o fogo ardente que há de devorar
os rebeldes. Se alguém transgredir a Lei de Moisés e isto provado com
duas ou três testemunhas, deverá ser morto sem misericórdia. Quanto pior
castigo julgais que merece quem calcar aos pés o Filho de Deus, profanar
o sangue da aliança, em que foi santificado, e ultrajar o Espírito
Santo, autor da graça! (Hb 10,27-29).
São Pedro escreveu:
Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a
virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a
paciência, à paciência, a piedade, à piedade o amor fraterno, e ao amor
fraterno a caridade. Se estas virtudes se acharem em vós abundantemente,
elas não vos deixarão inativos nem infrutuosos no conhecimento de nosso
Senhor Jesus Cristo. Porque quem não tiver estas coisas é míope, cego :
esqueceu-se da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos,
cuidai cada vez mais em assegurar a vossa vocação e eleição. Procedendo
deste modo, não tropeçareis jamais. Assim vos será aberta largamente a
entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. (2Pd
1,5-11).
São João escreveu:
Que permaneça em vós o que tendes ouvido desde o princípio. Se
permanecer em vós o que ouvistes desde o princípio, permanecereis também
vós no Filho e no Pai. Eis a promessa que ele nos fez: a vida eterna
(1Jo 2,24-25).
Sua igreja ensina que uma vez salvo, sempre salvo Qual é o perigo que
você corre se essa afirmação estiver errada?
Por que os protestantes não lêem as obras de Lutero?
Nos debates entre católicos e protestantes, nós, católicos, notamos que
nossos opositores são bastante exigentes em relação ao detalhamento das
doutrinas da Igreja. Geralmente submetem-nos a diversas perguntas, sejam
elas bem ou mal formuladas. O apologista católico, então, deve estar
preparado, estudar a doutrina de sua Igreja, ler as obras dos padres
apologistas, e responder a esses fundamentalistas satisfatoriamente
(infelizmente, eles não se satisfazem com respostas). Mas, será que os
protestantes buscam nos seus pais a resposta para nossas questões
Vocês, leitores, já perceberam que os protestantes geralmente buscam
suas fontes a partir de grandes teólogos do passado e do presente, mesmo
de Calvino, no caso dos calvinistas, e vários outros teólogos modernos
Entretanto, geralmente falta um personagem, o personagem principal, no
âmbito reformado: Martinho Lutero.
Já é ampla a nossa cobertura da revolta protestante do século 16, mas
muito ainda falta ser dito. Os protestantes costumam colocar Lutero como
um príncipe, um homem iluminado, que trouxe à luz a Igreja que jazia nas
trevas da corrupção. Em todos os meios protestantes, Lutero foi um
homem que, ao ler um livro proibido, a Bíblia, descobriu em suas
letras simples a doutrina até então obscura de Cristo: a salvação
somente pela fé. Desde então Lutero é uma figura ímpar na história do
protestantismo. Inclusive alguns teólogos católicos reconhecem em Lutero
valores dignos dos grandes doutores da Igreja.
Porém, seus escritos praticamente desapareceram da estante dos
protestantes modernos (ou pelo menos, de suas obras). O que vemos hoje é
que os protestantes fundamentalistas se baseiam mais em sua própria
opinião errada das Escrituras do que num fundamento ao menos mais
criterioso. Entretanto, será que é válida a fundamentação da teologia
protestante na herança dos estudos de Lutero.
Quantos protestantes, mesmo pastores, já leram obras de Lutero.
Dificilmente um católico que não seja estudioso do assunto leria. Mas
espera-se que os protestantes tenham uma certa noção dos escritos dos
seus pais. Nós católicos buscamos ler e entender o que pensavam e
ensinavam os pais da Igreja: Inácio, Clemente, Leão, Tertuliano,
Gregório, Agostinho, Vicente, Aquino. Entre milhares de outros. É uma
vasta literatura, mas todo católico que esteja interessado nas suas
doutrinas busca conhecer a sua patrologia.
