quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo

o segredo do rosario

Algumas observações retiradas do livro: 
O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, editora Artpress



Origem do Carmelo

Segundo a tradição os carmelitas tiveram sua origem nos profetas Elias e Eliseu e seus seguidores, foram continuados depois pelos filhos dos profetas - instituição surgida na época do profeta Samuel e mais tarde pelos essênios. Já na era cristã, pelos ermitães que povoavam o Monte Carmelo (+ ou – no ano 83).

Uma capela foi construída em honra a Nossa Senhora no Monte Carmelo por esses ermitães. Em 1185 um monge grego chamado João Focas foi visitar o monte Carmelo e lá encontrou com São Bertoldo com mais cerca de dez eremitas que com ele viviam junto à gruta do Profeta Elias, ao morrer São Bertoldo (1208), Brocardo, passou a dirigir o grupo pedindo ao patriarca de Jerusalém, Santo Alberto de Vercelli (1214), que compusesse uma regra para a Ordem.

Em meados do século XIII por causa dos ataques mulçumanos, os eremitas tiveram que abandonar várias vezes o Monte Carmelo, até que em 1291, enquanto cantavam a Salve Regina, foram martirizados e seu convento queimado. Mas a ordem subsistiu, pois muitos dos monges eram europeus e havia fundações em vários locais da Europa, Espanha, Inglaterra, etc.

Origem do Escapulário 

Latim: scapulae = ombros
No século VI com São Bento o Escapulário era constituído por uma faixa em forma de cruz posta sobre o peito e costas para auxiliar o ajuste do hábito nos afazeres.

Um século mais tarde, mudou de significado, tornou-se uma espécie de capuz alongado que protegia a testa e os ombros da chuva, frio e neve.

Em 821 essa peça já descia até os joelhos, depois descendo até os pés (1200). A imposição nas formas de profissão monástica se deu gradualmente sendo hoje parte integrante de quase todos os hábitos religiosos.

Ordem Terceiras e Oblatos – Com o tempo as ordens masculinas foram se desdobrando surgindo os ramos femininos (Ordem Segunda) e de leigos (Terceira ou Oblatos), esses “irmãos” recebiam um hábito mais simples, que usavam continuamente ou, nos domingos e festas. No início não se encontra menção do Escapulário no hábito dos Oblatos beneditinos nem é mencionado na regra da Ordem Terceira de São Francisco 1221, porém com o tempo tornou-se usual portar sob as vestes, um Escapulário de tamanho considerável, do mesmo tecido que o das Ordens Primeiras.

Confrarias

Para muitos leigos que por motivos diversos não poderiam ingressar nas Ordens Terceiras foram fundadas as confrarias, os confrades participavam dos bens espirituais das Ordens aquém estavam ligados, mas não tinham votos. A confraria de Nossa Senhora do Carmo é a mais antiga (1280).

Para essas confrarias surgiu então uma miniatura do Escapulário dos religiosos, seus confrades deveriam portá-lo continuamente. Finalmente várias Ordens religiosas receberam da Igreja a faculdade de benzer pequenos Escapulários e impô-los aos fiéis, independente de estarem os fiéis ligados ou não ligados a confrarias.



São Simão Stock (1165 a 1265)

- Nascido na Inglaterra, sua mãe o consagrou antes de nascer à Santíssima Virgem.

- Negava-se a mamar se a mãe antes não rezasse uma Ave-Maria.

- Aprendeu a rezar com pouquíssima idade e começou pelo Pequeno Ofício da Santíssima Virgem e o Saltério.

- Aos 7 anos iniciou seus estudos das Belas Artes no colégio de Oxford, foi nessa época que também consagrou sua virgindade à Santíssima Virgem.

- Aos 12 anos abandonou a família e foi viver em uma gruta em uma floresta isolada, tinha uma cruz, uma imagem de Nossa Senhora, bebia água da chuva e comia ervas e raízes. De vez em quando um cão misterioso levava um pedaço de pão para ele, assim viveu por 20 anos.

- Nossa Senhora revela a ele seu desejo de sua união com os monges que viviam no Monte Carmelo, na Palestina (Inglaterra) , estudou teologia e recebeu assim as sagradas ordens.

- Recebeu o hábito no ano de 1213 e 13 anos depois foi nomeado Vigário Geral de todas as províncias européias.

- Na manhã do dia 16/07/1251, suplicava a Mãe do Carmelo Sua proteção, pelos ataques que o Carmelo estava passando e como ele mesmo narrou ao seu secretário e confessor Padre Pedro “a Virgem me apareceu em grande cortejo, e, tendo na mão o hábito da Ordem, disse-me: Recebe, diletíssimo filho, este scapulárioE de tua ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno”.

- Essa graça foi difundida rapidamente pelos lugares onde os carmelitas estavam estabelecidos e foi autenticada por muitos milagres.

- A ordem do Carmo se multiplicou sob a direção do santo, poucos anos depois de sua morte, no fim do século XIII, a ordem contato com 7.500 mosteiros e solidões e também com 120 mil religiosos.

- Morrendo com 100 anos no dia 16 de maio de 1265, de seu sepulcro saíram raios de luz durante 15 dias depois de sepultado, o que levou o bispo mandar abrir o túmulo, e o corpo do santo emitia raios de luz e exalando delicada fragrância.

