quarta-feira, 8 de junho de 2011

Arcebispo Conti fala ao seu clero: não promovam a Forma Extraordinária da Missa – não há demanda por ela.

fratresinunum

Eis um trecho da carta do Arcebispo Mario Conti Ad Clerum aos padres e religiosos da Arquidiocese de Glasgow (Escócia). Ela destila desprezo pela Missa Antiga e (na minha opinião, pelo menos) tenta suprimir a aplicação plena e livre do Summorum Pontificum. Aqui a passagem relevante:
Nobre simplicidade: o arcebispo Conti e seu colega magnificamente penteado (à esquerda).
Nobre simplicidade: o arcebispo Conti e seu colega magnificamente penteado (à esquerda).
Algumas pessoas argumentam que as opções abertas àqueles que retrocedem à Missa antiga dão um exemplo de como preferências pessoais podem ser satisfeitas. O Santo Padre e aqueles que o aconselham decidiram disponibilizar ainda mais a Missa antiga, a chamada Missa Tridentina, ou pré-Vaticano II, aos fiéis por motivos pastorais; isso é algo que devemos respeitar. Entretanto, mesmo com a instrução mais recente da Ecclesia Dei, não existe uma exigência ou mesmo estímulo para que qualquer um de nós promova a chamada Forma Extraordinária. Ouso sugerir que não há demanda para ela ou motivos pastorais para mudar o que se tornou a prática estabelecida da Arquidiocese, que leio como contentamento e, de fato, apreço das vantagens pastorais da Missa no vernáculo, e na forma que é menos misteriosa do que, pelo menos, alguns aspectos do que minha geração pode recordar da Missa ‘antiga’. Há, e agora falo francamente, uma diferença entre misterioso e mistério. O mistério da Missa é, para assombro do sacerdote e das pessoas, a presença de Deus na oferta sacrifical do Corpo e do Sangue da humanidade de Seu Filho, de maneira efetiva através do ministério daqueles chamados a serem sacerdotes, ministrando no altar onde os dons dos fiéis de pão e vinho são colocados. O assombro da santa permuta pode ser manifestada pela maneira como celebramos a Missa, evitando tudo que possa trivializar o sagrado, sem quaisquer gestos extravagantes, mas ao contrário, tirando vantagem do rico potencial dentro dos próprios ritos para melhorar o significado do que fazemos através da dignidade de nossas ações, o canto daquelas partes da Missa que estão marcadas para canto e vestindo vestes de nobre simplicidade.
Alguns pensamentos.
1. A dicotomia entre “mistério” das celebrações antigas e o “mistério” das celebrações reformadas é mais do que uma ficção da imaginação do Arcebispo Conti: é um truque de retórica barato que insulta muitos católicos. A conclusão é que os fiéis nas celebrações tradicionais estão sendo privados da participação espiritual plena por coisas que eles não precisam compreender. Além disso, não posso deixar de pensar que John Knox teria admirado a piada implícita no “hocus pocus” do Missal Tridentino.
2. O Arcebispo Conti equivoca-se completamente quanto ao Summorum Pontificum se ele acha que esse documento deixa o “padrão estabelecido” da Missa nova e antiga em suas mãos; ao invés disso, o padrão será determinado por aqueles contingentes de fiéis – ainda que pequeno – que pedem a Missa de acordo com o Missal do Beato João XXIII. O Arcebispo precisa atendê-los.
3. Sem dúvida, muitos católicos de Glasgow estão contentes com a Missa Nova. Mas, mesmo se não estivessem, eles pensariam duas vezes antes de expressar um desejo por uma alternativa. O comportamento de alguns de seus padres seniores em relação aos tradicionalistas é quase uma forma de bullying. Já é hora da Ecclesia Dei acordar para o desrespeito flagrante aos desejos do Papa na Escócia em geral.
4. Eu tenho pra mim que “gestos extravagantes” é uma piada sobre as rubricas da Missa antiga. Mais uma vez, uma brincadeira sem graça. Quando propriamente celebrada, os gestos da Forma Extraordinária são detalhados e complexos, mas também imensamente dignos e discretos.
5. “Vestes de nobre simplicidade”? Isso é uma referência ao estiolo Gótico Star Trek promovido em muitas igrejas de Glasgow? Incidentalmente, percebi que +Mario gosta de se enfiar em uma batina de debrum roxo completa com faixa, mozzetta e zucchetto. Nobre simplicidade, sem dúvida. Ao contrário, o Cardeal Keith O’Brien está muito mais propenso a se vestir como um simples sacerdote com cruz peitoral.
6. Presumivelmente, o Arcebispo Conti está tentando vincular o seu sucessor a uma aplicação minimalista, e provavelmente, ilegal do Summorum Pontificum. Espero que o novo Núncio Papal garanta que ele não seja capaz de fazer tal coisa.
7. A atitude pretensiosa do Arcebispo Conti em relação à Missa de Sempre é típica dos prelados “conservadores”, controladores de extravagâncias que favorecem a “reforma da reforma”.
8. +Mario se aposenta em breve sem um barrete vermelho. Essa foi a decisão do Beato João Paulo II, em uma das muitas exibições de sua sabedoria beatífica.


Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...