Lutero deixou uma obra extensa, da qual em português creio não existir
nem metade. Suponho, também, que nem metade dos protestantes já leu as
obras dele. O que será que encontrariam? Talvez não gostem muito do que
encontrarão, caso se aventurem. Na realidade, apesar de ser um estudioso
da Bíblia, ter causado uma revolução no seio da Igreja, muitas vezes
Lutero foi um blasfemo. Ao menos, pelos seus escritos, é o que nos
parece.
Muitos protestantes questionam os católicos acerca do que falaram os
seus teólogos do passado. Muitos dizem que Papas pecaram, disseram isso
ou aquilo. Tudo isso, para eles, é prova de que a Igreja Católica não é
a Igreja fundada por Jesus, nosso Senhor. Que o Espírito Santo não pode
conduzir uma Igreja que ensina a venda do perdão, por exemplo. Outros
alegam que a Igreja não podia ter transferido a um homem o poder que
somente Deus contém. Entre várias outras alegações, os erros do passado
são, para os protestantes, prova mais que suficiente de que a Igreja é
demoníaca.
No nosso país, é comum o uso de ditados populares. Um deles, que
podemos até aplicar aqui, é Cuidado! O peixe morre pela boca.
Muito do que Lutero escreveu, em confronto com o Papa e a autoridade da
Igreja, é defendida até o fim pelos seus idealistas. Mas será que
defenderiam com a mesma vontade o Lutero que vamos apresentar aqui
Talvez fiquem surpresos, digam que ele não quis dizer o que está
aparentado, que existem outros escritos dele que dizem o contrário. Ora,
pelo que vamos ler, parece que não há como entender outro contexto, o
que faz com que entendamos exatamente o que Lutero quis dizer quando da
redação das obras. E se existem outros escritos dele que dizem o
contrário, isto não é um fator de alívio, mas de complicação.
Mas, de qualquer forma, o leitor julgue as palavras de Lutero?ditas pelo
próprio reformador.
Seja um pecador
Se és um pregador da graça, então pregue uma graça verdadeira, e não uma
falsa; se a graça existe, então deves cometer um pecado real, não
fictício. Deus não salva falsos pecadores. Seja um pecador e peque
fortemente, mas creia e se alegre em Cristo mais fortemente ainda. Se
estamos aqui (neste mundo) devemos pecar. Pecado algum nos separará do
Cordeiro, mesmo praticando fornicação e assassinatos milhares de vezes
ao dia. (American Edition, Luthers Works, vol. 48, pp. 281-82, editado
por H. Lehmann, Fortress, 1963. The Wittenberg Project; The Wartburg
Segment, translated by Erika Flores, de Dr. Martin Luthers Saemmtliche
Schriften, Carta a Melanchthon, 1 de agosto de 1521. )
Lutero está claramente dizendo que os nossos pecados, mesmo o pecado
mais intenso imaginável, não importa. Diz que podemos cometer os pecados
de forma convicta, que mesmo assim não nos separaremos de Deus. Imagine
um católico dizendo tal coisa a um protestante, em um debate sobre o
pecado, qual seria a resposta do protestante (não responda, caro
leitor, apenas abra sua Bíblia e leia o que ela diz sobre o pecado ? Mt
25,32; Mt 13,30; Mt 3,10; Hb 10,26-29).
Fazer o bem é mais perigoso que o mal
Estas almas piedosas que fazem o bem para chegar ao céu não somente não
o alcançarão, como serão arranjados entre os ímpios; e importa mais em
impedi-los de fazerem boas obras que pecados. (Wittenberg, VI, 160,
citado por OHare, in The Facts About Luther, TAN Books, 1987, p.
122).