Graças dadas por Nossa Senhora a quem traz devotamente o Escapulário

1- Grande Promessa;

2- Privilégio Sabatino;

3- Participação de todas as boas obras que se praticam em toda a Ordem do Carmo.

1 – Aquele que morrer piedosamente, não padecerá das penas do inferno, receberá à hora da morte a graça da perseverança final (estado de justiça); ou então a graça de conversão e perseverança final.

2 – No século XIII Nossa Senhora apareceu ao Papa João XXII, prometeu especial assistência aos que trouxessem o Escapulário do Carmo, dizendo que os livrariam do Purgatório no primeiro sábado após a sua morte.

3 – Tudo o que cai sob o comum denominador de “boas obras” – como virtudes, satisfações, imolações, frutos das missões, prática dos votos, austeridades da vida do claustro, forma um acervo comum que se reparte entre todos.

Medalha-Escapulário

Em 1910, São Pio X, concede a permissão de se usar uma medalha de metal, devendo ter em uma das faces o Sagrado Coração e na outra a Santíssima Virgem, devem ser levados ao pescoço ou de outra maneira conveniente, ganhando-se com o seu uso quase todas as indulgências e privilégios concedidos aos pequenos Escapulários.

O Santo Papa o fez para atender aos apelos de missionários de zonas tórridas, em favor dos nativos, os pedaços de lã ficavam logo em condições intoleráveis, ás vezes sendo ninho de vermes pelo calor.

Para se gozar o privilégio da Medalha-Escapulário do Carmo "é de todo necessário que se receba antes a bênção e imposição do Escapulário de lã, com a fórmula prescrita e cumprindo com os demais requisitos. Se antes não se impõe o Escapulário uma vez para toda a vida, a medalha não serve, mesmo que benta por um sacerdote com faculdade para tal e com a intenção de que valha como Escapulário" (EE, p.293.)

Embora condescendendo em conceder à medalha as graças do Escapulário, São Pio X declarou muito explicitamente "seus veementes desejos de que todos os fiéis continuassem levando o Escapulário da mesma forma que antes", e que a medalha só fosse usada quando houvesse um incoveniente real em se levar o Escapulário de lã.

Observações finais:

- Para se gozar os privilégios, é necessário ter recebido devidamente o Escapulário, isto é, imposto por um sacerdote com o poder para tal.

- Ao contrário do que se dá com o Escapulário de lã, no qual basta só o primeiro ser bento, cada Medalha-Escapulário que se troca precisa ser benta.

- Que o Escapulário seja como prescreve a Igreja, isto é, feito de dois pedaços de lã (e não de outro material), ligado entre si por fios, e da forma quadrangular ou retangular e nas cores marrom, café ou negro.

- Que uma de suas partes caia sobre o peito e a outra sobre as costas.

- Que se observe a castidade segundo o estado.

- Que se rezem as orações prescritas pelo sacerdote que o impôs, a prática que geralmente era imposta, era a recitação dos Sete Padre-Nossos, Ave-Marias e Glória em louvor das Sete Alegrias de Nossa Senhora mais jejuns prescritos.

- Pode ser imposto mesmo em pecadores moribundos que o aceitem, pois lhe será penhor de salvação.

- O Escapulário pode ser imposto mesmo em crianças que não chegaram ao uso da razão, pois servir-lhes-á de "defesa e salvação nos perigos".

- Quando ocorre à substituição do Escapulário, o mais correto de eliminar o antigo é, por respeito, queimá-lo, e nunca jogá-lo ao lixo como traste velho.

- O Papa Pio XI, por decreto de 8 de maio de 1925, aprovou o que conhecemos por Escapulário protegido , isto é, os dois pedaços de lã protegidos por plástico ou material qualquer.

- Para atender a um apelo do Geral dos Carmelitas Descalços, São Pio X concedeu aos soldados de todo o mundo a faculdade de impor-se (em tempo de guerra) a si próprios o Escapulário do Carmo. Para isso é necessário que o soldado tenha um Escapulário propriamente bento, e que o ponha no pescoço ou, no caso de impossibilidade, ao menos no ombro, de maneira que uma parte penda no peito e outra nas costas. E que no momento da imposição ou logo depois, reze algumas preces à Santíssima Virgem, como a Ave-Maria ou o Lembrai-Vos. Deste modo ele será membro da Confraria e terá direito a todos os seus privilégios.
(Ami du Clergé, na. 30, o.683, in Santiago Costamagna, bispo de Colônia, "Tesoro Moral Litúrgico" 6, México, Escuela Tipo-Litrografica Salesiana, 1908, 4ª edição, p.287)

Os santos e o Escapulário
Santa Teresa de Jesus – zelava para que suas religiosas dormissem com ele posto.

Santo Afonso Maria de Ligório – recomendava- o aos fiéis. Seu Escapulário permaneceu incorrupto no sepulcro, e é venerado num relicário em Marianella, sua terra natal, assim como o escapulário de São João Bosco que em 1929, ou seja, 41 anos depois da morte do santo estava em perfeito estado de conservação.
 
 
 
 

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