13 de setembro
João Crisóstomo foi um grande orador do
seu tempo. Todos os escritos dizem que multidões se juntavam ao redor do
púlpito onde estivesse discursando. Tinha o dom da oratória e muita
cultura, uma soma muito valiosa para a pregação do cristianismo.
João nasceu no ano 309, em Antioquia, na
Síria, Ásia Menor, procedente de família muito rica considerada pela
sociedade e pelo Estado. Seu pai era comandante de tropas imperiais no
Oriente, um cargo que cedo causou sua morte. Mas a sua mãe, Antusa,
piedosa e caridosa, agora santa, providenciou para o filho ser educado
pelos maiores mestres do seu tempo, tanto científicos quanto religiosos,
não prejudicando sua formação.
O menino, desde pequeno, já demonstrava a
vocação religiosa, grande inteligência e dons especias. Só não se
tornou eremita no deserto por insistência da mãe. Mas, depois que ela
morreu, já conhecido pela sabedoria, prudência e pela oratória
eloqüente, foi viver na companhia de um monge no deserto durante quatro
anos. Passou mais dois retirado numa gruta sozinho, estudando as
Sagradas Escrituras e, então, considerou-se pronto. Voltou para
Antioquia e ordenou-se sacerdote.
Sua cidade vivia a efervescência de uma
revolta contra o imperador Teodósio I. O povo quebrava estátuas do
imperador e de membros de sua família. Teodósio, em troca, agia
ferozmente contra tudo e contra todos. Membros do senado estavam presos,
famílias inteiras tinham fugido e o povo só encontrava consolo nos
discursos e pregações de João, chamado por eles de Crisóstomo, isto é,:
“boca de ouro”. Tanto que foi o incumbido de dar à população a notícia
do perdão imperial.
Alguns anos se passaram, a fama do santo
só crescia e, quando morreu o bispo de Constantinopla, João foi eleito
para sucedê-lo. Constantinopla era a grande capital do Império Romano,
que havia transferido o centro da economia e cultura do mundo de então
para a Ásia Menor. Entretanto para João era apenas um local onde o clero
estava mais preocupado com os poderes e luxos terrenos do que os
espirituais. Lá reinavam a ambição, a avareza, a política e a corrupção
moral. Como bispo, abandonou, então, os discursos e dispôs-se a
enfrentar a luta e, como conseqüência, a perseguição.
Arrumou inimigos tanto entre o clero
quanto na Corte. Todos, liderados pela imperatriz Eudóxia, conseguiram
tirar João Crisóstomo do cargo, que foi condenado ao exílio. Mas essa
expulsão da cidade provocou revolta tão intensa na população que o bispo
foi trazido de volta para reassumir seu cargo. Entretanto, dois meses
depois, foi exilado pela segunda vez. Agora, já com a saúde muito
debilitada, ele não resistiu e morreu. Era 14 de setembro de 407.
Sua honra só foi limpa quando morreu a
família imperial e voltou a paz entre o clero na Igreja. O papa ordenou o
restabelecimento de sua memória. O corpo de João Crisóstomo foi trazido
de volta a Constantinopla em 438, num longo cortejo em procissão
solene. Mais tarde, suas relíquias foram trasladadas para Roma, onde
repousam no Vaticano. Dos seus numerosos escritos destacasse o pequeno
livro “Sobre o sacerdócio”, um clássico da espiritualidade monástica.
São João Crisóstomo é venerado um dia antes da data de sua morte, em 13
de setembro, com o título de doutor da Igreja, sendo considerado um
modelo para os oradores clérigos.
São João Crisóstomo, rogai por nós!
Um comentário:
Maravilhosa postagem sobre esse Santo. Muito edificante. Parabens.
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