Sim, é isso que você leu. Deve-se evitar praticar boas obras, não
pecados. Acaso foi isso que Jesus ensinou? Pense em Cristo exortando a
pecadora, em vias de ser apedrejada, e, ao segurá-la pela mão, dizer:
vá, e não pratique mais boas obras. Na verdade, o que Lutero quer
dizer é não se preocupe com os pecados, Jesus os encobrirá. Preocupe-se
com suas boas obras, isto lhe condenará. As Escrituras dizem que
seremos julgados pela forma como vivemos a nossa fé. Paulo diz
claramente, em Rm 2,5-11, que o justo julgamento de Deus será de acordo
com nossas ações. De acordo com 2Cor 5,10, receberemos a recompensa de
Deus de acordo com nossos atos, bons ou ruins. Segundo Lutero, seremos
recompensados por não fazer boas obras, enquanto que nossos pecados não
influirão no julgamento de Deus.
Você pode perguntar: mas não são os protestantes que acreditam somente
na Bíblia Bem, responderíamos, somente quando lhes convém
Não há livre arbítrio
Em relação a Deus, e a tudo que importa na salvação e condenação, o
homem não possui livre-arbítrio, é um cativo, um prisioneiro, um
escravo, seja da vontade de Deus, seja da vontade de Satanás. (Bondage
of the Will, Martin Luther: SelectionsFrom His Writings, ed. by
Dillenberger,Anchor Books, 1962 p. 190).
Tudo que fazemos é por necessidade, não por livre-arbítrio, pois o
livre-arbítrio não existe? (Ibid, p. 188)
O homem é como um cavalo. Deus o está montando Um cavalo é obediente e
aceita as vontades de seu dono, e vai onde quer que ele queira. Acaso
Deus soltou as rédeas Então Satanás sobe em seu dorso, e o submete aos
seus caprichos. Portanto, a necessidade, e não o livre-arbítrio, é o
princípio controlador de nossa conduta. Deus é o autor do que é mal como
do que é bom, e, da forma como concede a felicidade àqueles que não a
merecem, assim também condena a outros que não desejaram seu destino.
(De Servo Arbitrio, 7, 113 seq., citado por OHare, in The Facts
About Luther, TAN Books, 1987, pp. 266-267.)
A Bíblia discorda de Lutero. Lemos em Eclesiástico 15,11-20: Não digas:
É por causa de Deus que ela me falta. Pois cabe a ti não fazer o que ele
abomina. Não digas: Foi ele que me transviou, pois que Deus não
necessita dos pecadores. O Senhor detesta todo o erro e toda a
abominação; aqueles que o temem não amam essas coisas. No princípio Deus
criou o homem, e o entregou ao seu próprio juízo; deu-lhe ainda os
mandamentos e os preceitos. Se quiseres guardar os mandamentos, e
praticar sempre fielmente o que é agradável (a Deus), eles te guardarão.
Ele pôs diante de ti a água e o fogo: estende a mão para aquilo que
desejares. A vida e a morte, o bem e o mal estão diante do homem; o que
ele escolher, isso lhe será dado, porque é grande a sabedoria de Deus.
Forte e poderoso, ele vê sem cessar todos os homens. Os olhos do Senhor
estão sobre os que o temem, e ele conhece todo o comportamento dos
homens.
Os protestantes, claro, replicarão dizendo que Eclesiástico não é um
livro canônico. Apesar de estarem errados, e Eclesiástico ser sim um
livro canônico (leia os porquês em vários artigos de nossos site),
podemos citar livros que eles apreciam como Escritura Sagrada: Dt
30,19-20: Tomo hoje por testemunhas o céu e a terra contra vós: ponho
diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a
vida, para que vivas com a tua posteridade, amando o Senhor, teu Deus,
obedecendo à sua voz e permanecendo unido a ele. Porque é esta a tua
vida e a longevidade dos teus dias na terra que o Senhor jurou dar a
Abraão, Isaac e Jacó, teus pais. Vemos que o homem, além de ser livre
para escolher, ele é obrigado a fazer tal escolha. Em Gn 4,7 lemos: Se
praticares o bem,, sem dúvida alguma poderás reabilitar-te. Mas se
precederes mal, o pecado estará à tua porta, espreitando-te; mas, tu
deverás dominá-lo.
Em Jo 15,15: Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz
seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto
ouvi de meu Pai?. Não nos parece que João concorda com Lutero a respeito
da natureza eqüina dos homens, nem de seu jóquei.
Lutero disse que Deus é o responsável pelo bem e pelo mal. Porém Paulo
também discorda dele, pois escreveu: Pois, se nós, que aspiramos à
justificação em Cristo, retornamos, todavia, ao pecado, seria porventura
Cristo ministro do pecado? Por certo que não! Por certo que Lutero
está errado.
Os cristãos não estão sujeitos a autoridade alguma
Todo cristão é pela fé tão exaltado sobre todas as coisas que, por meio
de um poder espiritual, é senhor de todas as coisas, sem exceções, que
nada lhe causará mal. De fato, todas as coisas foram feitas sujeitas a
ele e são orientadas a servi-lo na sua salvação. (Freedom of a
Christian, Martin Luther. Selections from His Writings, ed. por
Dillenberger, Anchor Books, 1962 p. 63.)
Injustiça é feita quando as palavras ?sacerdote, clérico, espiritual,
eclesiástico são transferidas de todos os cristãos para aqueles poucos
que são chamados por costume mesquinho de esclesiásticos (Ibid., p.
65)
Segundo Lutero, não há necessidade de sacerdotes, e da hierarquia. Todo
cristão tem uma relação livre com Deus. Isto parece algo muito bom, e
realmente nós podemos ter uma relação direta com Deus. Entretanto não
podemos excluir o papel da hierarquia e dos sacerdotes. Lemos no livro
de Números, capítulo 12, que a irmã de Moisés, Mirian (Maria), disse:
Porventura é só por Moisés, diziam eles, que o Senhor fala? Não fala
ele também por nós? A Bíblia mostra que o Senhor ouviu isso e disse
Por que vos atrevestes, pois, a falar contra o meu servo Moisés e
logo depois Maria foi ferida por lepra. A Bíblia nos ensina a não
proceder contra os escolhidos por Deus: Deus me guarde de jamais
cometer este crime, estendendo a mão contra o ungido do Senhor, meu
senhor, pois ele é consagrado ao Senhor! (1Sam 24,7). Pela intercessão
de Moisés, Mirian foi curada da lepra. Logo depois vemos Coré (Num 16)
se rebelar contra Moisés e Aarão: Basta! Toda a assembléia é santa,
todos o são, e o Senhor está no meio deles. Por que vos colocais acima
da assembléia do Senhor. A Bíblia mostra que, por causa desta revolta,
Saiu um fogo de junto do Senhor e devorou os duzentos e cinqüenta
homens que ofereciam o incenso. Isto pode ser a semelhança do que
espera aqueles que se rebelam contra os desígnios de Deus: Voltar-se-á
em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá:  Retirai-vos de mim,
malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.
(Mt 25,41).
Os camponeses mereceram seu destino
Assim como as mulas não se movem até que seu dono lhe puxe as cordas,
assim o poder civil deve conduzir as pessoas comuns, açoitá-los,
enforcá-los, queimá-los, torturá-los e decapitá-los, para que aprendam a
temer o poder estabelecido (El. ed. 15, 276, citado by O?Hare, em The
Facts About Luther, TAN Books,1987, p. 235).
O camponês é um porco, e quando um porco é abatido, ele está morto, e da
mesma forma os camponeses não pensam sobre a vida futura, pois do
contrário se comportariam de outra maneira. (Schlaginhaufen,
Aufzeichnungen p. 118, citado ibid., p. 241).
Trata-se do episódio da guerra dos camponeses de 1525. O próprio Lutero
recomendava aos príncipes: impeça-os da forma que puderem, como se
matam cachorros loucos (Ibid., p. 235). Erasmo de Roterdã,
contemporâneo de Lutero, relatou que mais de cem mil camponeses perderam
suas vidas (Ibid., p. 237).
Provavelmente você, leitor católico, já foi defrontado por protestantes
com o argumento de que a Igreja matou milhões de pessoas na
inquisição, entre outras acusações (mal informadas, no caso das
inquisições). Porém, como estamos mostrando neste artigo, poucos são os
que conhecem que Lutero, Calvino e Elisabeth promoveram massacres contra
católicos ou não-católicos. Muitos, na verdade, não sabem nem mesmo que
Calvino mandou queimar Miguel de Serveto, ou porque Thomas Moore foi
decapitado, na Inglaterra
Poligamia
Confesso não poder evitar que uma pessoa despose muitas mulheres, pois
tal não contradiz as Escrituras. Caso um homem escolha mais de uma
mulher, deve procurar saber se está satisfeito com sua consciência de
que o fará em acordo com o que diz a Palavra de Deus. Neste caso, a
autoridade civil nada tem a fazer. (De Wette II, 459, ibid., pp.
329-330)
Somente pela Escritura Lutero não pôde descartar a poligamia. Talvez ser
bígamo, ter várias mulheres ao mesmo tempo, sem ser fiel a nenhuma
delas, não influencie na conduta cristã de buscar na Bíblia somente o
que diz respeito à salvação.
A Bíblia poderia melhorar
A história de Jonas é tão monstruosa que é absolutamente inacreditável
(The Facts About Luther, OHare, TAN Books, 1987, p. 202)
Eu jogaria o livro de Esther no Elbe. Sou de tal forma inimigo deste
livro que preferiria que não existisse, pois é judaizante demais e com
grande parte de idiotices pagãs. (Ibid.)
A carta de Tiago é uma carta de palha, pois não contém nada de
evangélico (Preface to the New Testament,ed. Dillenberger, p. 19.)
Se algo sem sentido foi falado, este é o lugar. Eu confirmo o que muitos
já haviam dito que, com muita probabilidade, esta epístola não fora
escrita pelo apóstolo, e não merece o nome do apóstolo. (Pagan
Servitude of the Church ed. Dillenberger, p. 352.).
Para mim tal livro* não possui qualquer característica cristã. Que cada
um julge este livro; eu mesmo tenho aversão, e isto é o suficiente para
rejeitá-lo (Sammtliche Werke, 63, pp. 169-170, ?The Facts About
Luther, O?Hare,TAN Books, 1987, p. 203). *NT: Trata-se do livro de
Apocalipse.
É dito que Lutero entendeu a Bíblia como se Deus falasse ao coração.
Mas é difícil de imaginar que o próprio Deus, que lhe falou ao
coração, revelasse que Tiago escreveu uma epístola sem valor. Tal
confusão é bem parecida com a inspiração pelo Espírito Santo que os
evangélicos têm hoje em dia para confirmar a veracidade de suas
interpretações bíblicas. É interessante também notar que, para os
protestantes, a Bíblia é a autoridade final, correto Porém vemos que
Lutero se coloca acima da autoridade da Bíblia, escolhendo quais livros
devem pertencer ou não a ela, e ainda com a autoridade de definir
determinado livro. Na realidade, Lutero se colocou acima da Bíblia que
afirma estar sujeito. Sem perceber, os protestantes de ontem e de hoje
fazem o mesmo.
Os protestantes, debatendo sobre os deuterocanônicos, citam passagens
que dizem que os que acrescentam qualquer coisa à Palavra de Deus serão
condenados. Demonstramos com vários artigos que, na realidade, quem
acrescentou ou retirou algo da Bíblia foram os reformadores. E o próprio
Lutero admite tal feito, com a adição da palavra somente em Rm 3,28 de
sua tradução para o alemão:
Se um papista lhe questionar sobre a palavra somente, diga-lhe isto:
papistas e excrementos são a mesma coisa. Quem não aceitar a minha
tradução, que se vá. O demônio agradecerá por esta censura sem minha
permissão. (Amic. Discussion, 1, 127,?The Facts About Luther, O?Hare,
TAN Books, 1987, p. 201)
Judeus para o inferno
Os judeus são pequenos demônios destinados ao inferno (Luther?s Works,
Pelikan, Vol. XX, pp. 2230).
Queime suas sinagogas. Negue a eles o que disse anteriormente. Force-os
a trabalhar e trate-os com toda sorte de severidade são inúteis, devemos
tratá-los como cachorros loucos, para não sermos parceiros em suas
blasfêmias e vícios, e para que não recebamos a ira de Deus sobre nós.
Eu estou fazendo a minha parte. (?About the Jews and Their Lies,? citado
em O?Hare, in The Facts About Luther, TAN Books, 1987, p. 290)
Mesmo se os judeus fossem inimigos, Lutero deveria amá-los, e não
tratá-los como cachorros loucos, muito menos recomendar tal tratamento.
Os cristãos devem reconhecer nos judeus o povo chamado por Deus e
portador de sua revelação, e que possuem um papel na história da
salvação. De fato, o chamado descobridor da doutrina de Deus encoberta
pelos católicos, não parece ser familiar com a doutrina cristã que
alegam ter resgatado.
Cristo pecador
Cristo Adúltero. Cristo cometeu adultério pela primeira vez com a mulher
da fonte [do poço de Jacó] de que nos fala São João. Não se murmurava em
torno dele: Que fez, então, com ela? Depois, com Madalena, depois, com
a mulher adúltera, que ele absolveu tão levianamente. Assim, Cristo, tão
piedoso, também teve que fornicar, antes de morrer. (Lutero,
Tischredden, Table Talk, Weimar, Vol. II, p. 107, apud Franz Funck
Brentano, Martinho Lutero, Ed Vecchi Rio de Janeiro 1956, p. 15).
Creio que não se pode comentar tais palavras, assegurando que vieram do
nome daquele que cultuam hoje como a estrela que brilhou no meio à
escuridão da idade média. Não há dúvida: Lutero está errado. Cristo se
assemelhou em tudo a nós, menos ao pecado. Isto é evidente pela Sagrada
Escritura e pela autoridade da Igreja, pois Cristo é Deus. Imagine,
leitor, o que aconteceria se você apresentasse este fragmento a um
protestante, esperasse este identificar quem o disse, e depois revelar
que foi dita por nada menos que Martinho Lutero
Infelizmente, os protestantes se recusarão a buscar as obras de Lutero e
de outros reformadores. Sua metodologia minha consciência é meu guia
lhe impede de aderir a qualquer semelhança com a doutrina de algum ser
humano, ainda mais se este ser humano ensinou o que mostramos acima. Na
realidade, os protestantes, que acham que retiram suas doutrinas da
Bíblia, na realidade copiam as conclusões de outras pessoas, como Lutero
(o que é um mal negócio), Calvino (também), ou o que pode ser ainda
pior, de suas próprias conclusões.
Talvez a única conclusão que podemos retirar destas, e de várias outras
frases, é a que o apóstolo Paulo nos incentiva: Examinai-vos a vós
mesmos, se estais na fé. Provai-vos a vós mesmos. A menos que a prova vos
seja, talvez, desfavorável (2Cor 13,10).
50 Coisas que Afastaram Lutero da Ortodoxia Católica
Por Dave Armstrong
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: http://socrates58.blogspot.com
Chris Jones me encaminhou esta pergunta: Por que o dr. Lutero foi
excomungado? De que modo ele era heterodoxo Sumarizo? abaixo como ele
era visto como heterodoxo em 1520, segundo os padrões católicos
virtualmente aceitos ou inquestionáveis. Observo que o objetivo aqui não
é discutir se tais ensinamentos católicos são certos ou errados, mas
apenas se conforme esses ensinamentos Lutero seria tido por heterodoxo
ou herege (isto é, se a Igreja tinha pelo menos uma autoconsistência
ao decidir por excomungá-lo ou se agiu arbitrariamente contra a verdade
ou contra as afirmações de Lutero, tidas  neste último caso falsamente
  como heresia).
Pois bem. É absolutamente notório que Lutero era herege e que a Igreja
não tinha a obrigação de debater com ele na Dieta de Worms em 1521. E
sendo óbvio que ele pregava heresias, era igualmente óbvio que a Igreja
deveria exigir a sua retratação, para que renunciasse e cessasse de agir
assim. Ele se recusou a fazê-lo, pois achava que sabia mais que a
própria Igreja (como de fato afirmou diversas vezes). Certamente, nenhum
protestante agiria diferentemente, quer naquele tempo quer agora, tendo
em vista as dezenas de rejeições que estabeleceu frente aos seus dogmas
particulares. Listo aqui as crenças de Lutero contrárias à Igreja (sem
examinar pontos mais detalhados de soteriologia):
1. Separação entre justificação e santificação.
2. Noção imputada, extrínsica e forense de justificação.
3. Fé fiduciária.
4. Julgamento particular contrário à infalibilidade da Igreja.
5. Rejeição de sete livros da Bíblia.
6. Negação do pecado venial.
7. Negação do mérito.
8. Afirmação de que o réprobo deveria ficar feliz por ter sido condenado
e aceitar a vontade de Deus.
9. Afirmação de que Jesus ofereceu-se à condenação e possivelmente ao
fogo do inferno.
10. Afirmação de nenhuma boa obra pode ser feita, exceto por um homem
justificado.
11. Todos os homens batizados são sacerdotes (=negação do sacramento da
ordenação).
12. Todos os homens batizados podem conceder a absolvição.
13. Os bispos não possuem realmente esse múnus; Deus não os instituiu.
14. Os papas não possuem esse múnus; Deus não os instituiu.
15. Os sacerdotes não têm qualquer caráter especial ou indelével.
16. As autoridades temporais gozam de poder sobre a Igreja, até mesmo
sobre bispos e papas; a afirmação contrária é mera invenção presunçosa.
17. Os votos de celibato são um erro e deveriam ser abolidos.
18. Negação da infalibilidade do papa.
19. Crença de que sacerdotes e papas injustos perdem a sua autoridade
(contrário ao ensino de Santo Agostinho em disputa com os Donatistas).
20. As chaves do Reino não foram conferidas apenas a Pedro.
21. Cada pessoa pode julgar particularmente para determinar os artigos
de fé.
22. Negação de que o papa tem o direito de convocar ou confirmar um
Concílio.
23. Negação de que a Igreja tem o direito de exigir o celibato de
certas vocações.
24. Não existe a vocação de monge; Deus não o instituiu.
25. Os dias festivos deveriam ser abolidos e todas as celebrações da
Igreja deveriam se restringir aos domingos.
26. Os jejuns deveriam ser estritamente opcionais.
27. A canonização de santos é rigorosamente corrupta e não deve
continuar.
28. A Confirmação não é um sacramento.
29. As indulgências deveriam ser abolidas.
30. As dispensas deveriam ser abolidas.
31. A Filosofia (Aristóteles principalmente) é repugnante, com
influência negativa sobre o Cristianismo.
32. A transubstanciação é uma idéia monstruosa.
33. A Igreja não pode instituir sacramentos.
34. Negação da maldita crença de que a missa é uma boa obra.
35. Negação da maldita crença de que a missa é verdadeiro sacrifício.
36. Negação da noção sacramental de ex opere operato.
27. Negação de que a Penitência é um sacramento.
38. Afirmação de que a Igreja Católica aboliu completamente até mesmo
a prática da penitência.
39. Afirmação de que a Igreja aboliu a fé como um aspecto da penitência.
40. Negação da sucessão apostólica.
41. Qualquer leigo poderia convocar um Concílio Geral (Ecumênico).
42. As obras penitenciais são inúteis.
43. Nada daquilo que os católicos crêem ser os sete sacramentos tem
prova bíblica.
44. O Matrimônio não é um sacramento.
45. Nulidades [matrimoniais] são um conceito sem sentido e a Igreja não
tem o direito de determinar ou afirmar nulidades.
46. Há uma questão em aberto: se o divórcio é permitido ou não.
47. Pessoas divorciadas podem voltar a se casar.
48. Jesus permitiu o divórcio quando um dos cônjuges cometeu adultério.
49. O ofício diário do sacerdote é vã repetição.
50. A extrema-unção não é um sacramento (logo, só existem dois
sacramentos: o Batismo e a Eucaristia).
Como se vê por esse 50 pontos, Lutero era herege, heterodoxo, cismático
ou acreditava em coisas que eram claramente contrárias aos ensinamentos
ou práticas da Igreja Católica, até e inclusive em pontos
verdadeiramente radicais (às vezes era também socialmente radical). Não
estaria então justificada sua excomunhão dos meios católicos? Ou deveria
a Igreja dizer: É verdade, Lutero, você sabe; você está certo nesses 50
pontos. Você sabe mais que a Igreja inteira, que toda a história da
Igreja e que toda a sabedoria dos santos do passado que acreditavam
nessas coisas. Portanto, vamos aderir à sua sabedoria celestial e
alterar todas estas 50 crenças ou práticas, para que possamos caminhar
na direção correta. Muito obrigado! Seremos sempre gratos a você por nos
ter informado sobre todos esses erros.
Isto não soa ridículo? A Igreja teria que mudar 50 aspectos em suas
doutrinas porque uma pessoa PARTICULARMENTE ACHOU que recebeu algum tipo
de oráculo de Deus ou falso profeta. Homem de Deus daquele tempo. Vamos
então supor que seja auto-evidente que Lutero era um bom e obediente
católico, que queria reformar a Igreja, sem destruí-la ou abandoná-la,
para criar uma nova seita. Ele seria ingênuo ou bobo o suficiente para
acreditar que ele mesmo, objetivamente falando, não estava então
oferecendo um programa radical, uma verdadeira revolução Isso é claro e
patente para qualquer um, mesmo antes de 1520. O que ele oferecia não
era uma reforma e a denominada. Reforma Protestante não é o que diz
ser, quando considerada como um todo. É uma Revolta ou uma Revolução. Já
demonstrei o porquê disso em outros artigos.
Nenhuma pessoa em sã consciência que tenha lido qualquer um dos três
tratados radicais de 1520 de Lutero duvidaria que ele já não era um
católico ortodoxo. Ele não se tornou relutante apenas porque foi expulso
da Igreja por homens que não queriam ouvir a razão e a Escritura
manifesta (como o mito e propaganda perpétua protestante costuma
argumentar), mas porque ele escolheu aceitar as doutrinas heréticas que
ele mesmo criou, fugindo ao padrão da ortodoxia católica, e tornando-se
um radical, tentando ainda espalhar os seus erros (de forma passional e
franca) pelo mundo afora mediante panfletos difamatórios, zombeteiros e
propagandísticos e até mesmo empregando gravuras indecorosas quando
necessário.
Vemos, assim, que a Igreja foi totalmente sensível, razoável, dentro de
seus direitos, lógica, autoconsistente e não hipócrita ou arbitrária ao
simplesmente exigir de Lutero sua retratação na Dieta de Worms em 1521 e
ao recusar-se em debater com ele (até porque já tinha feito isso outras
vezes, anteriormente), porque se assim o fizesse estaria aceitando a
ridícula presunção de Lutero de que estava em uma posição de disputa e
debate unilateral face a doutrina e sabedoria teológica acumuladas pela
Igreja ao longo de seus 1500 anos.
http://blog.bibliacatolica.com.br/protestantismo

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...